por desagregação. Como ponto
de partida tomemos o Hidrogênio, que representamos, para abreviar, por H.
como vimos, é o corpo cujo átomo possui o sistema mais simples, com um só
elétron. A isso corresponde um peso atômico 1,008. o peso atômico vai crescendo
progressivamente, com o aumento proporcional do número de elétrons no sistema
atômico dos corpos, até o Urânio, que representaremos por U, com peso
atômico máximo de 238,2 - correspondente a um sistema atômico de 92 elétrons.
H é o tipo fundamental, o
protozoário monocelular da química, assim como o carbono é o protozoário da
química orgânica ou da vida.
H é
o corpo simples, quimicamente indecomposto: tem peso atômico unitário; migra
para o polo negativo (eletrólise); está na base da teoria das valências. Por
valência, a química define a capacidade dos átomos de um corpo que vincula
determinado número de átomos de H, ou a capacidade de se substituírem, nos
diferentes compostos, ao mesmo número desses átomos. Em química, o peso atômico
é dado pela relação entre o peso de um átomo de determinado corpo e o peso
atômico do Hidrogênio que por ser o menor de todos, foi tomado como unidade de
medida: H = 1. O peso molecular dos corpos é também dado, em química, em função
do peso do átomo de Hidrogênio.
Que
significam essa constante referência ao Hidrogênio, como unidade de medida da
matéria, esse seu peso atômico mínimo, esse seu inflexível negativismo? Todos
esses fatos convergem para o mesmo conceito: de que H é a matéria em sua
mais simples expressão, é sua forma primitiva e originária da qual todas as
outras se derivam posteriormente, pouco a pouco, por evolução.
A esse mesmo conceito podemos chegar pela
observação das nebulosas. Os espaços estelares, já o disse, a cada
momento vos oferecem toda a série dos estados sucessivos que a matéria
atravessa, desde suas formas mais simples até as mais complexas. A composição
química dos corpos celestes podeis conhecê-las com exatidão, por meio da análise
espectral. O espectroscópio vos diz que as nebulosas e as estrelas que emanam
luz branca, isto é, os corpos celestes mais luminosos, mais quentes e mais
jovens são compostos de poucos e simples elementos químicos. Seu espectro, mais
extenso no ultravioleta, ou seja, mais quente, o mais das vezes indica
exclusivamente o Hidrogênio e sempre elementos de peso atômico baixo. Esses
corpos são muitos luminosos, de luz branca, incandescentes, desprovidos de
condensações sólidas. Aí a matéria se apresenta em suas formas primordiais
dinâmicas, ainda próximas de b, e se encaminha para as formas propriamente físicas, que a
caracterizam em sua fase de g.
Ao contrário, as estrelas mais avançadas idade apresentam emanações dinâmicas
mais fracas, e são vermelhas ou amarelas, como o vosso sol, menos quentes, menos
luminosas, menos jovens, compostas de elementos químicos mais complexos, de
maior peso atômico. Então, se a análise
espectral dos corpos celestes vos indica que luz e calor (dado pelo comprimento
do ultravioleta) estão em razão inversa dos pesos atômicos e da complexidade dos
elementos químicos componentes, em outras palavras, se os estados dinâmicos
estão em razão inversa do peso atômico, medida do estado físico, isto significa
inversão de estados dinâmicos em estados físicos, ou seja, que a matéria é
inversão de energia e ao contrário. Essa inversão é passagem do indistinto ao
distinto, do simples ao complexo; em outras palavras, estais diante de uma
verdadeira e própria evolução. Esse aumentar progressivo do peso atômico,
paralelamente ao desaparecimento das formas dinâmicas e à formação das espécies
químicas e à sua diferenciação corresponde ao conceito de condensação de
substância-movimento, de massa-velocidade, que já expusemos. É fácil compreender
como, desde as formas primordiais prevalentemente dinâmicas, até as mais densas
concentrações de matéria - tal como as observais estabilizadas em vosso sistema
solar, já velho como a matéria, em que a fase g viveu e w
existe agora em estado b que
vai para a - só se pode passar
por evolução. O movimento dessa
evolução vos aparece fixado em formas bem definidas. Se a continuidade é o novo
aspecto da Lei ( e não me cansarei de fazer que todos o observem a todo
momento), essa continuidade tem paredes e vértices, nos quais o transformismo
criou individuações nitidamente delineadas. E a tendência do
transformismo fenomênico em caminhar por individuações, é outra característica
fundamental da Lei. Por isso, os corpos químicos têm, cada um deles, sua própria
individualidade, rigorosamente definida. Um artigo da Lei diz: "Na
constituição de um corpo químico bem definido, os componentes entram sempre em
relação em determinada e constante". Diz-nos esse artigo que os corpos químicos
possuem uma constituição individual perfeitamente determinada,
proveniente dos elementos componentes que estão entre si em relação constante. A
isto se poderia denominar a lei das espécies químicas. Sem essa individualidade
que nos permite isolar, classificar e reconhecer os corpos, não seria possível a
química moderna. Pode-se falar, mo mundo da matéria, de indivíduos químicos, tal
como na Zoologia e na Botânica, de indivíduos orgânicos, e como no mundo humano,
de "Eu" e de consciência. Em seus vários aspectos de g
, b,
a, a substância w segue sempre a mesma lei. Assim, também
no mundo químico temos algo como uma personalidade, que é incoercível vontade de
existir em sua própria forma, e reage a todos agentes externos que se pretendam
alterá-la. A química delineia exatamente o modo de se comportar desses
indivíduos químicos. Outro artigo
da Lei diz: "Quando dois corpos, ao combinar-se entre si podem dar origem a mais
de um composto, as diferentes combinações são tais que, permanecendo constante a
quantidade de um dos componentes, as quantidades do outro variam segundo
relações bem definidas, ou seja, essas quantidades são todas múltiplos exatos do
mesmo número".
Ainda um outro diz:
"Todos os corpos simples, em suas reações, combinações, substituições
recíprocas, agem segundo relações de peso representadas por números bem
determinados e constantes para cada corpo, ou por múltiplos exatos desses
números".
Assim, a química pode
individualizar com exatidão os corpos, fixando seu peso atômico, a fórmula de
sua valência, definindo as reações próprias de cada corpo, estabelecendo o
equivalente elétrico (+ ou -), e, com a análise espectral, a luz
equivalente. Em outras palavras, o equivalente dinâmico dos corpos.
Logo, a química, com a chamada teoria atômica e
com a teoria das valências, pode definir, com exatidão matemática, as relações
entre um indivíduo e outro.