A Grande Síntese

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Comentários e Observações sobre o Cap. 47 de A Grande Síntese

A DEGRADAÇÃO DA ENERGIA

    Neste capítulo é desenvolvido o tema da degradação da energia, fato que na Física é tratado com o nome de Entropia. A energia existente no Universo se conserva, isto é, sua quantidade não aumenta e nem diminui (1ª Lei da Termodinâmica), no entanto em vários processos naturais de transformação de um tipo de energia em outra ou na sua transformação em trabalho este transformismo é irreversível, ou seja, ocorre em uma única direção (2ª Lei da Termodinâmica). Teoricamente esses processos poderiam se dar em qualquer dos dois sentidos sem violar o princípio da conservação da energia (1ª Lei) mas isto não acontece, há uma perda de qualidade energética no processo.

    Exemplificando: Tomando-se dois recipientes contendo água, nos quais as temperaturas são diferentes. Suponha que no primeiro a temperatura é de 70oC e no outro é de 30oC, entretanto, se misturamos os dois líquidos obteremos a temperatura de 50oC, porém, nunca conseguiremos reverter o processo de forma a obter as temperaturas anteriores. Em termos energéticos, quando fizemos a mistura houve conservação da energia pois é maior a massa final da mistura. Assim, a 1ª Lei foi preservada. Mas, houve uma "perda" nos efeitos úteis da energia pelo "desaparecimento" do gradiente energético de 40oC que existia antes da mistura.

    Há, portanto, na natureza dos fenômenos energéticos uma tendência ao nivelamento, ao equilíbrio, a estase. Segundo muitos cientistas a entropia representa o nivelamento de todas as desigualdades no universo dinâmico e, desta forma, todo o cosmo caminha para uma morte térmica devido a irreversibilidade dos processos naturais das trocas energéticas.

    Assim, a 2ª Lei da Termodinâmica estabelece que os processos naturais são irreversíveis e em conseqüência a ENTROPIA do universo sempre aumenta. Este fato levou a conclusão que o mundo dinâmico marcha para a degradação da energia passando de espécies energéticas com maior capacidade de trabalho para as de qualidade inferior, pois a ciência da Termodinâmica nos revela:
Variáveis intensivas não dependem do tamanho do sistema (e.g. temperatura, concentração, pressão, densidade); elas são ditas não-aditivas, porque quando dois sistemas idênticos são juntados formando um só os valores das variáveis intensivas não mudam.
Variáveis extensivas, por outro lado, dependem do tamanho do sistema (e.g. massa, volume, entropia, número de moles); elas são ditas aditivas, pois aumentam quando dois sistemas idênticos são combinados em um só.

    A ciência ainda não conseguiu uma explicação satisfatória para o desaparecimento para os nossos sentidos de parte da energia de qualquer fenômeno de transformismo energético. A ciência física não avançou neste tema porque ela tem como parâmetros do seu campo de investigação as fases matéria e energia, isto é, só considera como objeto de sua pesquisa os fenômenos situados nas dimensões espaço-temporais e, não percebeu que o transformismo evolutivo é mais amplo que a evolução Darwiniana das espécies orgânicas. Ubaldi estende o fenômeno evolutivo para o mundo inorgânico da matéria e da energia. Tudo no universo muda e se transforma não importando a fase que atravessa (g, b e a), assim, a energia após sofrer o transformismo involutivo de concentração dinâmica b®g em universo que precede ao nosso, ressurge agora através da desintegração atômica da matéria g®b e dirige-se para o transformismo b®a. Em outras palavras, a energia mais amadurecida converte-se em vida e psiquismo.

    Haverá uma imensa revolução científica quando a ciência perceber que o universo é trifásico e monista, isto é, que todos os fenômenos que acontecem no nosso universo, sejam eles materiais, energéticos ou psiquicos, apresentam concomitantemente estas três fases embora possam a primeira vista parecerem isoladas umas das outras. Existe um transformismo evolutivo entre estas fases (b®g, g®b, b®a), a irreversibilidade deste transformismo é relativa porque todos os fenômenos no universo são cíclicos. O transformismo g®b presume a transformação involutiva complementar b®g, mas como esse ciclo é na realidade uma espiral de abertura constante, embora com sucessivos regressos às fases ja percorridas, assim é constante dilatação das volutas desta espiral em direção evolutiva indicando que o transformismo fenomênico tem "mão única", isto é, são irreversíveis no seu conjunto. Desta forma, a Fisica descobrirá que a irreversibilidade dos fenômenos é conseqüência de um prefixado telefinalismo que implicará na restauração do Sistema perfeito original, para o qual todo o processo evolutivo universal obrigatoriamente se convergirá. Ubaldi compara a evolução como um rio a fluir para o mar. No rio a corrente é livre, isto é, pode escolher seu caminho, mas o ponto de chegada está fixado: o mar.

    Assim, o fenômeno da Entropia corresponde a transformação b®a

    Em outro volume de sua extensa obra Ubaldi faz a seguinte observação sobre o fenômeno da Entropia: Abandonado a si mesmo, já o dissemos, seguindo o seu caminho, o mundo dinâmico chegaria a uma ordem final sua, em que, atingido o completo nivelamento das diferenças energéticas, se alcança o zero absoluto dinâmico, que é a anulação do movimento numa estase final, em que, no equilíbrio atingido pela entropia, cessam todas as manifestações energéticas de nosso universo. Mas a evolução não se deixa arrastar por essa estrada, que seria a conseqüência lógica das causas presentes no fenômeno. Ao contrário, introduz nele outras novas, inéditas, desviando-o para seus fins que são completamente diferentes. Assim a vida se inicia e a subida toma outra direção. Aquele movimento que tende a anular-se de um lado, reaparece sob forma diversa do outro. Mais adiante complementa: Eis que, então, a entropia, que parece nutrir-se com um parasita do esgotamento do universo, só destrói deste, em realidade, um modo de existir, e não a substância, que continua indestrutível para evoluir em outras formas. Em outros termos, com a entropia tende a extinguir-se o movimento em sua forma inferior, passiva e determinística, em que ele é fatalmente aceito e inconscientemente seguido, para transformar-se num movimento de forma superior, ativa e livre, em que ele é querido e guiado pelo ser. É bem evidente a imensa distância que corre entre os dois fenômenos. O primeiro tipo de movimento pode ser representado por um meteorito ou planeta ou astro lançado no espaço, cegamente submetido às leis de­terminísticas do mundo físico e dinâmico; enquanto o segundo tipo de movimento pode ser o de um disco voador, dirigido pela vontade de um ser inteligente. (P. Ubaldi - Evolução e Evangelho)

    Pedro Orlando Ribeiro
    http://www.monismo.com.br