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Comentários e Observações
sobre o Cap. 37 de A Grande Síntese
CONSCIÊNCIA E SUPERCONSCIÊNCIA. SUCESSÃO DOS SISTEMAS
TRIDIMENSIONAIS |
N
este
capítulo Ubaldi continua a desenvolver o tema da evolução das dimensões enfocando agora o sistema de
dimensões conceptuais.
O universo que vivemos (criação c da figura) tem como suporte a matéria
g sobre a qual se apoiam as fases b e a cujas dimensões são o tempo
e a consciência, que são as duas primeiras dimensões da trindade conceptual: tempo, consciência
e
superconsciência. A dimensão superconsciência independe de suporte material e se
desenvolverá plenamente no universo sucessivo ao nosso (criação d da figura),
onde não mais existe a matéria g.
Alguns seres excepcionais como Ubaldi alcançaram, neste
nosso universo material, o domínio pleno da dimensão superconceptual e, por isso, seus pensamentos
superconscientes não dependiam
do suporte físico cerebral. Ubaldi descreve este fenômeno supercerebral no livro Um Destino
Seguindo
Cristo, no capíulo 16, intitulado O Meu Caso Parapsicológico. |
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Eis um trecho onde ele descreve o fenômeno:
Este é o fenômeno que agora estou,
experimentalmente,
controlando
com aquela morte lenta, que é a velhice. Estou escrevendo estas últimas páginas na idade de oitenta e um
anos, em plena lucidez, com técnica inspirativa supercerebral, isto é, com uma técnica de pensamento que
não se ressente da natural dissolução senil do cérebro. Devo constatar o seguinte fato: se bem que o meu
cérebro envelheça dando-me disso sinais no seu nível funcional, as faculdades intuitivas não sofrem as
conseqüências disso e continuam a operar em seu plano, independentes daquele fato Isto me prova que o
pensamento ativo no superconsciente não depende do órgão físico ao qual aquele pensamento está ligado,
quando funciona ao nível normal.
Segundo Ubaldi existem dois tipos de tempo: o tempo universal
que mede o ritmo do
transformismo universal e o tempo, primeira dimensão conceptual, que toma a forma de consciência própria,
linear por analogia com a dimensão linear do espaço. Este é o tempo que Ubaldi denomina tempo restrito
que é uma consciência que sabe apenas do seu progredir no tempo universal. É uma consciência ainda
primitiva que não se eleva a julgamentos porque ainda não percebe a existência de outros fenômenos
paralelos. Este tipo de consciência é propriedade das forças que têm conhecimento apenas do seu
transformismo. Para compreendermos melhor analisemos a seguinte afirmação de Ubaldi: Ao deslocar-se no
tempo, o fenômeno adquire, em b uma consciência própria, linear, a primeira dimensão conceptual. O que
significa que o fenômeno "sabe" ou "sente" o seu progredir no tempo universal, embora ainda não saiba se
diferenciar, isto é, individualizar-se em relação a outros fenômenos. Quando a energia b torna-se psiquísmo a o fenômeno se individualiza, ou seja, torna-se um centro que sabe do seu
existir separado e se relaciona de forma consciente com infinitos outros centros que o cerca. Aqui o
fenômeno se humaniza.
O psiquísmo correspondente analogicamente à superfície na dimensão espacial. Embora a dimensão consciência
domine o tempo
visto que podemos pensar em
termos de passado, presente e futuro, no entanto, a dimensão anterior (o tempo)
ainda
marca fortemente com o seu ritmo o psiquismo, pois só pensamos de maneira sequêncial, isto é, linearmente
com um pensamento após outro, nunca apreendemos todos no mesmo instante.
Somente na fase +x surge na sua plenitude o pensamento
intuitivo (superconsciência) que sintetiza instantaneamente o conhecimento total sem precisar sequenciar
vários conceitos parciais. A superconsciência corresponde ao volume na dimensão espacial. A Ciência atual
ainda trabalha sob uma visão superficial, por este motivo está distanciada de uma síntese universal. Esta
síntese só será alcançada quando a ciência trabalhar, usando a psicologia da intuição (superconsciência).
A intuição e a
inspiração são qualidades ainda pouco desenvolvidas na espécie humana pois ainda estão em formação.
A consciência pode ser considerada por analogia com a tríade
espacial anterior, como sendo uma dimensão
superficial, ou seja, de estar confinada a um plano e, portanto, só pode se deslocar lateralmente e nunca
no
sentido vertical. Assim as nossas concepções são parciais e relativas. Mesmo que laboriosamente
percorramos
esta superficie ponto a ponto, como o faz a ciência racional, nunca teremos a certeza de que todos os
pontos foram considerados na nossa pesquisa, já que não temos uma visão abrangente e contemporânea do
conjunto. Para alcançar um ponto de vista fora do plano é necessário que aconteça uma radical transformação
evolutiva de nossa consciência.
Enquanto isso não acontece procuramos alcançar a síntese ampliando
o número de nossas observações, mas, não obstante o nosso imenso esforço, só conseguimos alcançar visões
parciais daquilo que pesquisamos. Nunca conseguimos compreender completamente a realidade fenomênica. Este
fato nos indica que o estudo, a pesquisa, a erudição nunca nos levarão a compreender o universo na sua
totalidade. Só o transformismo evolutivo de nossa mente, do qual não temos nenhum controle, poderá nos
conduzir a compreensão da totalidade fenomênica.
Como nos explica Ubaldi a consciência se origina da percepção
externa das coisas e a superconsciência da percepeção interna da essência das coisas. Ora, para
percerbermos o mundo externo somos dotados dos sentidos físicos mas na percepção interna, a
superconsciência, os sentidos se desmaterializam, tornam-se espirituais: telepatia, clarividência,
clauriaudiência etc.
Como já havíamos dito no capítulo 36 a manifestação de uma
dimensão é progressiva e ocorre em três graus contíguos. Desta forma a dimensão conceptual completa
surge em três graus de progressão:
Tempo ® Consciência ® Superconsciência
Esta concepção da sucessão trifásica das dimensões, levam-nos a
imaginar a existência estranhos Universos dimensionais, que antecedem ao nosso na escala evolutiva, onde
ainda não existe o espaço e, também, na existência de Universos, mais evoluidos que o nosso, onde o espaço
e a matéria são superados por uma dimensões e fases absolutamente abstratas. Por isso, Ubaldi nos alerta
que no diagrama da figura 5 de A Grande Síntese (veja abaixo) a abertura da espiral maior derivada de
espirais menores não ocorre em sentido espacial. A cada abertura de nova espiral as dimensões
das
fases mudam pois, morrerá o espaço com a matéria, o tempo com a energia, a relatividade com a
consciência.
Pedro
Orlando Ribeiro http://www.monismo.com.br
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