A Grande Síntese

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Comentários e Observações sobre o Cap. 7 de A Grande Síntese

ASPECTOS ESTÁTICO, DINÂMICO E MECÂNICO DO UNIVERSO

    C omo foi dito no capítulo anterior, Ubaldi toma um caminho dedutivo para desenvolver o tema sobre os aspectos que o Todo-Uno apresenta. Posteriormente usará o método analítico para complementar o assunto.

    Por aspectos devemos entender como cada uma das faces que o Todo-Uno se apresenta à nossa observação.

     Ubaldi nos diz que no nosso universo o Todo-Uno pode ser considerado sob três aspectos:


Estático,
Dinâmico ,
Mecânico

     O aspecto Estático se refere a estrutura do Todo-Uno sem levar em consideração o dinamismo que o move e os princípios que o regem. É uma abstração da realidade pois sabemos que há simultaneidade nos três aspectos em virtude do caráter Monista do Todo. Sob este ponto de vista o universo é um organismo, isto é, um Todo constituído por partes especializadas, harmonicamente organizadas (equilibradas) num sistema hierarquizado. Isto significa que são três os predicados deste sistema: Ordem, Proporção e Individuação. Não se trata, portanto, de uma ajuntamento amorfo de idênticos elementos singulares que apresentam os mesmos predicados em todas as direções. Assim podemos estabelecer as seguintes correspondências:


Especialização ® Individuação,
Equilíbrio ® Proporção
Hierarquia ® Ordem

     O aspecto Dinâmico se refere ao Devenir do Todo. Devenir significa transformação incessante e permanente pela qual as coisas se constroem e se dissolvem noutras coisas; devir, vir-a-ser. (Aurélio) Não é um transformismo aleatório, e sim uma trajetória com um objetivo predeterminado a atingir. Como vimos no capítulo anterior este telefinalismo se refere ao retorno ao ponto de partida do ciclo involutivo/evolutivo. O aspecto dinâmico também possui os atributos de Ordem, Proporção e Individuação.Desta forma o princípio de ordem impede que as infinitas trajetórias se misturem e se choquem. Há equilíbrio no transformismo das partes em relação ao Todo e vice-versa de modo que não haja desproporção no avanço evolutivo. E por fim, o transformismo se apresenta individualizado segundo os inúmeros tipos que assume: físico, químico, biológico, social etc. Em outro dos seus livros Ubaldi afirma: (...) cada elemento percorre a sua trajetória, em equilíbrio com as demais, relacionando-se, com relações, interferindo-se, com ações e reações reguladas, tudo coordenado em um imenso organismo, seja no plano dos corpos celestes e do dinamismo que os move, seja no plano biológico e espiritual.(P. Ubaldi - A Técnica Funcional da Lei de Deus)

     Antes de abordarmos o aspecto mecânico, é necessário esclarecer o significado da palavra mecânico no contexto filosófico. Mecânico: (Filos.) Relativo a processo em que cada momento é determinado por condições antecedentes invariáveis. Portanto, nos textos Ubaldianos, o aspecto mecânico se refere às Leis e Princípios que regem o Todo.

    O aspecto mecânico se refere ao que é invariável no nosso Universo, ou seja, as Leis e Princípios que regem o transformismo fenomênico. Assim, os atributos Ordem, Proporção e Individuação que caracterizam os aspectos estático e dinâmico são resultados da regência do aspecto mecânico sobre os outros dois.


R E S U M O
Aspectos do Universo Descrição
>ESTÁTICO>Estrutura e forma
>DINÂMICO>Movimento e transformação
>MECÂNICO>Leis e princípios

     Veremos ao longo deste livro que estes três aspectos nos levarão a concepção de que o nosso Universo é constituído por três planos de existência que se transformam uns nos outros e são concomitantes.

    Um conceito que deveremos ter sempre em mente, ao caminharmos pelos demais capítulos deste livro, é que cada aspecto desta triplicidade não existe separadamente: Quer o observemos como organismo, como devenir, ou como lei, chegaremos ao mesmo conceito por três estradas diferentes..., isto é, o que existe no fundo é uma substância única sujeita a uma única Lei. Vimos nos parágrafos acima que o conceito central desta Lei é a ordem mas, como entender, então, a afirmação: (...) um todo, composto de partes, não reunidas ao acaso, mas com ordem e proporção recíproca; mesmo que momentânea e excepcionalmente possa ocorrer o contrário ...?

    A impressão que se tem é que há falhas nesta ordem, pois nem sempre ela é soberana. Como explicar este aparente paradoxo? Embora Ubladi só vá explicar esta contradição nos livros Deus e Universo e O Sistema, nos adiantamos a isto no capítulo anterior onde referimos resumidamente sobre a teoria da queda.

    Para ficar bem claro nunca é demais repetir aqui parte do que escrevemos: (...) Assim, surgiu o ciclo involutivo/evolutivo. A Grande Síntese descreve o semiciclo evolutivo que representa a recuperação da queda original. Como foi dito acima o universo funciona sob um esquema de tipo único e por isso o ciclo involutivo/evolutivo é repetido em todo particular, isto é, as menores coisas do nosso universo seguem uma evolução cíclica com avanços e recuos (construção e destruição). Veremos no capítulo 26 que estes avanços e recuos periódicos se dão num ritmo de 3:2. Isto é, três passos no sentido evolutivo e dois no sentido involutivo. Estas duas etapas de regressão explicam o paradoxo.

    Pedro Orlando Ribeiro
    http://www.monismo.com.br