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A GRANDE SÍNTESE
Autor: Pietro UbaldiCapítulo 34QUARTA DIMENSÃO E
RELATIVIDADE |
Inicio com vossa e bem recente teoria científica, à qual me ligo como a
um
ponto de partida: a teoria da relatividade de Einstein. Presumo que a conheceis, assim como aos
conceitos
sobre a quarta dimensão. Os critérios que adotasteis para criar uma quarta dimensão do espaço,
permanecendo
no espaço, estão errados. A dimensão sucessiva à terceira espacial não está no espaço. O quarto termo
sucessivo aos três da unidade trina só pode encontrar-se na trindade sucessiva. Isto se dá em virtude da
lei
pela qual o universo é individualizado por unidades tríplices e não quádruplas. Portanto, é absurdo o
conceito da continuação do desenvolvimento tridimensional do espaço - que vai do ponto adimensional à linha
(primeira dimensão), à superfície (segunda dimensão) e ao volume (terceira dimensão) - num hipervolume.
Trata-se de um absurdo imaginoso essa construção ideal de uma quadridimensão octaedróide e dos outros
poliedróides do hiperespaço. Aumentar um volume significa permanecer no volume, ainda que o multipliquemos
por ele mesmo. Por isso não obtivesteis resultado prático até agora, nem mesmo pela representação
hiperestereoscópica, nem pela conceptual. A pretensa geometria a quatro, cinco, n dimensões, que
imaginasteis, é uma extensão da análise algébrica e não uma geometria propriamente dita. Trata-se de uma
pseudo-geometria, mera construção abstrata, com formas inimagináveis e inexprimíveis na realidade
geométrica.
Como todo universo é trifásico, é também tridimensional. Chegados à
terceira dimensão, é necessário, para progredir - em virtude do princípio da unidade trina - iniciar nova
série tridimensional, pois o período precedente exauriu-se; é indispensável sair do ciclo precedente
para começar outro novo. Chegaremos, depois, ao conceito da evolução das dimensões, dilatando a
concepção einsteiniana da relatividade, quer estedendo-a a todos os fenômenos, quer em profundidade de
conceito.
A concepção tridimensional do espaço euclidiano esgota a
primeira unidade trina e, com isso, exclui uma quarta dimensão no espaço. Mas, a sucessão das dimensões
já contém o conceito de sua evolução. Considero linha, superfície e volume como três fases de
evolução da dimensão espacial. Mas, para além, não bastam essas concepções matemáticas. Para mudar a
dimensão, é necessário iniciar um movimento em direção diferente e introduzir elementos totalmente
novos. Procurasteis ultrapassar a concepção euclidiana, concepção de um espaço elíptico,
compreendido como campo de forças finito, formado por linhas fechadas em si mesmas, correspondente ao
meu conceito cíclico e na concepção de hiperespaços pluridimensionais. Para resolver esse problema,
temos que tomar outra direção.
Partamos do conceito de relatividade. Não tendes um tempo e
um
espaço em sentido absoluto, isto é, que existem por si mesmos, independentes das unidades que os
ocupam;
mas eles são determinados por elas e a elas relativos. Portanto, não existe um movimento absoluto no
espaço e no tempo. Vossas medidas, então, não correspondem senão a um conceito total de relatividade.
Assim, cada fenômeno tem um tempo próprio, que lhe mede o transformismo: não existe uma
unidade
universal de medida, nem uma dimensão absoluta idêntica, invariável para todos os fenômenos. Até
mesmo
na ciência e na matemática estais imersos, sem possibilidade de saída, em vossa relatividade. Só podeis
estabelecer relações com elas, nada mais: o absoluto vos escapa.
Já vos disse: vossa razão não é a medida das coisas; sois parte de
um grande organismo; até vossa consciência representa uma fase: é um fenômeno entre os fenômenos. Alguns
conceitos estão além de vossa consciência, e só podeis alcançá-los por maturação evolutiva de vosso Eu.
Modificando esses princípios fundamentais para a ciência, modifica-se, também, toda a estrutura de vossos
sistemas científicos; derrogam-se a física e a mecânica clássicas newtonianas. Mas, os novos conceitos têm a
vantagem de corresponder a uma realidade mais completa e profunda. Assim a mecânica racional transforma-se
em mecânica intuitiva mais avançada. Surge a possibilidade de solução de problemas que os velhos princípios
não podem resolver. A ciência que construísteis, sem dúvida, vale algo e tínheis que criá-la. Mas hoje
chegasteis a um ponto em que é preciso criar uma nova ciência, para avançar.
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