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Pela figura abaixo podemos ter uma
pálida idéia da complexidade da
lei dos ciclos múltiplos (na realidade são vórtices), do entrelaçamento de seus
movimentos que não se
misturam, nem se entrechocam. Cada vórtice tem o seu ritmo próprio e segue seu
caminho independente dos outros
mas, ao mesmo tempo, em harmonia com outros vórtices desenvolvem vórtices
maiores
É preciso salientar que comumente
isolamos cada um dos três aspectos,
material, dinâmico e conceitual, da nossa realidade. Por
esta razão não conseguimos
enxergar a imensa complexidade que existe nas coisas, não vemos a organicidade
que as unificam.
Essa tendência a unificação é
universal, fruto da ação do
princípio das unidades coletivas (no aspecto material) e do princípio
dos ciclos múltiplos (nos
aspectos dinâmico e conceitual). Por este motivo não se encontram na natureza
corpos simples isolados. Sempre
encontramos unidades múltiplas em qualquer fase. Nestas unidades maiores
sobressai a especialização dos
componentes singulares, embora prevaleça as características unitárias do todo.
Unidade que é simbolizada na
concentricidade das volutas da espiral em torno de um centro, no caso da espiral
planar, ou em torno de um
eixo na visão tridimensional do vórtice.
Quando se fala de organismo é
necessário evidenciar o caráter
hierárquico de sua estrutura, pois, sem este ordenamento ele não seria um
organismo mas apenas um amontoado
incoerente de partes justapostas. A hierarquia estabelece as relações de
coordenação entre os componentes
singulares. Embora, na comum mentalidade humana, o conceito de hierarquia seja
entendido apenas no sentido
restrito da relação comando-obediência, existe, no entanto, uma
graduação de seres situados em
diferentes níveis evolutivos, conseqüência da maior ou menor consciência que
cada individuação tem do todo.
Por força da evolução este sistema
hierarquizado não é estático, há
movimento como nos sugere o dinamismo implícito na imagem da espiral ou do
vórtice. Hoje vivemos limitados
pelos nossos sentidos, que são adstritos as dimensões do nosso Universo. Mas, a
evolução superará estas
restrições e alcançaremos novos sentidos que nos levarão a universos
seqüenciais ao nosso, onde a limitação
tempo-espacial não existe mais. São universos superpsíquicos nos quais não há
restrições ao concebível.
Ainda que não saibamos, somos células
de formadoras de ciclos maiores
que o da vida humana e, participamos do funcionamento e da evolução do Universo.
Nosso universo emergiu de um universo
inferior e caminha para
universos superiores. Desta forma existem universos que antecedem e universos
que seguem ao nosso. Podemos,
baseados no gráfico da figura 2 de A Grande Síntese e, em outras
descrições de Ubaldi, elaborar um
quadro, embora incompleto, da seqüência dos universos mais próximos do
nosso. Na tabela abaixo,
construida de acordo com a figura citada, o nosso universo é o Universo C.
Note-se que em harmonia com o
principio da Trindade da Substância os universos também se agrupam de
forma ternária. São os
Superuniversos que denominamos de:
1- CONJUNTO DE UNIVERSOS DE DESENVOLVIMENTO MATERIAL
2 - CONJUNTO DE UNIVERSOS DE DESENVOLVIMENTO CONCEPTUAL
3 - CONJUNTO DE UNIVERSOS DE DESENVOLVIMENTO ESPIRITUAL
Superuniversos |
Universos |
Fases |
Classe Dimensional |
Dimensão Específica |
CONJUNTO DE UNIVERSOS DE DESENVOLVIMENTO MATERIAL
(Superuniverso Material)
| UNIVERSO ? |
? |
? |
? |
? |
? |
? |
? |
? |
? |
UNIVERSO ? |
? |
? |
? |
-y |
1ª dimensão espacial |
linha |
-x |
2ª dimensão espacial |
superfície |
UNIVERSO A |
-y |
1ª dimensão espacial |
linha |
-x |
2ª dimensão espacial |
superfície |
g |
3ª dimensão espacial |
volume |
CONJUNTO DE UNIVERSOS DE DESENVOLVIMENTO CONCEPTUAL
(Superuniverso
Conceptual)
| UNIVERSO B |
-x |
2ª dimensão espacial |
superfície |
g |
3ª dimensão espacial |
volume |
b |
1ª dimensão conceptual |
tempo |
UNIVERSO C |
g |
3ª dimensão espacial |
volume |
b |
1ª dimensão conceptual |
tempo |
a |
2ª dimensão conceptual |
consciência |
UNIVERSO D |
b |
1ª dimensão conceptual |
tempo |
a |
2ª dimensão conceptual |
consciência |
+x |
3ª dimensão conceptual |
superconsciência |
CONJUNTO DE UNIVERSOS DE DESENVOLVIMENTO ESPIRITUAL
(Superuniverso
Espiritual)
| UNIVERSO E |
a |
2ª dimensão conceptual |
consciência |
+x |
3ª dimensão conceptual |
superconsciência |
+y |
1ª dimensão hiper-conceptual |
? |
UNIVERSO F |
+x |
3ª dimensão conceptual |
superconsciência |
+y |
1ª dimensão hiper-conceptual |
? |
+z |
2ª dimensão hiper-conceptual |
? |
UNIVERSO G |
+y |
1ª dimensão hiper-conceptual |
? |
+z |
2ª dimensão hiper-conceptual |
? |
? |
3ª dimensão hiper-conceptual |
? |
No quadro acima vemos que o produto
máximo do desenvolvimento de cada
superuniverso são os seguintes:
1 - Superuniverso Material: matéria g
cuja dimensão é o volume
2 - Superuniverso Conceptual: superconsciência +x cuja dimensão é a
superconsciência
(intuição)
3 - Superuniverso Espiritual: (desconhecido) cuja dimensão é a
consciência mistica unitária
(veja o livro Ascese Mística)
Segundo Ubaldi, o princípio único que
mantém unidos e compactos
os organismos, toma as seguintes formas adaptadas à substância em que se revela
nestes superuniversos:
1 - Superuniverso de desenvolvimento Material: coesão
2 - Superuniverso de desenvolvimento Conceptual: atração (simpatia)
3 - Superuniverso de desenvolvimento Espiritual: amor
Estes universos não são compartimentos
estanques, eles se
interpenetram, cada novo universo repete no seu início as últimas fases do
universo precedente. Há, portanto,
um ritmo e uma continuidade no processo evolutivo. Mas, é necessário
compreender, como nos informa Ubaldi, que
há contigüidade destes Universos, mas não em sentido espacial, mas de
afinidade, de semelhança de
caracteres, de
comunhão de qualidades, de trabalho...
No caso particular do nosso Universo
(Universo C da tabela) a
substância assume três aspectos: Estático, Dinâmico e
Mecânico(1).
Estes aspectos nos mostram que o nosso universo é simultaneamente
organismo, movimento e
princípio:" Os seres existem como individuações; movem-se segundo a
evolução, seguindo o princípio
que os rege" Desta forma, fica evidenciado que o princípio é mais importante
que o movimento pois o guia.
Por sua vez o movimento vale mais que a forma pois, a move e a transforma.
O princípio por superar os outros
aspectos contém em si, de forma
embrionária, todas as formas antes do surgimento destas. Por este raciocínio,
percebe-se que nenhuma coisa ou
fenômeno surge do nada pois já preexiste no estado de princípio. Em conseqüência
podemos concluir que não
existe o nada absoluto, pois qualquer coisa que surge ou transforma já estava
à espera na forma de germe.
É semelhante a Teoria das Idéias de Platão (427AC - 347AC). Segundo esta
teoria, as idéias são
realidades objetivas, modelos e arquétipos eternos de que as coisas visíveis são
cópias imperfeitas e fugazes
. Platão, porém, não desenvolveu o conceito de evolução e nem explicou o
paradoxo porque as coisas são
imperfeitas no nosso universo. Universo que foi criado por uma Entidade
infinitamente perfeita e que,
portanto, não
poderia
gerar a imperfeição, pois não tem em si a semente da imperfeição. Ubaldi,
entretanto, expôs nos livros
Deus e Universo e O Sistema a explicação para esta aparente
contradição através da Teoria da Queda.
Como tudo é individuado no Universo,
cada coisa já contém em si
aquilo que deverá atingir (O tipo preexiste ao ser que o atravessa,).
Desta modo, passado, presente e
futuro são posições relativas à situação hierárquica do ser na
escala evolutiva do Todo. Como tudo já preexiste na forma de princípios, o que é
futuro para um determinado
nível evolutivo é passado para seres situados em níveis mais altos. Muitos podem
estar perguntado como
conciliar o livre arbítrio que cada ser parece possuir com este inexorável
determinismo dos processos
evolutivos. Este tema será amplamente desenvolvido por Ubaldi em capítulos
posteriores e mais extensamente
nos livros Problemas do Futuro (Cap. 8), Deus e Universo e O
Sistema. Mas para que o
leitor já tenha uma idéia de como Ubaldi resolverá esta oposição entre estas
posições contraditórias, as
citações a seguir nos esclarecem:
Eis que em todo caso o
livre-arbítrio, está fechado
num
determinismo macroscópico que aparece
imediatamente logo que se suba das pequenas diferenças individuais até colher as
características comuns que
reúnem em uma só lei todos os elementos componentes. Ela é a LEI DOS GRANDES
NÚMEROS, própria da massa e não
do indivíduo, revelada estatisticamente. Assim se explica como, sob o
determinismo da velha Física Mecanicista
Clássica, se esconde uma APARENTE livre desordem (P. Ubaldi - Problemas do
Futuro)
A liberdade está sempre enquadrada no determinismo da
unidade superior, e que é livre
somente enquanto é
elemento inferior componente de uma outra unidade superior que, relativamente ao
inferior é sempre
determinista. Assim em toda UNIFICAÇÃO se verifica uma reordenação
determinista.(P. Ubaldi - Problemas do
Futuro).
Assim, o livre-arbítrio explica porque
na visão bíblica da Escada
de
Jacó, os seres sobem e descem e porque no gráfico da espiral há os
períodos de retorno involutivo. A
evolução caminha tortuosamente por respeitar o livre-arbítrio da criatura. As
forças evolutivas através
de uma sábia coordenação de impulsos contrários, por imperceptíveis gradações,
faz com que o
conjunto avance
progressivamente. É por esta razão que a intuição popular captando
inconscientemente este fato se expressou
pela máxima: "Deus escreve certo por
linhas tortas". Também o pensamento racional humano alcançou esta
compreensão ao criar o princípio da
Dialética definido por Hegel como a natureza verdadeira e única da razão
e do ser que são
identificados um ao outro e se definem segundo o processo racional que procede
pela união incessante de
contrários - tese e antítese - numa categoria superior, a síntese.
O progresso evolutivo dá-se, portanto,
em função da unificação
orgânica das singularidades fenomênicas em unidades maiores pela ação da Lei das
Unidades Coletivas cujo
motor é a
interação dinâmica entre impulsos opostos. É por isso que no nosso mundo tudo
funciona num eterno ciclo
criativo/destrutivo. Vida e Morte se alternam, mas tudo evolui.
Pedro
Orlando Ribeiro
http://www.monismo.com.br