A Grande Síntese

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Comentários e Observações sobre o Cap. 41 de A Grande Síntese

INTERREGNO

    A qui o autor faz uma pausa após ter percorrido um longo caminho. É uma interrupção na árida dissertação conceitual para refazermos nossas energias, despendidas durante a caminhada, para depois retomarmos, com novo ânimo à jornada. Quem chegou até aqui e olhar para trás verá que muito aprendeu sobre a grande Lei que governa o nosso Universo e sentirá feliz por de ter conseguido chegar até este ponto e, concluirá também, que o caminho do conhecimento é infindo mas que o cansaço da subida torna-se uma forte vontade que o impelirá cada vez mais velozmente para frente. Mas, para aqueles que recusam o esforço destas elevadas compreensões, como nos afirma Ubaldi, não haverá luz no amanhã do espírito.

     No nosso mundo infeliz, repleto do mal e de ignorância, as almas se digladiam no corpo a corpo da luta cotidiana na busca da sobrevivência individual, que se torna cada vez mais difícil devido à ampliação das necessidades materiais criadas pela complexidade da vida moderna. Este fato leva a vinculação do nosso espírito à matéria pois mergulhamos de cabeça na profundidade das coisas materiais e, com isso, negligenciamos o nosso crescimento espiritual que se situa no pólo oposto ao da matéria. No livro Problemas do Futuro Ubaldi comenta: Os imóveis sábios orientais, reclusos nos conventos do Tibete, podem bem olhar com piedade para a nossa vertiginosa sociedade, que em cima do edifício das suas conquistas vê apresentar-se o suicídio atômico. E no entanto a corrida do "tempo é dinheiro", é a sua punição. A presença do nosso erro é revelada pela nossa ansiedade. [...] O tormento e a pressa são índices de vácuo interior, de fome de espírito, de ameaçadoras carências.

    No torvelinho da nossa vida aparece, então, freqüente e evidentemente, o momento crítico da crise espiritual em que a voz se faz ouvir, distinta, inflamando a vida e jamais se calando. (P. Ubaldi - As Noúres) Esta VOZ ecoa neste livro e na consciência de todos aqueles que estão prontos para ouví-la por terem alcançado um nível de evolução onde não mais satisfazem as miragens provindas do ilusório mundo exterior. No centro do nosso ser existe uma frustação porque nunca encontramos satisfação naquilo que o mundo exterior nos oferece. É necessário inverter a direção do nosso olhar, dirigindo-o para o interior de nosso espírito, fixando-o corajosamente no âmago da nossa personalidade. É aí que se encontra a resposta para os nossos anseios mais íntimos. É por esta razão que este livro, A Grande Síntese, segue a trajetória do exterior para o interior, partindo da descrição da matéria e concluindo no campo do psiquismo,

     O surgimento deste livro será considerado nos próximos séculos como o marco divisório entre a civilização materialista e a civilização do espírito que silenciosamente está se formando seguindo o caminho do exterior (mundo materialista) para o interior (mundo espiritual). Gigantescas serão as conseqüências das teorias divulgadas por este livro para a humanidade quando a consciência coletiva do mundo "acordar" e descobrir esta poderosa ferramenta conceitual. Todos os ramos do saber humano serão reformulados e reorientados para se harmonizarem com as diretrizes do pensamento Ubaldiano.

     Finalizando, o autor nos revela que as fontes que sustentam esta dissertação filosófica-científica não são apenas os argumentos lógicos mas também uma irresistível paixão pelo bem, sem a qual este tratado seria letra morta. Esta paixão arde escondida nas entrelinhas deste escrito. Quem não perceber o amor implícito nesta exposição terá gasto o seu tempo em vão.

    Pedro Orlando Ribeiro
    http://www.monismo.com.br