Neste capítulo, Ubaldi nos mostra, através de uma visão panoramica, o transformismo que a Substância sofre no nosso Universo ao passar evolutivamente de uma fase a outra, isto é, a transformação representada pelo o seguinte esquema:
matéria (g) ® energia (b) ® espírito (a)
Sabemos que matéria, energia e espírito são as três fases que a substância toma no nosso Universo. Podemos dizer que estas fases são individuações (modos de ser) que a Substância Divina assume no nosso mundo. É preciso sempre ter em mente que o princípio da individuação é universal, assim, todos os fenômenos se distinguem, uns dos outros, por uma expressão particular própria. Deste modo, quando empregamos a palavra indivíduo, ela é extensiva a todo e qualquer fenômeno seja ele físico, energético ou psíquico. O significado que Ubaldi dá a palavra fenômeno no caítulo 22 é: Por fenômeno, entendo uma das infinitas formas individuadas da substância, o seu devenir e a lei do seu devenir. Por exemplo: um tipo de corpo químico, de energia, de consciência, em seus três aspectos - estático, dinâmico e mecânico. Fenômeno é a palavra mais ampla possível, porque compreende tudo, enquanto é e se transforma de acordo com sua lei. Em meu conceito, ser jamais significa estase, mas eterno devenir.
Com a evolução as individuações dinâmicas (luz, calor, eletricidade etc.), tornam-se cada vez mais definidas, com existências autônomas e personalidades próprias, diferenciando umas das outras até ao ponto em que suas trajetórias ondular-esféricas tomam a forma complexa de vórtices energéticos, assim, no instante em que o movimento ondular muda para o movimento vorticoso é que surge a vida. É, portanto, no emaranhado movimento dos vórtices que reside o germe da vida. O estudo destes vórtices será tema dos capítulos 53 e 55. Quanto mais se sobe na escala evolutiva mais se evidencia o princípio de individuação, assim, os seres vivos têm a suas individualides muito mais acentuadas por serem mais evoluídos que as formas dinâmicas.
Num Universo regido pela Lei da Dualidade a energia na sua evolução passou por duas etapas, a primeira de concentração cinética b ® g no núcleo dos átomos no microcosmo e nas nebulosas astronômicas no macrocosmo. A segunda etapa se refere ao transformismo inverso g ® b devido ao envelhecimento da matéria com o aparecimento da radioatividade. Em consonância com a Lei da Analogia há uma semelhança no desenvolvimento do vórtice galáctico e do vórtice atômico. Assim, é possível compreender a evolução atômica tomando como modelo o universo astronômico pois o macrocosmo repete o microscosmo e não poderia ser de outra forma já que o maior se estrutura pelo menor: Ora, esse microcosmo não é senão o primeiro elemento do edifício molecular, que não é senão o primeiro do edifício celular, que não é senão o primeiro do edifício orgânico, que não é senão um caso único do edifício biológico. Sobre o plano físico, a mesma progressão hierarquicamente construtiva se estende do átomo à molécula, aos cristais ou cúmulos, às grandes estratificações geológicas, aos planetas, aos sistemas solares e galácticos, aos sistemas de sistemas galácticos. (P. Ubaldi - Problemas do Futuro)
De conformidade com o princípio de que tudo no Universo segue um esquema de tipo único, Ubaldi mostra neste capítulo que tanto o microcosmo ( o átomo) como o macrocosmo (as nebulosas siderais) obedecem a esse esquema. Assim, a partir do Hidrogênio a matéria desenvolveu a série das espécies químicas agregando novas órbitas eletrônicas a partir do núcleo, na astronomia as nebulosas são pontos de alta concentração de energia onde nascem as estrelas que ao envelhecerem afastam deste centro dando origem as galáxias.
Assim o átomo é formado de maneira análoga ao vórtice
galáctico. No átomo os eletrons são lançados a partir do núcleo (centro do átomo) formando a série dos elementos químicos do H (hidrogênio) até o U (Urânio). A forte concentração energética num determinado ponto do espaço em forma de núcleos (éter) que num dado momento atinge a saturação dá origem aos elementos químicos (a matéria g) com a expulsão de elétrons que formam os orbitais atômicos. Paralelamente o mesmo tipo de fenômeno que acontece no microcosmo se repete no macrocosmo com a formação dos aglomerados galácticos.
Segundo Ubaldi o éter é formado por núcleos atômicos sem os orbitais eletrônicos e é o último termo da descida de b. A energia no seu processo de concentração, durante seu transformismo involutivo, passa por uma fase intermediária entre energia e matéria. Esta fase intermediária é o chamado Éter que é basicamente constituído de núcleos sem orbitais eletrônicos. Podemos, então, imaginar que o espaço não é um vazio, e sim uma entidade que não é nem energia e nem matéria, mas uma coisa diferente com propriedades de ambas as fases. Desta forma podemos pensar que o universo é um tecido contínuo sem vazios, onde os corpos celestes e o espaço formam, devido a natureza MONÍSTICA do Universo, uma unidade monolítica contínua. Este tecido cósmico pode ser comparado, a grosso modo, com um tecido de diferentes espessuras ao longo de sua superfície. Ou, se pensarmos em três dimensões, o universo pode ser concebido como um sólido esférico com zonas de diferentes densidades. O termo densidade deve ser compreendido como derivado do conceito de encurvamento espacial.
Neste Universo trifásico há continuidade entre as fases. Desta forma não há um transformismo abrupto, a passagem evolutiva ou involutiva de uma fase à outra se dá em forma de uma continuidade em que há uma coexistência das propriedades das duas fases envolvidas no transformismo. O que acontece quando a energia b involuindo no transformismo b ® g é uma rearrumação de suas trajetórias cinéticas que mudam de um movimento ondular quase retilineo para um movimento circular fechado. O transformismo inverso g ® b acontece na abertura dos orbitais atômicos com o reaparecimento da energia sob a forma de um movimento ondular retilíneo. Na realidade a trajetória deste movimento não é totalmente retilíneo. A linha descrita por este movimento também é circular mas, como o raio deste círculo é amplo, não conseguimos perceber a curvatuta de sua trajetória. Não devemos estranhar este fato já que tudo no Universo é ciclico, assim, todo fenômeno tem que volver sobre si mesmo, até mesmo a energia.
Em última análise tudo no Universo é movimento, a matéria é formada pelos movimentos circular fechado e através da radioatavidade este movimento torna-se esférico-ondular e por último, pelo complexo entrelaçamento dos movimentos ondulares da forma mais evoluida da energia, a eletrecidade, surgem os vórtices dinâmicos na forma de turbilhões energéticos.
Pedro
Orlando Ribeiro http://www.monismo.com.br
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