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A Grande Síntese

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Comentários e Observações sobre o Cap. 9 de A Grande Síntese

A GRANDE EQUAÇÃO DA SUBSTÂNCIA

    Eis um capítulo breve, escrito com linguagem simples para facilitar a compreensão do leitor, no entanto, é um dos mais difíceis para um pleno entendimento. A causa desta dificuldade está na nossa forma mental, incapaz de compreender conceitos que extrapolam as dimensões espaço- temporais que estruturam a nossa mente. A sintaxe da linguagem humana é sequencial no tempo e no espaço. Ao expressarmos, posicionamos as idéias uma após as outras e o seu fluxo no tempo é linear. Nunca alcançamos a compreensão completa de um objeto. Nosso conhecimento sobre um dado fenômeno é uma coleção de aspectos quantitativos e qualitativos relacionados entre si através de expressões espaço-temporais tais como: maior que, menor que, igual, antes, depois, ao lado, à frente, atrás etc. Estas manifestações de relatividade revelam a nossa incapacidade mental em apreender uma totalidade.

    Assim, quando o autor - cuja forma mental intuitiva já superou as limitações da comum razão humana - nos apresenta sob o aspecto dinâmico o equilibrado movimento de transformação involutivo/evolutivo e sob a forma estática a grande equação da substância conforme sintetizam as figuras abaixo, - onde a letra w (ômega) representa o universo, o todo - instintivamente a nossa mente nos leva a pensar que cada fase acontece independentemente das outras, isto é, pode funcionar separadamente das outras.

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asp. dinâmico
(a = b = g ) = w

asp. estático
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asp. dinâmico + asp estático

    Na realidade as fases são concomitantes, isto é, os três modos de ser de w coexistem. Um exemplo prático aclarará melhor o conceito: o pensamento humano não subsistiria se não fosse sustentado por um dinamismo vital e não se apoiasse num substrato material (cérebro), pois no nosso universo o pensamento humano não existe apenas por si mesmo. Da mesma forma, g, a matéria é resultado de um arranjo de trajetórias energéticas, organizada e individualizada por uma inflexível lei físico-química (lembre-se: lei é um conceito e é, portanto, um pensamento diretor). Desta forma os três modos de ser da substância w coexistem na mesma manifestação, seja ela qual for: conceitual, dinâmica ou material. Esta é a explicação, por exemplo, do caráter dual da luz cujo princípio de propagação se manifesta ora sob a forma ondulatória e ora como movimento de párticulas (fótons). É o chamado princípio da dualidade onda-partícula

    O Todo w representa o monismo, idéia que amplia a nossa concepção de Deus. Não mais uma entidade separada de sua criação como quer a concepção monoteista de Deus, onde a criação é exterior a Deus. Qualquer noção que podemos ter da Divindade traz embutida em si o axioma da infinidade. Assim, a idéia do Monismo fica evidente se considerarmos que nada pode existir fora deste Infinito. A verdadeira criação é, portanto, produto de uma íntima transformação da Substância Divina original.

    Este capítulo vem nos revelar de maneira cristalina o mistério da Unidade e da Trindade de Deus, tema que se encontra em muitas religiões sob a forma de dogma, mas aqui Ubaldi rompe o véu do mistério e o apresenta sob um enfoque cientifico. Aprofundaremos nossa visão sobre este assunto nos capítulos 34, 35, 36 e 37 onde a nossa noção sobre a dimensão tempo será modificada ao tomarmos conhecimento do tema sobre a evolução das dimensões do Universo. Compreenderemos, então, porque w se encontra em todos os termos, inteiro, completo, perfeito, total, em todos os momentos.

     A afirmação: (...) Ela vos diz que sois consciências que despertam, almas que regressam a Deus. É a concepção bíblica do Anjo decaído que reaparece; (...) traz aqui novamente referências sobre a Teoria da queda que será desenvolvida nos livros Deus e Universo e O Sistema.

    Pedro Orlando Ribeiro
    http://www.monismo.com.br