A Grande Síntese

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Comentários e Observações sobre o Cap. 34 de A Grande Síntese

QUARTA DIMENSÃO E RELATIVIDADE

     No primeiro parágrafo deste capítulo, Ubaldi desfaz a crença errônea de que poderia existir uma quarta dimensão em seguida as três dimensões espaciais, situada também no espaço. Acreditou-se que a realidade dimensional poderia se estruturar numa geometria de quatro, cinco ou mais dimensões, ou seja, o espaço Riemanniano criado pelo matemático alemão Friedrich Bernhard Riemann (1826-1866), Segundo Ubaldi trata-se de uma pseudogeometria, mera construção abstrata, com formas inimagináveis e inexprimíveis na realidade geométrica, pois o universo de individualiza por unidades trinas. Assim, é necessário compreender que a quarta dimensão não é espacial.

    Como tudo é trino no Universo, a trindade da dimensão espacial é seguida pela trindade da dimensão conceitual, onde o tempo representa a primeira dimensão. Para melhor compreender este conceito sobre as dimensões é bom recordar que tudo no universo é individualizado, Qualquer coisa, seja ela material, energética ou conceitual, se individua de forma tríplice, isto é, não existe individuação estruturada com quatro, cinco ou mais fases, embora cada indivíduo possa fazer parte organicamente de uma individuação maior que também tem estrutura trina.

    Há, portanto, um transformismo evolutivo qualitativo no surgimento da 4ª dimensão e não um simples acréscimo numa hipotética e inimaginável direção espacial. Ampliando a concepção de Universo a 4 dimensões de Einstein, Ubaldi introduz o conceito da evolução das dimensões e demonstra a existência de uma 5ª dimensão no nosso universo: a consciência. Esta nova idéia alarga nossa visão sobre os princípios que ordenam o universo. Não mais um conjunto estático de dimensões mas um progressivo transformismo dimensional.

    No diagrama da figura 2 do capítulo 22 vimos que cada fase tem sua dimensão própria, assim cada faixa horizontal do gráfico representa uma dimensão diferente das outras. Como existem infinitas fases (variam de -¥ a +¥) existirão infinitas dimensões no universo. Podemos ver no gráfico que no caso do nosso universo (Criação C) as dimensões são:
fase
g Þ dimensão espacial completa (linha, superfície, volume)
fase
b Þ 1ª dimensão conceptual (Tempo)
fase
a Þ 2ª dimensão conceptual (Consciência)
É importante ter em vista que a Criação C não se trata de um Universo a cinco dimensões pois, a dimensão de
g embora formada evolutivamente por três etapas, na realidade só podemos separá-las abstratamente na nossa imaginação, pois, no nosso Universo físico, não existem objetos absolutamente planos ou lineares. Todas as coisas por menores que sejam sempre terão uma dimensão volumétrica. Desta maneira, o nosso Universo é trino nas suas dimensões.

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    Para compreender os conceitos apresentados neste capítulo é necessário que recordemos alguns postulados da Teoria da Relatividade Restrita:

1º - A velocidade da luz tem sempre o mesmo valor (300.000 km/s no vácuo) em relação a todo observador, isto é, a luz tem a característica de apresentar a mesma velocidade quando corrermos ao seu encontro ou quando fugirmos dela. Em outras palavras, a velocidade da luz é independente do movimento do referencial e sua velocidade relativa é a mesma em todas as direções.

2º - Para observadores situados em referenciais diferentes em movimento um em relação ao outro, com velocidade próxima a da luz, um fato visto por um dos observadores não será visto pelo outro no mesmo instante, ou seja, não haverá simultaneidade na ocorrência para os dois observadores. Um exemplo clássico esclarecerá a questão: Suponhamos que um observador situado na Terra observe a aproximação de um foguete que tem a velocidade de 240.000 km/s em relação a Terra. Se o astronauta acender uma lâmpada no centro do foguete ele verá o sinal luminoso chegar ao mesmo tempo na parede da frente e na de trás. Mas, para o observador situado na Terra a luz chegaria primeiro na parede de trás e somente alguns instantes depois o sinal luminoso alcançaria a parede da frente. Pode-se concluir, então, que os relógios dos dois personagens ficam defasados um em relação ao outro. O relógio do astronauta estará atrasado em relação ao observador terrestre, pois os intervalos de tempo decorridos são diferentes, o que demonstra a relatividade do tempo.

    3º - Suponhamos que no vagão da figura abaixo seja acesa uma lâmpada colocada no piso do vagão, o raio luminoso será, então, refletido de volta por um espelho situado no teto. Para um observador situado no interior do vagão a luz percorrerá uma distância igual a 2EF=2h (h=altura do vagão). Considerando que o vagão está se deslocando com uma velocidade de 240.000 km/s, um observador situado na plataforma da estação verá o raio luminoso fazendo o percurso AB + BC. A luz tem a mesma velocidade (300.000 km/s) para ambos os observadores e a distância 2EF é menor que (AB + BC). Imaginemos, como ilustração, que a luz leva 6 segundos para fazer o percurso 2EF e 10 segundos no trajeto AB + BC
Para o observador que está na plataforma o trem percorrerá 10s X 240.000 km/s = 2.400.000 km
Para o observador que está no trem a distância será 6s X 240.000 km/s = 1.440.000 km
Este fato revela mais um postulado da Teoria da Relatividade Restrita: Todos os corpos em movimento contraem-se na direção do seu movimento.

relatividade

    Tendo em vista os conceitos relativísticos acima, podemos agora compreender a seguinte afirmação de Ubaldi: Não tendes um tempo e um espaço em sentido absoluto, isto é, que existem por si mesmos, independentes das unidades que os ocupam; mas eles são determinados por elas e a elas relativos. Ubaldi vai além e estende o conceito de relatividade a todos os fenômenos que ocorrem no nosso universo. Tudo é relativo, mesmo os fenômenos de ordem abstrata ou moral.

    Tomamos nosso consciente como padrão de medida e acreditamos ter encontrado as leis invariáveis e absolutas que regem a ciência. Mas é a própria ciência que se encarrega de derrubar nossa ilusão, modificando o que parecia estar firmemente estabelecido. Um exemplo destas mudanças é o da idéia que fazíamos sobre a solidez da matéria. Hoje, sabemos que a matéria é um puro campo eletromagnético, essas ondas não têm necessidade de se apoiarem em nenhum substrato material, sendo concebidas somente como modificações periódicas. A tudo isto não se sabe mais dar qualquer significado físico real, mas somente o lógico de representar a probabilidade matemática em que o elétron se encontre, naquele instante, naquele determinado ponto do espaço. A solidez do mundo físico é, pois, toda sensória, e se reduz a algo que está bem distante da realidade física, isto é, a uma probabilidade matemática. (P. Ubaldi - Problemas do Futuro)

    Muitas coisas estão além da nossa compreensão em virtude das limitações de nossa mente, mas a evolução nos levará ao superconsciente, sede da capacidade intuitiva que ampliará o nosso conhecimento da realidade e transformará a ciência racional de hoje em uma ciência guiada pela faculdade da intuição.

    Pedro Orlando Ribeiro
    http://www.monismo.com.br