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A Grande Síntese |
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Assim como temos uma alma
que rege nosso corpo, o universo têm a Lei como a sua alma. Um corpo sem alma é um cadáver.
Desta forma não existe vida ou atividade sem a presença de uma alma animadora. A alma
corresponde a parte invariável do binômio corpo-alma. O corpo nunca é o mesmo ao longo do tempo
e termina na morte. Por analogia, pode-se concluir que o nosso Universo também é temporário e
terá um fim como nosso corpo material. O que permanecerá será a sua essência: A Lei.
Esta Lei é o princípio vital do Universo
que mesmo transformando-o permanece invariavelmente a mesma. Para quem olha a partir da
matéria, os fenômenos que acontecem no Universo parecem ser regidos leis independentes uma das
outras. Esta é a visão da nossa ciência que ainda não conseguiu vincular todo o fragmentário
conhecimento humano a uma causa primeira, isto é, não conseguiu descobrir a existência de uma
Lei única que a tudo rege. Na leitura de A Grande Síntese seremos surpreendidos por
ilações inusitadas entre os mais díspares ramos da ciência: Também é lógico que, evoluindo
vossa ciência de sua atual forma exterior e de superfície, até sua mais completa forma de
ciência substancial e profunda, deva transformar-se em ciência abstrata, aproximando-se daquela
unidade fundamental em que os conceitos da matemática, da filosofia, da química, da biologia
etc., são uma só coisa. (Cap 55 de A Grande Síntese)
Os aspectos do Universo que vimos no capítulo anterior
podem ser tomados também como três formas de individuação (modos de ser) do nosso Universo:
Matéria, Energia e Espírito.
Ubaldi ao afirmar que: A estrutura ou forma, o movimento ou vir-a-ser, o princípio ou lei, podem também denominar-se:
ou também, movendo-se no sentido inverso:
está se referindo no caso da sequência Matéria, Energia, Espírito, às fases do nosso Universo decaído. Mas ao mover-se em sentido contrário emprega outros termos: Pensamento, Vontade, Ação. Neste caso está focalizando as fases do chamado processo criativo : princípio da semente ou germe, esquema segundo o qual continuou depois, continua e continuará a gerar-se o universo após a primeira gênese criadora. Sabemos que este é um sistema ecoante, de repetições de ações e de esquemas.(P. Ubaldi - Deus e Universo). É através deste processo criativo que o grande esquema da criação original se reflete escalonadamente no relativo do nosso Universo decaído. Assim como o universo antes da queda se desenvolveu da sua causa primeira - Deus, os fenômenos do universo decaído se desenvolvem a partir do espírito. Ubaldi emprega os seguintes símbolos para simplificar:
Isto posto, podemos melhorar o nosso resumo:
O nosso universo em harmonia com o processo criativo original é um fluxo dinâmico - uma onda segundo Ubaldi - que se movimenta e se transforma conforme o esquema: onde o espírito é o ponto de partida e a matéria é o
ponto de chegada. Mas, as coisas não acontecem linearmente - como a primeira vista podemos
pensar. Se assim o fosse, viveriamos num universo onde não existiriam a alternância que vemos
acontercer em todos os fenômenos, como por exemplo a periocidade entre o dia e a noite, o ciclo
climático, a regularidade ciclica dos movimentos planetários etc. Desta forma nos surge
espontâneamente a noção da Lei do Equilíbrio cuja onipresença em todos os fenômenos
universais faz com que o movimento do todo seja compensado por um movimento em sentido
contrário para que seja gerado o ritmo que estabelece a harmonia do conjunto. Assim, este movimento complementar pode ser representado pelo
esquema: Ora, os esquemas a®b®g e g®b®a nada mais são do que o semiciclo involutivo e o semiciclo evolutivo que compõem o grande ciclo involutivo/evolutivo de que falamos antes ao nos referirmos a teoria da queda. Podemos ver estes conceitos sintetizados nas figuras abaixo:
O
semiciclo involutivo corresponde a fase de formação do universo material enquanto o semiciclo
evolutivo, ora em curso, se refere a reconstrução e ao retorno ao ponto de partida (o espírito)
através da evolução da matéria até a sua completa espiritualização. Este capítulo contém uma previsão de Ubaldi que se
confirmou alguns anos depois, o que demonstra o caráter de revelação de A Grande
Síntese. Escrevendo este capítulo em 1932 afirmou que a passagem de g para b é fonte de
liberação de uma tremenda quantidade de energia, fato que se comprovou em 1945 com a explosão
da 1ª bomba atômica. Outro ponto a salientar na
leitura desta parte é a primeira referência de Ubaldi a Lei da Dualidade: (...) Isso
é também lógico e se realiza em virtude de uma lei de complementaridade, pela qual cada unidade
é metade de outra unidade mais completa. O conceito desta Lei é central no pensamento de
Ubaldi. Veremos o desenvolvimento deste tópico ao longo da obra. Aprendemos neste capítulo mais alguns conceitos novos: Se alguem quiser se
aprofundar nos temas aqui expostos, antes de proseguir a leitura de A Grande Síntese,
recomenda-se a leitura do capítulo 12 (Os Três Aspectos da Substância) do livro Deus
e Universo e os 4 primeiros parágrafos do capítulo 38 (A Personalidade Humana - 2ª parte
) do livro A Nova Civilização do Terceiro Milênio.
Pedro
Orlando Ribeiro | |||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
