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A GRANDE SÍNTESE
Autor: Pietro UbaldiCapítulo 49
DA MATÉRIA À VIDA
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Da mesma forma que a natureza cinética dá à energia sua característica fundamental, a de transmitir-se (dimensão espaço que ascende à dimensão tempo), o novo princípio da coordenação das forças, num mais débil e caduco, porém mais sutil, complexo e profundo entrelaçamento cinético, dá à energia, elevada à vida, sua característica fundamental de consciência (dimensão tempo que ascende à dimensão consciência). Individuam-se as formas de vida, tal como toda forma de energia individuara-se num tipo bem definido, com fisionomia própria e com tendência a conservar-se em seu modo de ser, como indivíduo que deseja afirmar-se e distinguir-se de todos os afins, com movimento, forma, direção e, portanto, com objetivo próprio: um Eu que já possui os elementos fundamentais da personalidade e, não obstante seu contínuo devenir, conserva inalterado seu tipo. Nas formas de vida, o princípio de individuação - depois que a Substância atingiu o mais alto grau de evolução e de diferenciação - torna-se cada vez mais evidente. Já na energia, as formas conquistam uma existência própria independente de sua fonte originária. A luz, uma vez lançada, destaca-se e existe progredindo de per si no espaço. Chega do infinito, luz estelar emanada milhares de anos antes, sem que saibais se a estrela que a originou sequer ainda existe. E o som continua, avança e chega, quando a causa das vibrações já está em repouso. Se as formas de energia, uma vez geradas, sabem existir no espaço pelo seu próprio princípio, na vida, a autonomia é completa. Como são parentes pela comunidade de origem e pela afinidade de caracteres, as formas químicas e depois as formas dinâmicas, de igual modo, são parentes entre si as formas de vida, pela gênese e pelos caracteres, todas fundidas com todos os seres existentes, orgânicos e inorgânicos, numa fraternidade universal. Irmandade substancial, constituída de igual matéria, idêntico modo de ser, do mesmo objetivo a atingir; fraternidade a que se deve a possibilidade da convivência, simbiose universal, e de todas as trocas da vida, que são sua condição.
Voltemos um olhar ao caminho percorrido. b concentrou seu íntimo movimento no núcleo, unidade constitutiva do éter. Neste ponto, o movimento de descida involutiva ou de concentração cinética, ou de condensação da Substância, inverte-se em direção oposta, de subida evolutiva ou de descentralização cinética. O núcleo, síntese máxima de potencial dinâmico no ponto b®g do transformismo fenomênico, reconduz, por sucessiva emissão de elétrons, a energia cinética concentrada. Percorramos a fase g, assistindo ao desenvolvimento da série estequiogenética. Se na química temos, como primeiro estágio, o hidrogênio, na astronomia temos a nebulosa, isto é, matéria jovem e universo jovem - estado gasoso - estrelas quentes, fase ainda de alta concentração dinâmica. Enquanto de um lado desenvolve-se a árvore genealógica das espécies químicas, do outro evolui a vida das estrelas que envelhecem, resfriam-se, solidificam-se, assumindo constituição química, luz e espectro diferentes, afastando-se do centro genético do sistema galáctico. Há uma maturação paralela, integral, da substância e da forma. Noventa e dois elétrons são sucessivamente lançados fora da órbita espiralóide nuclear, cada um deles continua a girar em sua órbita ligeiramente espiralóide. sucessivamente constroem-se os edifícios atômicos, cada vez mais complexos, dos corpos químicos indecompostos, segundo uma escala de pesos atômicos crescentes. Aqui torna-se possível uma aproximação entre o vórtice galáctico e o vórtice atômico. A gênese e o desenvolvimento do primeiro podem dar-vos um exemplo tangível da gênese e do desenvolvimento do segundo. Enquanto a energia concentra-se no núcleo (éter) - centro genético das formas de g - paralelamente o universo, na fase dinâmica, concentra-se na nebulosa mãe da expansão espiralóide galáctica. Inversamente, as estrelas, durante o processo de sua evolução, projetam-se do centro à periferia, com velocidades progressivas à proporção que envelhecem e se afastam desse centro. Isso ocorre com uma técnica que coincide com a do desenvolvimento espiralóide do átomo. Uma vez mais os fenômenos confirmam a atuação da trajetória típica dos movimentos fenomênicos em seus dois movimentos, involutivo e evolutivo.
Assim, do éter - último termo da descida de b - nasceu a matéria que, depois, por evolução atômica, atinge as espécies radioativas. Primeiro os corpos de peso atômico menos elevado, depois os de peso atômico mais alto. Primeiro o magnésio, o silício, o cálcio; mais tarde aparecem os elementos mais sólidos, como prata, platina, ouro, menos jovens. Vós os encontrais no velho sistema solar e sua parte mais solidificada e resfriada dele, os planetas. Os corpos simples, no estado gasoso, como Hidrogênio, Oxigênio, Nitrogênio, são mais raros em vosso globo. Aqui aparece a radioatividade, como fenômeno tão difuso, como uma função inerente à matéria, em vista do estágio em que se encontra em vosso planeta. Para o centro deste, onde a matéria manteve-se mais quente e está menos envelhecida, são mais raros os corpos radioativos, tanto que, apenas a 100 Km de profundidade a radioatividade quase desaparece. Depois de completada a maturação das formas de g , ocorreu também uma expansão do vórtice galáctico, do centro à periferia, com o resfriamento e a solidificação da matéria. Esta terminou o ciclo da vida e a Substância assume novas formas; transforma-se lentamente em individuações de grau mais alto. A dimensão espaço ascende à dimensão tempo. A matéria inicia uma transformação radical, doando todo o seu movimento tipo g ao movimento tipo b . O vórtice nuclear do éter desenvolveu, na fase g o vórtice atômico da matéria. Chegando ao máximo da dilatação, esse vórtice continua a expandir-se, desenvolvendo as formas dinâmicas, e nasce a energia. A Substância continua a evoluir, prosseguindo sua ascensão em b . A primeira emanação gravífica de comprimento mínimo de onda, freqüência vibratória e velocidade de propagação máxima no sistema dinâmico, completa-se com a emanação radioativa da desintegração atômica. O processo de transformação dinâmica, que tem suas raízes na evolução estequiogenética, isola-se, afirmando-se decididamente. O vórtice atômico rompe-se e decompõe-se, por progressiva expulsão do sistema daqueles elétrons, que já nasceram para serem expulsos do sistema nuclear. Trata-se de um constante realizar-se daquilo que estava em potência, fechando-se em germe por concentração de movimento. Nascem novas espécies dinâmicas: depois da gravitação e da radioatividade, aparecem as radiações químicas, a luz, o calor, a eletricidade, sempre em ordem de freqüência vibratória decrescente e comprimento de onda progressivo. A matéria, que viveu e não tem mais vida própria, responde ao impulso desse novo turbilhão dinâmico que ela mesma gerou, é toda invadida por ele e movimentada. Este é vosso atual universo: a matéria que está morrendo, a energia em plena maturidade, a vida e a consciência jovens, em vias de formação. Os cadáveres da matéria, já solidificada e sem vida própria, de formação química, lançados e sustentados nos espaços pela gravitação, inundados de radiações de toda espécie, são apenas o sustentáculo de formas de existência mais altas. Da eletricidade (a forma dinâmica mais madura), numa nova grande curva da evolução, nasce e veremos como, a vida: matéria organizada como vida, ou seja, retomada num turbilhão ainda mais alto. A vida, pequena centelha na origem, na qual continua a expansão evolucionista do princípio nuclear e atômico, dinâmico (onda), numa forma cada vez mais complexa de coordenação de partes, de especialização de funções, de organização de unidades e de atividades; a vida, cuja substância, cujo significado, objetivo e produto é a criação da consciência, é a , o espírito. E da primeira célula se iniciará, através de miríades de formas, de tentativas, de fracassos e de vitórias, a lenta conquista que gradualmente triunfará no homem e dele, hoje, lança-se para as últimas fases do terceiro período de vossa evolução, que se resume na conquista da superconsciência e na realização biológica do Reino de Deus.
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