A Grande Síntese

Comentários
& Observações

Voltar ao Indice
cometob1.gif

Comentários e Observações sobre o Cap. 4 de A Grande Síntese

CONSCIÊNCIA E MEDIUNIDADE

    Nos primeiros parágrafos deste capítulo o autor resolve o conflito entre as duas correntes opostas da Teoria do Conhecimento, a oposição entre sujeito e objeto presentes nas contrastantes correntes filosóficas do racionalismo e do empirismo ou entre o idealismo e o materialismo. Ao afirmar que a ciência (que pesquisa de fora para dentro) e a vossa evolução (que se expande de dentro para fora) trarão à luz os meios de ordem psíquica, ele nos sinaliza a convergência entre as duas correntes que embora opostas convergirão para a revelação do nosso eu interior. Na realidade, Ubaldi antecipa aqui a técnica da oscilação entre pólos opostos empregada pela evolução para avançar. Já podemos antever, nestes primeiros capítulos, o caráter cíclico da evolução fenomênica e seu inflexível dualismo.

     Este dualismo fica ainda mais evidente quando lemos: Acompanhai-me, caminhando do exterior, onde estais com vossas sensações e vossa psique, para o interior onde estou eu como Entidade e como pensamento. Neste caminhamento de fora para dentro, guiada pelo materialismo, a ciência, alcançou o psiquismo exterior e através da ciência psicológica descobriu sua estrutura dual, verificando que o psiquismo se compõe de uma parte consciente e de outra inconsciente. Da descoberta do inconsciente veio o conhecimento dos instintos, que governam a nossa vida física através de automatismos. Mas ainda não vislumbrou, neste inconsciente, a existência de outra dualidade, agora em sentido vertical, entre subconsciente e superconsciente. A diferença básica entre o subconsciente e o superconsciente é que as manifestações do subconsciente são estáveis e contínuas, agem prontamente quando solicitadas pelas contingências da vida. Já a ação do superconsciente é extemporânea pois ainda é pouco desenvolvido na grande maioria das pessoas. A dimensão do superconsciente é a intuição.

     Quando formos conscientes no superconsciente o nosso eu interior se revelará. Neste estágio é que surge a mediunidade inspirativa consciente. É uma mediunidade seletiva, diferente da mediunidade passiva e inconsciente que segundo Ubaldi pode abrir-se por todas as portas e fazer-se órgão de recepção de todo pensamento, desde o mais nobre até o mais vil.

     Será então, através do conhecimento deste eu profundo que a ciência dará um grande salto do conhecimento, escapando do intrincado labirinto em que se perdeu ao tentar compreender o todo por suas partes.

    Pedro Orlando Ribeiro
    http://www.monismo.com.br