A Grande Síntese

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A GRANDE SÍNTESE

Autor: Pietro Ubaldi

Capítulo 47

A DEGRADAÇÃO DA ENERGIA

    Antes de passar ao estudo da série das individuações de b, a fim de traçar uma árvore genealógica das espécies dinâmicas, semelhante e continuadora da série estequiogenética, observemos um fenômeno constante nesse campo, característico das formas de energia e correspondente ao já observado da desagregação da matéria ou desintegração atômica: um fenômeno que é sua continuação e no entanto, mesmo conhecendo-o, não lhe compreendesteis o íntimo significado, ou seja, a degradação da energia. Aproximo esses dois fenômenos por causa de sua característica comum, de exprimir precisamente o desaparecimento, diante de vossa percepção sensória, das duas formas g e b. Mas, na realidade, tanto a desintegração atômica quanto a degradação dinâmica significam-se "desaparecimento" para vossos sentidos, não constituem nem desaparecimento nem fim, mas apenas mudanças de forma dentro do transformismo evolutivo. Tal como na desintegração da matéria, nada de fato desaparece, porque a matéria renasce como energia. Assim, na desintegração dinâmica a anulação é relativa apenas aos vossos meios de percepção, e diz respeito àquilo que para vós constituem as possibilidades utilitárias da energia.

    Mas, observemos o fenômeno. Está provado, mesmo pela observação, que todas as transformações da energia ocorrem segundo uma lei constante de degradação pela qual a energia, mesmo conservando-se integral (princípio de conservação da energia) em sua quantidade, tende a difundir-se, dispersando-se no espaço, nivelando num estado de equilíbrio as suas diferenças, quando passa do heterogêneo ao homogêneo. Deteriora-se, assim, no sentido de que a soma dos efeitos úteis e a capacidade de trabalho está sempre diminuindo (princípio da degradação da energia). Esses dois princípios opostos, de conservação e de degradação (perda de energia útil) provam o perene transformismo como a indestrutibilidade da Substância, mesmo em sua forma b. Essas duas leis demonstram que o fenômeno do transformismo da Substância indestrutível tem uma direção exata e que essa direção é irreversível. Em outras palavras, é possível a transformação da energia, mas sempre passando para um tipo de qualidade inferior, do ponto de vista de seu rendimento prático para o homem. Assim, a energia acumulada tende sempre a dispersar-se e jamais ocorre o contrário. Todo sistema tende integralmente para um estado de difusão, de equilíbrio, de repouso, de igualdade, como conseqüência de uma série de transformações, que constantemente operam nessa direção e nunca na direção oposta. Tudo parece condenado a apagar-se, a anular-se, a desaparecer.

    Que significa esse irreversível fenômeno de degradação?

    Primeiro: o universo, em vossa fase, tende a um estado de ordem e de ritmo, do caos ao equilíbrio, a um estado substancialmente mais evoluído e perfeito. Em outros termos, a irreversibilidade demonstra a evolução.

    Segundo: se atualmente em vosso universo toda transformação de energia leva à sua degradação e é inevitável uma perda (que a irreversibilidade impede de reparar), é necessário, todavia, que nas grandes linhas de um equilíbrio mais vasto, esse movimento encontre sua compensação. A irreversibilidade demonstra que viveis na fase da expansão dinâmica, em que b parece desgastar-se e dispersar-se. Mas, a lógica vos indica que a Lei contém o período complementar de compensação, fase inversa, em que a irreversibilidade se desenvolve em sentido contrário; não mais o vosso atual g®b, mas b®g, o período precedente de involução e concentração dinâmica que já vimos. A marcha do universo no sentido oposto já aconteceu. Vosso período é evolutivo, ascensional; degradação dinâmica significa, debaixo da aparência de dispersão, uma transformação substancial para as formas mais altas (a). Como na desintegração atômica a matéria dissocia-se para constituir as mais altas formas, expressas por b, assim a energia, se parece perder-se em sua degradação, na realidade amadurece, para transformar-se nas mais altas formas que a evolução atingirá na fase a. Então, irreversibilidade e degradação confirmam tudo o que expusemos no estudo da gênese das criações sucessivas; tudo o que nos indica, já no citado diagrama da fig. 2, a linha quebrada que sobe; ou na fig. 4, a espiral que se abre com contínuos retornos inversos ao caminho percorrido.

    De tudo isso, podeis compreender como a característica da irreversibilidade seja, para a energia, relativa e fechada no âmbito da fase g®b; como, no todo, uma irreversibilidade absoluta seja uma fonte absurda de desequilíbrio que está totalmente fora do conceito da Lei. Cada movimento presume seu movimento contrário e equivalente; o movimento ondulatório, que nasce pela expansão do movimento espiralóide, presume, na fase inversa precedente, a concentração do movimento ondulatório numa espiral, que restringe cada vez mais suas volutas, até à formação daquele núcleo que constitui o éter, que é o germe de toda a expansão estequiogenética de g e depois, da expansão dinâmica de b.