A Grande Síntese

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A GRANDE SÍNTESE

Autor: Pietro Ubaldi

Capítulo 15

A EVOLUÇÃO DA MATÉRIA POR INDIVIDUALIDADES QUÍMICAS - O HIDROGÊNIO E AS NEBULOSAS

    Agora, que observamos o fenômeno do nascimento, vida e morte da matéria, vejamos g ainda mais de perto, nas série das individuações que ela assume em vosso planeta, a fim de definir a gênese sucessiva de suas formas, de algumas até desconhecidas de vós, e que vos indicarei, individualizando-as em suas principais características, de modo que possais encontrá-las.

    Estabelecemos que a fase g engloba as individuações que vão do Hidrogênio ao Urânio. Vimos que conheceis 92: elas representam o ciclo que parte de b por condensação e volta a b por desagregação.

    Como ponto de partida tomemos o Hidrogênio, que representamos, para abreviar, por H. como vimos, é o corpo cujo átomo possui o sistema mais simples, com um só elétron. A isso corresponde um peso atômico 1,008. o peso atômico vai crescendo progressivamente, com o aumento proporcional do número de elétrons no sistema atômico dos corpos, até o Urânio, que representaremos por U, com peso atômico máximo de 238,2 - correspondente a um sistema atômico de 92 elétrons.

    H é o tipo fundamental, o protozoário monocelular da química, assim como o carbono é o protozoário da química orgânica ou da vida.

    H é o corpo simples, quimicamente indecomposto: tem peso atômico unitário; migra para o polo negativo (eletrólise); está na base da teoria das valências. Por valência, a química define a capacidade dos átomos de um corpo que vincula determinado número de átomos de H, ou a capacidade de se substituírem, nos diferentes compostos, ao mesmo número desses átomos. Em química, o peso atômico é dado pela relação entre o peso de um átomo de determinado corpo e o peso atômico do Hidrogênio que por ser o menor de todos, foi tomado como unidade de medida: H = 1. O peso molecular dos corpos é também dado, em química, em função do peso do átomo de Hidrogênio.

    Que significam essa constante referência ao Hidrogênio, como unidade de medida da matéria, esse seu peso atômico mínimo, esse seu inflexível negativismo? Todos esses fatos convergem para o mesmo conceito: de que H é a matéria em sua mais simples expressão, é sua forma primitiva e originária da qual todas as outras se derivam posteriormente, pouco a pouco, por evolução.

    A esse mesmo conceito podemos chegar pela observação das nebulosas. Os espaços estelares, já o disse, a cada momento vos oferecem toda a série dos estados sucessivos que a matéria atravessa, desde suas formas mais simples até as mais complexas. A composição química dos corpos celestes podeis conhecê-las com exatidão, por meio da análise espectral. O espectroscópio vos diz que as nebulosas e as estrelas que emanam luz branca, isto é, os corpos celestes mais luminosos, mais quentes e mais jovens são compostos de poucos e simples elementos químicos. Seu espectro, mais extenso no ultravioleta, ou seja, mais quente, o mais das vezes indica exclusivamente o Hidrogênio e sempre elementos de peso atômico baixo. Esses corpos são muitos luminosos, de luz branca, incandescentes, desprovidos de condensações sólidas. Aí a matéria se apresenta em suas formas primordiais dinâmicas, ainda próximas de b, e se encaminha para as formas propriamente físicas, que a caracterizam em sua fase de g. Ao contrário, as estrelas mais avançadas idade apresentam emanações dinâmicas mais fracas, e são vermelhas ou amarelas, como o vosso sol, menos quentes, menos luminosas, menos jovens, compostas de elementos químicos mais complexos, de maior peso atômico.

    Então, se a análise espectral dos corpos celestes vos indica que luz e calor (dado pelo comprimento do ultravioleta) estão em razão inversa dos pesos atômicos e da complexidade dos elementos químicos componentes, em outras palavras, se os estados dinâmicos estão em razão inversa do peso atômico, medida do estado físico, isto significa inversão de estados dinâmicos em estados físicos, ou seja, que a matéria é inversão de energia e ao contrário. Essa inversão é passagem do indistinto ao distinto, do simples ao complexo; em outras palavras, estais diante de uma verdadeira e própria evolução. Esse aumentar progressivo do peso atômico, paralelamente ao desaparecimento das formas dinâmicas e à formação das espécies químicas e à sua diferenciação corresponde ao conceito de condensação de substância-movimento, de massa-velocidade, que já expusemos. É fácil compreender como, desde as formas primordiais prevalentemente dinâmicas, até as mais densas concentrações de matéria - tal como as observais estabilizadas em vosso sistema solar, já velho como a matéria, em que a fase g viveu e w existe agora em estado b que vai para a - só se pode passar por evolução.

    O movimento dessa evolução vos aparece fixado em formas bem definidas. Se a continuidade é o novo aspecto da Lei ( e não me cansarei de fazer que todos o observem a todo momento), essa continuidade tem paredes e vértices, nos quais o transformismo criou individuações nitidamente delineadas. E a tendência do transformismo fenomênico em caminhar por individuações, é outra característica fundamental da Lei. Por isso, os corpos químicos têm, cada um deles, sua própria individualidade, rigorosamente definida. Um artigo da Lei diz: "Na constituição de um corpo químico bem definido, os componentes entram sempre em relação em determinada e constante". Diz-nos esse artigo que os corpos químicos possuem uma constituição individual perfeitamente determinada, proveniente dos elementos componentes que estão entre si em relação constante. A isto se poderia denominar a lei das espécies químicas. Sem essa individualidade que nos permite isolar, classificar e reconhecer os corpos, não seria possível a química moderna. Pode-se falar, mo mundo da matéria, de indivíduos químicos, tal como na Zoologia e na Botânica, de indivíduos orgânicos, e como no mundo humano, de "Eu" e de consciência. Em seus vários aspectos de g , b, a, a substância w segue sempre a mesma lei. Assim, também no mundo químico temos algo como uma personalidade, que é incoercível vontade de existir em sua própria forma, e reage a todos agentes externos que se pretendam alterá-la. A química delineia exatamente o modo de se comportar desses indivíduos químicos.

    Outro artigo da Lei diz: "Quando dois corpos, ao combinar-se entre si podem dar origem a mais de um composto, as diferentes combinações são tais que, permanecendo constante a quantidade de um dos componentes, as quantidades do outro variam segundo relações bem definidas, ou seja, essas quantidades são todas múltiplos exatos do mesmo número".

    Ainda um outro diz: "Todos os corpos simples, em suas reações, combinações, substituições recíprocas, agem segundo relações de peso representadas por números bem determinados e constantes para cada corpo, ou por múltiplos exatos desses números".

    Assim, a química pode individualizar com exatidão os corpos, fixando seu peso atômico, a fórmula de sua valência, definindo as reações próprias de cada corpo, estabelecendo o equivalente elétrico (+ ou -), e, com a análise espectral, a luz equivalente. Em outras palavras, o equivalente dinâmico dos corpos.

    Logo, a química, com a chamada teoria atômica e com a teoria das valências, pode definir, com exatidão matemática, as relações entre um indivíduo e outro.