Nos
seus modos-de-ser as individualidades se organizam em unidades coletivas através da combinação orgânica
de
seus
íntimos movimentos, em conseqüência os princípios que regem estes transformismos evolutivos também formam
um
organismo
de
leis: as leis múltiplas.
Princípios |
Modos
de ser |
Unidades Coletivas |
Organismo de formas |
Ciclos múltiplos |
Organismo de forças |
Leis Múltiplas |
Organismo de leis |
Este organismo de leis, embora seja unitário (Monismo),
pode ser visto nos seus reflexos multifacetados em que se subdivide a lei única que
pode ser considerada sobre dois aspectos opostos: princípio da divisibilidade e
princípio da recomposição.
Essa Lei não é uma coisa longínqua e
genérica. Nos seus princípios
fundamentais é como uma árvore feita de um tronco central, de que partem muitos ramos e uma infinidade de
folhas. Assim a lei geral se subdivide em muitas leis menores, que são tantas quantas as formas dos seres e
dos fenômenos. Estes se reagrupam, segundo o ramo de que derivam, mas, por outro lado, eles se subdividem
até chegar aos mínimos particulares que encontramos na realidade. (P. Ubaldi - A Técnica Funcional da lei
de Deus)
|
Assim, equilibrando o princípio das unidades coletivas
,
encontra-se o princípio da diferenciação. Se a lei das unidades coletivas não fosse
equilibrada por um princípio oposto, o Todo tornar-se-ia homogêneo e igual em todas as direções e sentidos,
perderia, portanto, seu caráter orgânico pois não é possível organizar coisas iguais, pois são
indistinguíveis entre si. A finalidade da evolução é, por conseguinte, a busca da unidade na pluralidade e
do determinismo
coletivo sem prejuízo do livre individualismo.
Abaixo estão listadas outras leis, cujos nomes e definições estão um pouco diferente de
Ubaldi mas a essência é a mesma. Outra lei importante é a Lei do
Equilíbrio que ficou evidenciada quando falamos da Lei da Dualidade. Podemos defini-la da seguinte
forma: "Em um sistema orgânico em que predominar exageradamente uma situação em prejuízo de sua forma
oposta, surgirá um movimento reequilibrador valorizando o lado contrário." Lei da
Causalidade: A toda causa corresponde um efeito proporcionado. Lei da Analogia:
Em toda a escala do processo evolutivo existe uma unidade de princípios de forma tal que qualquer lei é
aplicável em todas as alturas desde que adaptada ao seu grau evolutivo. Lei dos
Grandes
Números: Em um sistema, sob o ponto de vista microscópico, o comportamento dos componentes individuais
é livre, mas, sob uma visão macroscópica há um determinismo nos efeitos da interação entre os elementos
singulares. (Ubaldi denomina esta lei de Lei da Espécie)
Lei da Continuidade:
Lei que determina que não existe interrupção ou saltos entre as ações sucessivas de diversas leis.
Englobando a leis acima podemos enunciar a Lei da Evolução: Todos os
sistemas estão submetidos a uma interação dinâmica, em que o fluxo dos fenômenos é ordenado segundo leis
preestabelecidas, e cuja meta final é a organização e a unificação em sistemas maiores. O Conceito de
EVOLUÇÃO é a espinha dorsal de todo Sistema, como segundo tempo da subida após a queda. (P. Ubaldi -
Problemas Atuais).
Podemos deduzir do conjunto das leis acima enunciadas, uma série de Leis, derivadas diretamente ou através
de combinações. Da combinação da Lei da Analogia com a Lei da Continuidade
teremos a Lei da Afinidade: Na interação de elementos de um mesmo sistema
orgânico, existe uma prioridade para as interações oriundas do mesmo nível evolutivo sobre as situadas em
níveis hierárquicos diferentes. Isto explica a comunicação e o entendimento mais fáceis dentro do
mesmo
grupo social do que entre grupos sociais diferentes. Da lei do equilíbrio retiramos a
Lei de Simetria: Todo fenômeno tem sua contraparte simétrica. (Ubaldi define fenômeno
"como uma das infinitas formas individuadas da substância, a sua transformação e a lei dessa sua
transformação." )
A Lei do Ordenamento Orgânico pode ser inferida tanto da Lei dos
Grandes Números como da Lei das Unidades Coletivas: Os sistemas orgânicos se organizam a partir do
indivíduo singular para o indivíduo coletivo em complexidade progressiva.
Da união entre a Lei da
Causalidade e a Lei do Equilíbrio temos a Lei da Ação e Reação: A toda ação
corresponde uma reação do mesmo tipo da ação original. Outras Leis podem ser obtidos da
combinação entre as leis principais. Para concluir, podemos resumir em um quadro a relação de princípios
descritos acima.
PRINCÍPIOS BÁSICOS DO MONISMO UBALDISTA
|
Princípio Geral de Ordem
| É
Lei geral que
qualquer fenômeno tem
uma trajetória própria de desenvolvimento e um telefinalismo prefixado que não pode mudar, é sua lei,
coordenada à lei maior. Em seu aspecto dinâmico torna-se ritmo
.
|
Lei da
Evolução | Todos
os sistemas estão submetidos a uma interação dinâmica, em que o fluxo dos
fenômenos é ordenado segundo leis preestabelecidas, e cuja meta final é a
organização e a unificação em sistemas maiores.
|
Lei da Trindade da
Substância | O universo se individualiza
por unidades trinas . |
Lei do Equilíbrio (Lei da Compensação)
| Em um sistema orgânico em que
predominar exageradamente uma
situação em prejuízo de sua forma oposta, surgirá um movimento reequilibrador
valorizando o lado contrário. |
Lei
da Dualidade | Toda unidade é dual,
isto é, compõe de duas partes, do ser e do não-ser, em duas metades inversas e
complementares, contrárias e no entanto recíprocas, antagônicas mas necessárias
|
Lei das
Unidades Coletivas | Princípio de
organização do simples para o complexo, do crescimento orgânico das partes
justapostas.
Aqui não vale a idéia de linearidade. A união não é apenas espacial e
temporal é sobretudo orgânica. Embora seja uma justaposição permanece o
princípio da organização hierarquizada. No aspecto dinâmico torna-se Princípio dos Ciclos Múltiplos e no aspecto conceptual
constituem as Leis Múltiplas |
Lei da Diferenciação
| Princípio
que determina que tudo é individuado
no Universo. É o princípio oposto ao das Unidades Coletivas
(conseqüência da ação da Lei do equilíbrio) que determina que a individualidade dos componentes singulares
é mantida no seio das unidades maiores. |
Lei dos Grandes Números
(Lei da
Espécie)
| Em um
sistema, sob o ponto de vista
microscópico, o comportamento dos componentes individuais é livre, mas, sob uma visão
macroscópica, há um determinismo nos efeitos da interação entre os elementos
singulares. Esta Lei é conseqüência da combinação da Lei das Unidades Coletivas e da Lei da Diferenciação.
|
Lei da Analogia | Em
toda escala do processo evolutivo existe uma unidade de princípios de forma tal que qualquer lei
é aplicável em todas as alturas desde que adaptada ao seu grau evolutivo. A Lei da Analogia
é o aspecto conceptual da Lei da Afinidade. |
Lei da Causalidade |
A toda causa
corresponde um efeito proporcionado .
|
Lei da Continuidade |
Lei que determina que
não existe interrupção ou saltos entre
as ações sucessivas de diversas leis .
|
Lei do Desenvolvimento Cíclico |
No universo tudo se desenvolve por ciclos com avanços e recuos
periódicos e não por bruscas inovações.
O ciclo é na realidade, uma
espiral que se abre e se fecha, mas no cômputo geral mantém uma abertura constante que revela a existência
uma inflexível trajetória evolutiva que supera os retornos involutivos. |
Lei da Ação e
Reação | A toda
ação corresponde uma reação do mesmo tipo da ação original. Esta
lei é resultado da combinação da Lei da Causalidade e da Lei do Desenvolvimento Cíclico.
|
Lei da Afinidade | Na
interação de elementos de
um
mesmo sistema orgânico, existe uma prioridade para as interações oriundas do mesmo
nível evolutivo sobre as situadas em níveis hierárquicos diferentes. Podemos
considerar esta Lei como o aspecto dinâmico da Lei da Analogia. |
Lei do Ordenamento Orgânico
| Os sistemas orgânicos se
organizam a partir do indivíduo
singular para o indivíduo coletivo em complexidade progressiva. |
Lei de Simetria
|
Todo fenômeno tem sua contraparte
simétrica. É uma conseqüência das Leis do Equilíbrio e Dualismo . |
Lei da Indestrutibilidade da Substância e
do Transformismo Universal
| Esta lei é
resultado direto da Lei da Evolução, pois a evolução nada cria e nada destrói em sentido absoluto, mas a
tudo transforma.
|
Além das leis relacionadas acima, Ubaldi enumera e define
uma
série de
princípios menores, aspectos secundários da grande Lei:
|
Princípio do mínimo esforço |
Também pode ser denominado Princípio do Caminho Mínimo. Regula a economia da Evolução |
Princípio de reciprocidade |
Regula o equilíbrio de direitos e deveres entre as individuações componentes das Unidades Coletivas.
|
Princípio de auto-elaboração |
O transformismo evolutivo acontece por íntima auto-elaboração que em substância não são deslocamentos.
É uma progressiva manifestação da Divindade no interior de cada individualidade. |
Princípio do Retorno Cíclico |
Princípio que determina o retorno do fenômeno ou fato social ao
seu ponto de partida. Esta é uma Lei derivada da ação da Lei do Equilíbrio sobre a Lei da Dualidade
|
Princípio da extrinsecação do latente |
Este princípio expressa a restituição do que está incluso por involução no fenômeno, devido a
recuos periódicos na
trajetória fenomênica. É o princípio da liberação das potencialidades da semente
no fruto. É o inverso do Princípio do Retorno Cíclico. |
Princípio da inércia |
Princípio que garante a estabilidade do fenômeno e a resistência da trajetória a qualquer desvio.
|
Princípio de finalidade |
Princípio que determina a existência um objetivo comum a todos processos fenomênicos. Há, portanto, um
telefinalismo único para todas as coisas: o da unificação final num sistema orgânico.
|
Princípio de adaptação e de elasticidade |
Princípio que obriga as ações da lei a se adequarem as condições de cada caso particular |
Princípio de difusão e repercussão. |
Cada ação sempre se propagará e encontrará uma resposta que a completará. Este princípio é
conseqüência das Leis do Equilíbrio e da lei do Dualismo. |
De posse deste conjunto de leis e
princípios e apoiando-se na
Lei da
Analogia, é
possível prever o desenvolvimento de qualquer fenômeno (seja ele material ou espiritual) revelando assim,
o futuro caminho do seu transformismo. Baseado-se nestas leis Ubaldi previu no livro A Técnica
Funcional da Lei de Deus a existência de um outro universo feito de antimatéria, que constituiria
a
outra metade espiritual, complementar do universo material que conhecemos. Hoje, a própria Ciência já
vislumbra a existência de um anticosmo.
|
Por ser cíclico o
desenvolvimento de
todos
os fenômenos
Ubaldi
nos demonstra a irrefutável lógica que existe na sucessão:
nascimento ® morte ®
renascimento ®
...
Isto acontece em virtude da
ação
conjunta das seguintes leis: equilíbrio, dualidade,
indestrutibilidade, transformismo e analogia. A dúvida sobre a continuidade da vida após a morte,
que sempre nos atormentou, fica aqui respondida de forma lógica e cristalina. Não é necessário, portanto,
termos uma fé profunda para concluir sobre a esta continuidade, basta observarmos em nosso mundo a
universal presença destas leis regulando todos os fenômenos, até os que consideramos - sob nossa ótica -
os
mais insignificantes. A Lei da Continuidade impede que haja lacunas no desenvolvimento de qualquer
trajetória evolutiva, por isso podemos concluir que o aparecimento de acontecimentos imprevistos é
a
continuidade de fenômenos que se desenvolveram fora da nossa limitada visão materialista do universo.
Apoiados nestas leis podemos ampliar a
visão que temos do funcionamento do Universo e ver que, debaixo das falsas aparências de um
funcionamento caótico, existe um mecanismo de leis que reordena as divergentes trajetórias lançadas pelo
livre-arbítrio humano, convergindo-as para uma única direção. Esta é a explicação porque o mundo
conseguiu sobreviver apesar de todos os desatinos praticados pela humanidade. A este respeito Ubaldi
afirmou: O mal, a dor e o erro - por um sábio jogo de forças, reações e recuperações - tudo é sempre
reconduzido ao telefinalismo, supremo fio condutor que reconduz tudo a Deus. (P. Ubaldi - O Sistema)
Em outro livro ele aprofunda este conceito: A fugidia
mobilidade contínua se apóia na solidez do imóvel, do qual necessita para que tudo não se perca num futuro
imenso sem equilíbrio, orientação e significado. Esta fluidez deve ser um movimento na ordem, pois de outra
forma levaria ou mesmo já teria levado, tudo há muito tempo a naufragar no caos. A instabilidade não é
admissível senão em função de uma estabilidade, assim como a relatividade não se sustém senão em relação a
um absoluto. (P. Ubaldi - A Descida dos Ideais)
Assim, podemos concluir que o transformismo evolutivo se apóia na solidez da imutável Lei que governa o
Universo.
Pedro
Orlando Ribeiro http://www.monismo.com.br
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