Neste ponto, Ubaldi retorna ao tema do capítulo 19 onde abordou de forma geral as formas evolutivas dos três estados da substância (g, b,a) e agora aprofunda os conceitos ali descritos em relação a fase b (energia).
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No transformismo da matéria em energia (g®b) o átomo radioativo libera os elétrons do movimento circular fechado, lançando-os no espaço onde os seus movimentos tomam a forma ondular-esférica com direções radiais de trajetórias já que os elétrons apresentam a dualidade onda-partícula, fato revelado pelo físico francês Louis de Broglie em 1924. As características dimensionais deste movimento ondulatório são o comprimento de onda e a freqüência vibratória. . Deste modo surge a série evolutiva das espécies dinâmicas análoga a série estequiogenética das espécies químicas. Nos Comentários sobre aquele capítulo, adiantamos o passo mostrando a tabela setenária das espécies dinâmicas. Para relembrarmos, reproduzimos essa tabela abaixo.
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Espectro Energético |
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Tipo de
Energia
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Freqüência | Comprimento de Onda |
I | Gravitação | ? | ? |
II | Radioatividade
(Raios Gama e Raios X) | 5 X 1019 Hz a 2,4 X 1016 Hz | 5 X 10-10m a 1,2 X 10-9m |
III
| Raios Ultravioletas | 2,4 X
1016 Hz a 8 X 1014 Hz | 1,2-9m a 2 X 10-7
m |
IV | Luz | 7,69 X 1014 Hz a 3,84 X 1014 Hz |
3,5 X 10-7m a 7,5 X 10-7m |
V | Raios Infravermelhos (radiações
caloríficas) | 3,84 X 1014 Hz a 3 X 1011 Hz | 7,5 X 10
-7m a 6 X 10-5m |
VI |
Ondas elétricas hertzianas (Tv, Rádio, Radar,
microondas) | 3 X 1011 Hz a 3 X 103 Hz | 10-3m
a 105m |
VII | Vibrações Dinâmicas em meios mais densos (Eletricidade, Ultra-Sons,
Som) | Som: 32Hz a 32 X 104 Hz Eletricidade Corrente Alternada: 60Hz | Eletricidade Corrente Alternada: 3 X 108m |
Quando Ubaldi escreveu o presente capítulo (1934) várias faixas de freqüências do espectro energético ainda eram desconhecidas pela ciência. Hoje o desenvolvimento da ciência e da tecnologia possibilitaram o aparecimento de muitas aplicações práticas das vibrações etéreas e dinâmicas tais como o surgimento do Rádio, da Televisão, dos satélites de comunicação, dos computadores, da Internet, dos telefones celulares, do forno de microondas, da aplicação do ultra-som na medicina e de inúmeras outras aplicações todas baseadas no espectro energético. Assim, sua listagem sobre as faixas de freqüências pode ser atualizada pois as zonas do espectro que eram desconhecidas na época, hoje são amplamente conhecidas.
Como ilustração, veja na tabela seguinte as aplicações na faixa das microondas que ainda eram desconhecidas na época. É importante observar que cada faixa de freqüência pode ser desdobrada em oitavas como na seqüência principal, assim a faixa relativa as Microondas também se comporta desta forma.
FAIXAS DE FREQÜÊNCIA DE MICROONDAS |
INTERVALOS DE FREQÜÊNCIAS |
APLICAÇÕES |
Freqüência Muito Baixa (VLF)
| 3 X 103 Hz a 3 X 105 Hz |
Radio Navegação & comunicação aéreo/marítimo |
Baixa Freqüência (LF) |
3 X 105 Hz a 3 X 106 Hz |
Radio AM, Serviço de Informações ao Viajante |
Alta Frequência (HF) |
3 X 106 Hz a 3 X 107 Hz |
Rádio - Ondas Curtas |
Freqüência Muito Alta (VHF) |
3 X 107 Hz a 3 X 108 Hz |
TV Banda 1 - Canais 2-6, Radio FM, TV Banda 2 - Canais 7-13, Super Banda (Celular/fixo rádio & TV) |
Ultra Alta Freqüência (UHF) |
3 X 108 Hz a 3 X 109 Hz |
Canais 14-70, Banda de Freqüência L (L-band), Serviços de Comunicação Pessoal (PCS) |
Freqüência Super Alta (SHF) |
3 X 109 a 3 X 1010 Hz |
C-band, X-band, Ku-band, Ka-band |
Freqüência Extremamente Alta(EHF) (Ondas milimétricas) |
3 X 1010 Hz a 3 X 1011 Hz |
Satélites de Comunicação |
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Ubaldi reforça aqui suas observações, feitas no capítulo 38, sobre a gravitação. Ele reafirma que a energia gravífica transmite-se por ondas cuja velocidade é superior a das ondas luminosas. A ciência atual já admite a existência das ondas gravitacionais embora ainda não tenha conseguido detecta-las na prática. A existência das ondas gravitacionais foi sugerida, no final do século XIX por cientistas como Heaviside, Lorentz e Poincaré. Einstein na sua teoria da Relatividade Geral previu a existência das ondas gravitacionais, mas acreditava que a velocidade da luz (300.000 km/s) era a máxima do Universo. Ubaldi nos surpreende ao afirmar (Cap. 38) que as ondas gravitacionais têm uma velocidade própria de propagação superior à das ondas eletromagnéticas e à da luz a qual é a máxima no sistema.
Na realidade, como já havíamos dito nos comentários do cap. 38 sobre o espaço-dinâmico, a gravitação nada mais é que ondulações resultantes do encurvamento do espaço-tempo. Assim, as outras formas dinâmicas (raios X, luz, microondas etc.) também são produtos de encurvamentos - menores que o da gravitação - do espaço-tempo. Deste modo, podemos agora compreender porque a gravitação é protoforma do universo dinâmico pois é pelo progressivo desdobramento deste encurvamento que nasce as outras espécies dinâmicas.
Outro ponto a salientar é que a gravitação e os raios gama ainda estão vinculados à matéria. Assim, a gravitação é relativa a energia cinética da matéria e os raios gamas são emanações radioativas da matéria, sempre acompanhados por emissões das partículas materiais alfa ou beta (não confundir com as fases a e b). Somente a partir dos Raios-X encontramos as formas dinâmicas puras.
A medida que a série dinâmica evolui das formas mais energéticas para as formas menos energéticas, conforme a seqüência:
Gravitação → Raios-x
→ Ultravioleta → Luz → Infravermelho → Ondas Elétricas → Eletricidade, Som
A energia vai-se degradando, é o fenômeno da entropia. Para um olhar desavisado pode parecer que signifique extinção pura e simples das formas energéticas. O mesmo acontece coma fase matéria aparentemente aniquilada pela radioatividade e também com as formas biológicas caminhando para a morte devido a deterioração vital. Assim, a entropia é um processo universal não restrita somente a fase energia. Se o fenômeno da entropia fosse um processo irreversível o nosso universo já teria desaparecido pois as suas três fases constitutivas - matéria, energia, espírito - não mais existiriam por ação do aumento progressivo da entropia (2ª Lei da Termodinâmica) conforme vimos no capítulo anterior em relação a fase energia.
Como, então, explicar que apesar desta destruição permanente o Universo sobrevive e o progresso é uma constante em tudo que existe? Vimos anteriormente que tudo o que existe é dualístico e funciona por ciclos desde dos fenômenos do macrocosmo até aos do microcosmo. Por esta razão deve existir no mecanismo universal a parte inversa e compensadora do fenômeno da entropia que restaura a potencialidade perdida. Na realidade, se os fenômenos diminuem de intensidade e se esgotam em sua forma atual, se se desgastam, envelhecem e morrem, nem por isso se aniquilam e anulam. (P. Ubaldi - A Nova Civilização do Terceiro Milênio). O que acontece longe de nossa percepção é o transformismo de cada fase em sua fase superior. Desta forma, quando a forma energética radiante de b alcança a sua maior deterioração: as ondas elétricas que propagam no éter, ela se transforma em vida, isto é, realiza o transformismo b → a . Aqui acontece o transformismo que podemos denominar de Passo da Vida. É o que veremos no próximo capítulo.
Pedro
Orlando Ribeiro http://www.monismo.com.br
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