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A GRANDE SÍNTESE
Autor: Pietro UbaldiCapítulo 33LIMITES ESPACIAIS E
LIMITES EVOLUTIVOS DO UNIVERSO |
Agora, que tendes um conceito da conformação de vosso universo e de seu
processo evolutivo, ultrapassemos seus limites, tanto em sentido espacial, permanecendo no plano físico,
quanto no sentido evolutivo, isto é, relativamente às fases já referidas que precedem e superam esse plano.
Aqui a astronomia atinge a metafísica. Pensai que este universo, imenso e tão maravilhosamente complexo, é o
mais simples, enquanto pode ser perfeitamente concebível para vós, entre os universos, nos quais este se
transforma por evolução. É fácil ultrapassá-lo no sentido espacial; mais difícil o é em sentido evolutivo,
porque aprofundar este estudo significa, para vós, invadir o campo do inconcebível.
No sentido espacial, vosso universo estelar, considerado
isoladamente, é um sistema finito; é imenso, mas pode ser medido; e tudo que se pode medir é finito. Vossa
mente o domina por completo, porque sendo ela de um plano superior, pode ultrapassar qualquer limite
espacial. Se podeis, num corpo tão frágil e pequeno, voar conceptualmente tanto que podeis compreender o
universo físico, o qual jamais poderíeis percorrer todo materialmente, isso é devido ao fato de que existis
numa fase evolutiva superior. Verificais, aqui, como a diferença de nível dá o poder de dominar e
compreender o inferior, mas não o contrário. Os limites de vosso concebível, todavia, são dados na direção
da evolução, isto é, pelas fases ou universos mais afastados ou superiores do vosso. No sentido espacial, a
lei das unidades coletivas e as leis dos ciclos múltiplos indicam-vos a continuação do fenômeno com um
conceito simples. Assim como a unidade do universo compõe-se de unidades menores, também ele constitui o
componente de unidades maiores; assim como a espiral maior é produzida pelas menores, também ela torna-se a
determinante de espirais maiores, até o infinito. Encontraremos um limite, mas no transformismo evolutivo,
não no espaço. Fisicamente, o vórtice de vosso universo é apenas um, da infinita série de vórtices ou
nebulosas em processo de desenvolvimento ou de involução; eles combinam-se com este num vórtice ainda maior,
até o infinito. Não podeis vê-los todos, porque não têm a vibração da luz. Vosso universo físico move-se
todo em velocidade vertiginosa, em relação a outros longínquos universos semelhantes, a fim de fazer parte,
com eles, de sistemas ainda maiores. Que isto não vos surpreenda! Não encontrais o mesmo princípio no
vórtice eletrônico? Não se trata senão de uma pequena matéria e uma grande matéria; do átomo ao universo e
além dele, de um pólo ao outro do infinito, o princípio é idêntico.
Procuremos, todavia, ultrapassar os verdadeiros limites do
sistema, que não encontrareis mais no mesmo plano físico, embora vossa mente os supere, ao infinito:
os
limites dados pelo transformismo evolutivo. Movendo-se sempre na mesma direção que o mundo físico,
encontrareis sempre o mesmo princípio, sem mudanças. Para ultrapassá-lo e sair dele, é indispensável
mover-se em outra direção: a da evolução. A abertura do vórtice sideral é mais que um processo mecânico:
é aquela maturação íntima da matéria, que vimos na estequiogênese. O vórtice da nebulosa nasce e morre
aí mesmo, onde a matéria nasce e morre, isto é, começa e termina lá onde a Substância inicia e termina
seu ciclo de fase física. Em outras palavras: a matéria nasce no centro da Via Láctea e morre na
periferia. Observai a correspondência com os princípios expostos acima! Observai como o vórtice maior
sideral abre-se pelo desenvolvimento dos vórtices menores, planetário etc., até o atômico. Observai que
da mesma forma que o centro genético espacial (aspecto estático da fase g ) é o núcleo da nebulosa de
vosso universo, assim também o centro genético fenomênico (aspecto dinâmico de g ) é o hidrogênio,
elemento-base da série estequiogenética, o que constitui, justamente, as estrelas jovens, quentes,
gasosas, situadas na Via Láctea e as grandes massas gasosas que formam a substância-mãe das estrelas. Se
imaginardes que esse processo significa o desenvolvimento de um princípio (aspecto mecânico ou
conceptual do universo), podereis "sentir" agora a fase g concomitante e unitariamente, na trindade de
seus aspectos.
Vimos que as nebulosas nascem, como fase g , pela concentração dinâmica da fase b , Também o ponto máximo do fenômeno não é dado apenas pelo máximo
de abertura espacial do vórtice provocado pelo impulso originário, mas ainda pela evolução da matéria,
pela qual esta, depois de atravessar toda a fase g , desagrega-se e torna a assumir a forma de energia. Depois
dissemos como a energia canaliza-se, por sua vez, em correntes que, de acordo com um vórtice centrípeto,
guiam-na de novo para o centro (fase inversa do ciclo, período de descida involutiva) e, por
concentração dinâmica, transformando-se de novo em g , formará o núcleo de novo vórtice centrífugo, de nova nebulosa
espiralóide galáctica.
Chegamos, pois, a este fato: o limite de abertura do vórtice
sideral não é encontrado tanto no plano físico, quanto no ponto em que este toca, não no sentido espacial,
mas em sentido evolutivo, um outro plano, onde o vórtice físico se inverte num vórtice dinâmico de
regresso. A espiral, como vimos no diagrama da fig.4, fecha-se, mas o retorno do vórtice sideral é de
natureza dinâmica; a reabsorção centrípeta, que contrabalança a precedente expansão, ocorre em fase
evolutiva diferente. O que retorna ao centro é a forma energia e não a forma matéria, da qual se
tinha
afastado. As correntes siderais emanadas do núcleo gasoso são substituídas pelas correntes dinâmicas que
reconstituem aquele núcleo. Em outros termos: a matéria não pode ter um limite em direção espacial (pois
este se poderia, com efeito, sempre superar logicamente), mas apenas em direção evolutiva; ou seja, esse
limite não pode ser situado em dado ponto do espaço, mas pode encontrar-se em qualquer ponto onde ocorra a
transformação da matéria, em sua fase superior de evolução. Somente estes conceitos podem explicar-vos toda
a complexa realidade do fenômeno. A condensação sideral é de natureza dinâmica; o vórtice que se abre em
forma física, fecha-se depois de uma transmutação que o torna invisível aos telescópios; desaparece de
vossos sentidos e prosseguem em direção inversa, numa forma que procurais em vão no plano físico. Muitos
problemas de física e de astronomia vos parecem insolúveis exatamente porque vos mantendes sempre no plano
físico e não acompanhais os fenômenos onde eles, sob este aspecto, se esvanecem; não sabeis reencontrá-los
enquanto "renascem" num aspecto diferente.
Estas considerações vos encaminham para a visão de conceitos ainda
mais profundos, que vos fazem chegar até o limite do concebível. A essa altura, a ciência, que se tornara
metafísica, transforma-se em mística visão e, expandindo-se num campo de completa abstração, presume não
mais uma psicologia racional, mas uma psicologia de intuição. Falar-vos-ei, agora, do nascimento e da morte
do tempo, do nascimento e da morte do espaço, do aparecimento e desaparecimento - por evolução e involução -
dessas diversas dimensões em vosso relativo. Como tudo o que está no relativo tem um princípio e um fim,
tudo tem que nascer e morrer. Esforçai-vos, agora, para superar esse relativo e para elevar vossa concepção
ao infinito.
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