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A GRANDE SÍNTESE
Autor: Pietro UbaldiCapítulo 25
SÍNTESE LINEAR E SÍNTESE POR SUPERFÍCIE
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Estudemos agora, o diagrama da fig. 4. Tomando uma unidade de
medida de tempo menor que na fig. 3, ou seja, tornando mais lento o curso do
fenômeno, e colocando cada criação numa distância maior, isto é, a 45º ou a 90º
etc., poderemos exprimir não mais (como na fig. 3) apenas o aspecto do fenômeno
em seu conjunto, mas também o curso cíclico de desenvolvimento e retorno de cada
uma das fases, no âmbito da própria criação. Assim, podemos observar melhor o
fenômeno em seus pormenores, em nova figura de aspecto característico. Aos
segmentos ascendentes e descendentes da linha quebrada, substitui-se, com
expressão mais dinâmica, o movimento do abrir-se e fechar-se da espiral.
A fig. 4 é construída dando-se a cada
fase (a,
b, g
etc.) a amplitude de um ângulo reto. É preferível essa amplitude, em lugar de
outros ângulos, porque vos exprime com evidência maior a lei do fenômeno, com
superposições regulares de trajetória, como ocorre na realidade, em um conjunto
mais equilibrado no retorno dos períodos. Observemos o diagrama em suas
características. Encontramos aqui, reproduzido em sua expressão cíclica, o mesmo
conceito que, nos pormenores da fig. 3 e, melhor, nos da fig. 2, tem sua
expressão retilínea. Comecemos a observação do fenômeno em sua fase -y e
sigamo-lo em sua ascensão através das fases -x e
g. Nesse ponto, o período fenomênico, depois de haver
tocado um vértice - que nas figuras 2, 3 e 4 assinalamos com a letra a e
que resultou do completo perfazimento das três fases - torna a descer, volta-se
sobre si mesmo e, tornando a fechar-se, percorre em sentido contrário as últimas
duas fases do período progressivo. O primeiro período fenomênico, que representa
a criação, fica assim completo em seus dois momentos de ida e volta, evolutivo e
involutivo, dados pelo percurso -y ® -x ® g e ® g ® -x, que constitui a primeira
parte da fórmula D. Uma vez
finalizada a fase -x, o período esgota-se e, para continuar, novamente se
inverte, retomando o movimento ascensional. Mas este, agora, não parte mais de
-y e sim de um degrau mais alto, -x; percorre outras três fases
ascendentes que, desta vez, são: -x, g, b; toca o
vértice, para descer de b para
g, onde inicia um terceiro
período de novo retificando seu caminho. Assim, foi percorrido o trecho -x
® g ® b ® g; esta
constitui a segunda parte da fórmula de D e corresponde à criação b. O fenômeno continua a
desenvolver-se, obedecendo a uma lei de progressão constante. As letras,
vértices e períodos das espirais da fig. 4 correspondem aos da linha quebrada
das espirais da fig. 2 e 3. Como na linha quebrada, a trajetória continua a
subir e a descer; também no diagrama da fig. 4, ela continua a abrir-se e
fechar-se na espiral. Às criações a, b, c, d, que
culminam, na linha quebrada, nos vértices a, b, c,
d, e correspondem no desenrolar-se e envolver-se da espiral, são os
máximos progressivos a, b, c, d etc.; aí se
desenvolve a fórmula de D. O diagrama da fig. 4 exprime o fenômeno
não apenas em sua síntese linear, mas também em sua síntese por superfície, que
se torna ainda mais evidente. As três faixas circulares -y, -x e
g, representam, no sentido
espacial, a amplitude das três fases, cobertas pelo desenvolvimento da criação
a. Esta produz, como resultado máximo, a fase g
, isto é, a matéria, vosso mundo físico; o resultado
final do percurso de cada período, é a cobertura de uma fase circular maior, que
servirá, depois, de base a novos impulsos para ocupações de áreas maiores.
Desenvolvimento da trajetória dos movimentos
fenomênicos na evolução do Cosmos. |
Agora,
afastemo-nos dos aspectos particulares do fenômeno, a fim de vê-lo cada vez mais
em seu conjunto e observá-lo em linhas cada vez mais gerais. A lei de
desenvolvimento da trajetória típica dos movimentos fenomênicos está expressa
por esta espiral, sujeita a um ritmo de pulsações que se invertem continuamente,
abrem-se e fecham-se, desenrolam-se e enrolam-se. É como uma respiração íntima.
É o resultado final desse contínuo voltar sobre si mesmo. É uma progressão
constante. Esse é o produto último desse profundo trabalho íntimo de todo o
sistema. Assim, em sua simplicidade aparente, a progressão constante da evolução
é o resultado de uma elaboração complexa e profunda. Dessa forma, são
sucessivamente cobertas as diferentes fases: a cada criação, surge o universo
físico, depois o dinâmico, depois o psíquico, e assim por diante; o produto
último de cada criação permanece, soma-se aos precedentes, totaliza-se numa
cobertura cada vez maior de superfície, produzida pelas faixas circulares-
concêntricas, todo o sistema lentamente se dilata. |
Eis-nos chegados a uma síntese mais
ampla do fenômeno, a síntese cíclica, expressa por uma espiral que se desenvolve
em progressão constante. A expansão do sistema não é constituída apenas por seu
dilatar-se em superfície, mas também pela linha ao longo da qual ocorre essa
dilatação. Da mesma forma que, unindo os vértices a, b, c,
d etc., da linha quebrada do diagrama da fig. 3, obtém-se como expressão
sintética, uma espiral (em que se reencontra a linha OX da fig. 1); assim
também, unindo os correspondentes máximos sucessivos de abertura a, b
, c, d, e, f, g etc., no diagrama da fig.
4, se obtém igualmente uma espiral de abertura constante. Podemos, assim, nesta
espiral, estabelecer uma linha maior do fenômeno, na qual se desprezem os
pormenores dos retornos, tendo-se em conta apenas a progressão final. Eis uma
expressão mais alta da Lei. Assim traçamos a espiral, que dissemos ser a
trajetória típica dos movimentos fenomênicos. Simplesmente afastando o olhar da
fig. 4, veremos essa linha maior mais visível, com a superposição dos três
percursos de que ela é formada. Porque cada fase, para ser definitivamente
superada e estavelmente fixada no sistema, tem de ser percorrida três vezes em
direção progressiva de evolução: a primeira como produto máximo do ciclo, a
segunda como ponto médio, a terceira como produto mínimo, ou seja, ponto-de-
partida ou fase inicial do processo evolutivo. Como se vê, o sistema é trino
tanto em seu conceito, como em seu desenvolvimento. Tomando como linha única do
fenômeno essa espiral maior, sua expressão mais sintética, veremos que o
resultado final de seu desenrolar é o percurso da abscissa vertical que indica a
evolução; que a linha -z, -y, -x, g
, b,
a, +x, +y,
+z,
+n é apenas a trajetória que resume todo o movimento complexo, do
qual resulta o abrir-se da espiral. Veremos que essa trajetória - síntese ainda
maior, que resume todas as precedentes, produzida pela continuação de tantos
trechos contíguos que representam as sucessivas fases de evolução - é também uma
espiral, expressão de um fenômeno ainda mais amplo, sem jamais atingir o fim.
Assim construiremos outro diagrama, que nos fornecerá a expressão máxima
possível por síntese cíclica, da fenomenologia universal. Aí então, teremos
observado o universo em seu aspecto mecânico e vos terei revelado a grande Lei
que o rege.
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