A Grande Síntese

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A GRANDE SÍNTESE

Autor: Pietro Ubaldi

Capítulo 16

A SÉRIE DAS INDIVIDUAÇÕES QUÍMICAS DO H AO U, POR PESO ATÔMICO E ISOVALÊNCIAS PERIÓDICAS

     Dessa forma, baseando-vos sobre essa individuação, podeis estabelecer uma gradação de complexidade que, partindo do H, chegue até às fórmulas complexas dos produtos orgânicos. Podeis estabelecer uma série química, semelhante à escala zoológica, em que aos protozoários corresponderiam os corpos químicos simples, indecompostos; é uma série evolutiva que progride de forma em forma, de tipo em tipo, verdadeira árvore genealógica das espécies químicas, a cujo desenvolvimento podeis aplicar os conceitos darwiniano de evolução, variabilidade e até mesmo de hereditariedade e de adaptação. Gradações de formas aparentadas entre si, derivadas uma das outras, sujeitas à lei comum, que provêm da origem comum, da afinidade intrínseca, do mesmo caminho, da mesma meta, da mesma lei de transformismo e de evolução. Cada corpo simples que faz parte da série química não constitui um indivíduo isolado; são tipos em redor dos quais oscilam diferentes variedades, que poderão reunir-se em grupos, por afinidade, tal como no mundo zoológico. Quando vossa consciência tiver encontrado meios para agir, mais profundamente, na estrutura íntima da matéria, vereis multiplicar-se o número das espécies químicas compreendidas na mesma classe e o número das variedades da mesma espécie. Podereis, então, influir na formação das espécies químicas, como agora influís na formação de variedades biológicas vegetais e animais. Isto porque toda a matéria, mesmo aquela considerada bruta e inerte, é viva e sente, pode plasmar-se e obedece, quando atingida por um comando forte.

    Estabeleçamos, pois, a Série Estequiogenética. No esquema que se segue estão resumidos os conceitos que passarei a analisar.

    Tomando o peso atômico como índice do grau de condensação, podereis organizar um elenco dos corpos ainda indecompostos, denominados simples e obtereis uma escala que oferece características especialíssimas. Se observarmos as propriedades químicas e físicas de cada corpo, veremos que elas estão em estreita relação com pesos atômicos. Verificaremos que, à série dos pesos atômicos, não corresponde apenas uma série de individualidades químicas bem definidas, mas que isso ocorre de acordo com o ritmo de retornos regulares ao mesmo ponto de partida. Esse fato vos fará pensar de imediato como, por trás da série dos pesos atômicos, oculta-se um conceito mais substancial e profundo.

    Se observarmos em cada corpo a característica da valência, isto é, a capacidade especial de cada átomo para unir-se a um ou mais átomos de Hidrogênio, veremos que essa valência se alinha com surpreendente regularidade segundo ordens de sete graus, que se repetem ininterruptamente do primeiro ao último elemento. A coluna das isovalências do quadro anexo vos mostra a repetição das mesmas valências à distância de sete períodos. Assim, têm as mesmas valências Lítio e Sódio, Berílio e Magnésio, Boro e Alumínio, Carbono e Silício, Nitrogênio e Fósforo, Oxigênio e Enxofre, Flúor e Cloro, corpos que são marcados com os mesmos números de valências. Mais exatamente, a graduação dessas valências sobe de um a quatro pela valência com o Hidrogênio, depois diminui para um, no número VII, e sobe progressivamente de um para sete para a valência relativa ao Oxigênio. Deste modo, temos, respectivamente, setenários compostos de monovalências, bivalências, trivalências, tetravalências e depois em sentido inverso: trivalências, bivalências e monovalências; e setenários compostos de monovalências, bivalências, trivalências, tetravalências, pentavalências, hexavalências, heptavalências. Temos, pois, períodos I-IV-I, que se sobrepõem exatamente nos períodos I-VII. O ritmo é evidente, expresso pela coluna das isovalências periódicas. Assim como o ritmo se repete, por exemplo, nos dias e nas estações, mas sempre num ponto diferente do espaço ocupado pelo planeta, também à distância de sete elementos, volta o ritmo da valência num ponto diferente. A cada sete elementos, temos uma repentina mudança de propriedades, depois um retorno regular ao ponto-de-partida. O que disse para a série, que começamos com o Lítio e com o Sódio, repete-se nas outras séries que começam com o Potássio, o Cobre, a Prata e assim por diante.

    Esta conexão, entre as características de um corpo e sua localização na escala, permitiu que fosse dado a cada elemento um número próprio, para distingui-lo. Essa determinação, mesmo de acordo com vossa ciência, não é empírica, já que o número atômico pode ser sempre experimentalmente determinado, examinando-se os espectros dos raios X emitidos pelos diversos corpos, quando em presença dos raios catódicos. A freqüência vibratória das linhas desses espectros é proporcional ao quadrado do número atômico.

    Baseado nesta exata determinação de lugar na escala, é possível estabelecer outras relações entre corpos, relações expressas pelas seguintes proporções: o Boro está para o Berílio, assim como o Berílio está para o Lítio; o Lítio está para o Sódio, assim como o Berílio está para o Magnésio e como o Boro está para o Alumínio; O Lítio está para o Magnésio, como o Berílio está para o Alumínio e como o Boro está para o Silício. São respectivamente proporcionais as passagens das propriedades de um corpo para as do outro.

    Dessa maneira, temos o retorno periódico das mesmas características, embora repetidas em nível atômico diferente. Os volumes atômicos aumentam e diminuem, correspondendo às séries assinaladas na escala. As séries duplas são causadas justamente pelo aumento e pela diminuição dos volumes atômicos, fato regularmente verificado.

    A representação gráfica vos demonstrará melhor esses conceitos. Tomando os pesos atômicos por base e por altura os volumes atômicos, podeis traçar uma linha que representa sete conchas, com seus máximos ou vértices relativos, que, por analogia com todo o seu traçado, indica a localização dos elementos, cujo volume atômico ignorais. Portanto, o volume atômico acompanha o andamento da escala dos pesos atômicos. Ele cresce e decresce, correspondendo aos vários setenários dos elementos, isto é, a cada oitava. Aliás compreende duas oitavas: uma ascendente e outra descendente. A oitava descendente inclui os corpos dúcteis; a ascendente os corpos frágeis. Nos vértices, estão os corpos de fácil fusão ou gases, ao contrário, nos mínimos. As oitavas descendentes são eletro-positivas; as oitavas ascendentes são eletro- negativas. O mesmo podereis dizer de várias outras qualidades, como condutibilidade, compressibilidade, dureza. A classificação em série é resultado do comportamento dessas oitavas.

    Eis, portanto, traçado um sistema estequiogenético, ou árvore genealógica das espécies químicas. Divisíveis em VII séries, a partir de S1 até S7, são os sete períodos de formação ou sucessiva condensação da matéria, também divisíveis em VII grupos, verdadeiras famílias naturais de corpos semelhantes, segundo as respectivas isovalências.

SÉRIE ESTEQUIOGENÉTICA

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