A Grande Síntese

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A GRANDE SÍNTESE

Autor: Pietro Ubaldi

Capítulo 9

A GRANDE EQUAÇÃO DA SUBSTÂNCIA

    Os dois movimentos a®b®g e g®b®a coexistem, portanto, continuamente, no universo, em um contínuo equilíbrio de compensação. Evolução e involução. A condensação das nebulosas e a desagregação atômica são nascimento e morte numa direção, morte e nascimento em outra. Nada se cria, nada se destrói, mas tudo se transforma. O princípio é igual ao fim. Querendo exprimir essa coexistência, poderemos reunir as fórmulas dos dois movimentos, semiciclos complementares, numa fórmula única que representa o ciclo completo:

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    Mas definamos, ainda melhor, o conceito orgânico do universo, não mais considerando-o em seu aspecto dinâmico de movimento, mas em seu aspecto estático, no qual, mais que o transformismo dos três termos, ressalta sua equivalência. Em seu aspecto estático, as fórmulas tornam-se uma só fórmula, que denominaremos a "Grande Equação da Substância", ou seja:

(a = b = g ) = w

    A letra w (ômega) representa o universo, o todo.

    Este é o conceito mais completo de Deus, ao qual só agora chegamos: a grande Alma do universo, centro de irradiação e de atração; Aquele que é tudo, o Princípio e suas manifestações. Eis o novo monismo que sucede ao politeísmo e ao monoteísmo das eras passadas. Chamei àquela fórmula, a grande equação da substância, porque exprime as várias formas que a substância assume, embora sempre permanecendo idêntica a si mesma. Poderemos exprimir melhor o conceito com uma irradiação tríplice:

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    Dessas expressões ressalta um fato capital. Sendo a, b, g, três modos de ser de w , este se encontra em todos os termos, inteiro, completo, perfeito, total, em todos os momentos. Tal é em qualquer de seus modos de existência, assim o reencontraremos sempre em todo o seu infinito devenir.

    Assim, a equação da substância sintetiza o conceito da Trindade, isto é, da Divindade una e trina, que já vos foi revelado sob o véu do mistério, e encontrais nas religiões.

    A Lei, de que falamos, é o pensamento da Divindade, seu modo de ser como Espírito. O pensamento, concomitantemente vontade de ação, energia que realiza, tornar-se que cria, constitui seu segundo modo de ser, onde a criação se manifesta, nascendo daquilo a que chamais nada. Uma forma de matéria em ação é seu terceiro modo de ser; é a criação que existe, o universo físico que vedes. Três modos de ser distintos e, no entanto, idênticamente os mesmos.

    Assim w é o Todo, no particular e no conjunto, no átimo e na eternidade: em seu aspecto dinâmico é tornar-se, eterno no tempo, de a®g e de g®a, sem princípio nem fim; mas o tornar-se volta sobre si mesmo, é imobilidade, em que ( a = b = g ) = w . Ele é o relativo e o absoluto, é o finito em que se pulveriza o infinito, o infinito em que o finito se recompõe; é abstrato e concreto, é dinâmico e estático, é análise e síntese, é tudo.

    A imensa respiração de a®b®g®b®a etc., também poderia representar-se com um triângulo, ou seja, como uma realidade fechada em três aspectos:

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     Quando vossa ciência observa os fenômenos da criação, apenas tenta descobrir novo artigo da Lei; mas em qualquer lugar encontrou e encontrará, coexistindo, os três modos de ser de w . A cada novo pensamento revelado, a ciência realizará uma nova aproximação de vossa mente humana em direção à idéia da Divindade. Também a ciência pode ser sagrada como uma oração, como uma religião, se for conduzida e compreendida com pureza de espírito.

    Tudo o que vos disse é a máxima aproximação da Divindade que vossa mente pode suportar hoje. É muito maior que as precedentes, mas não é a última no tempo. Contentai-vos por enquanto. Ela vos diz que sois consciências que despertam, almas que regressam a Deus. É a concepção bíblica do Anjo decaído que reaparece; é a concepção evangélica do Pai, do Filho e do Espírito; é a concepção que coincide com todas as revelações do passado, também com vossa ciência e com vossa lógica; é a concepção de Cristo que, pela dor, vos redimiu. Muitas coisas ainda existem, mas para vós, hoje, por enquanto, permanecem no inconcebível. O universo é um infinito e vossa razão não constitui a medida das coisas.

    Não ouseis olhar a Divindade mais de perto, nem definir mais além, mas considerai-a antes como um resplendor ofuscante que não podeis olhar. Considerai cada coisa que existe e vos cerca como um raio de seu esplendor que vos toca. Não reduzais a Divindade a formas antropomórficas, não a restringeis em conceitos feitos à vossa imagem e semelhança. Não pronuncieis Seu Santo Nome em vão. Seja Deus vossa mais alta aspiração, tal como o é de toda a criação. Não vos dividais entre ciência e fé, entre as diversas religiões, com o único intuito de encontrá-Lo. Ele está, acima de tudo, dentro de Vós. No profundo dos caminhos do coração como nos do intelecto, sempre Deus vos espera para retribuir-vos o amplexo que vós, mesmo sendo incrédulos, em vossa agitação confusa e convulsiva, irresistivelmente Dele vos aproximais, pelo maior instinto da vida.