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A GRANDE SÍNTESE
Autor: Pietro UbaldiCapítulo 45A GÊNESE
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"No princípio
Deus criou o céu e a terra.
... e as trevas estavam sobre a face do abismo...
E Deus disse: "Faça-se a luz. E a luz foi feita.
... e separou as águas... e à massa de água chamou mar.
E disse: A terra germine erva verde...
E a terra produziu erva verde...
E depois Deus disse: As águas produzam os répteis, animais e viventes, as aves sobre a terra e na
amplidão dos céus.
E Deus criou os grandes peixes e todos os animais vivos... produtos da água, segundo suas espécies...
E disse: Façamos o homem à nossa imagem e semelhança...
E Deus criou o homem à sua semelhança...
... Formou o homem do pó da terra e soprou-lhe na face o sopro da vida e o homem foi feito alma viva.
Essas foram as origens do céu e da terra"...
(Pentateuco, A Gênese, cap. I)
Assim nos
revelou a inspiração de Moisés.
Em sua intuição, ele traçava o caminho que nós seguimos, o da
evolução do ser, da matéria ao espírito.
No irrefreável transformismo evolutivo, primeiro aparece a matéria: a terra. Depois move-se a energia:
a luz. Nas cálidas bacias das águas reunidas, a mais alta forma evolutiva dinâmica, concentra-se, na
potência ainda mais alta de um novo Eu fenomênico, e nasce o primeiro germe de vida em sua primordial
forma vegetal, depois se alastrou sobre a terra e ascendeu às formas animais, sempre ansiosas por
subir. O impulso divino, sempre atuante, criou o homem do pó da terra, feito de matéria ( g), que subiu
até a fase de consciência (a, o sopro
da vida); e aparece o homem que resume em si a obra completa e a
trindade divina de seu universo: (g), (
b), (a
).
Essas foram as origens do céu e da terra.
Observemos o nascimento da gravitação, a protoforça típica do
universo dinâmico. Retomemos agora, o
caminho interrompido. Em sua primeira forma gravífica, nasceu a energia. Na íntima estrutura cinética
da matéria ocorreu a mudança de ritmo e de direção no movimento. A matéria despertou de sua longa e
silenciosa maturação e revive num nível mais alto, a fim de preparar-se para sustentar a centelha, da
qual nascerá a vida. Em sua forma dinâmica, a Substância indestrutível assume um passo de transformismo
mais acelerado; o movimento de rotação planetária, fechado em si mesmo no íntimo da matéria, explode no
ritmo ascendente da onda que cria e multiplica os tipos dinâmicos. O movimento invade a grande máquina
do universo; nova lei estabelece equilíbrio novo e mais complexo em sua estabilidade; o grande
organismo não apenas existe, mas funciona a fim de preparar-se para viver.
Eis que nos espaços imensuráveis desenvolve-se uma rotação, um
caminhar sem limites; a matéria foi
permeada de nova vibração que a lança em elipses, em espirais, em vórtices; as correntes dinâmicas
canalizam-se, equilibram-se, precipitam-se fulmíneas em todas as direções para mover e animar todas as
coisas. Logo que nasce, b
individualiza-se e se diferencia; g
estava exteriormente inerte, além da
órbita de seu turbilhonar íntimo. b
expande-se em todas as direções, preenche e une os espaços numa
rede de ações e reações. O funcionamento orgânico do universo afirma-se e complica-se. A gravitação
liga e une suas partes, mantendo-as reunidas. O impulso centrífugo abre os vórtices e dilata o
movimento. À estase solene da muda e cega maturação da matéria, sucede a estase mais instável, mas
igualmente perene, das forças em equilíbrio. As trevas tingem-se de luz, o silêncio ecoa de sons,
anima-se o universo. Este tem calor e frio, respira, assimila, possui sua circulação, que o nutre, seu
metabolismo dinâmico e físico, tem sua própria saúde, suas doenças, sua juventude, sua velhice. Conhece
a vida e a morte. Pelos espaços explodiu uma palpitação nova, vibração sem repouso de forças que fogem
em busca de equilíbrio.
E porque a Lei disciplina instantaneamente toda forma
dinâmica, logo em seu primeiro aparecimento, cada
forma de b aparece exatamente
individualizada por uma lei férrea individual, seu modo de ser, e a ordem
reina sempre soberanamente no imenso turbilhão. O aspecto conceptual, nesta fase mais alta, é ainda
mais transparente. Num universo tão vasto e complexo quem, senão o pensamento divino da Lei,
disciplinaria tão imensurável desenvolvimento de forças? Tudo parece ocorrer automaticamente, porque a
mão de Deus não é algo externo e visível, mas é um conceito, é a alma das coisas. As rotações
astronômicas caminham com exatidão matemática. A gravitação, a luz, o calor, a eletricidade, o som de
todas as formas dinâmicas sabem, todas elas, o seu caminho e a cada momento, a cada manifestação, em
sua própria consciência instintiva, fala a grande Lei. O entrelaçamento dessas forças é, ainda hoje, a
base de vossa vida; seu modo de ser e de agir, definido com exatidão e constâncias, dirige a palpitação
regular que vos sustenta; proporciona as radiações solares às necessidades do planeta, guia as
correntes aéreas, regula as sínteses e as trocas das substâncias protéicas, a assimilação nos
organismos, o crescimento, a respiração, a circulação, a reprodução, os nascimentos, as mortes e todos
os fenômenos sociais. Os mais complexos fenômenos ocorrem com perfeição, indiferentes ao conhecimento
que deles tendes e à vossa vontade, até mesmo aqueles que regulam vossa própria vida. Se a vosso
esforço só foi deixado o trabalho de vosso progresso, as forças que vos guiam sabem, por si mesmas e
melhor do que vós, o caminho que deveis seguir. Desta consciência linear (de primeira dimensão) do
universo dinâmico, já falamos.
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