A Grande Síntese

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Comentários e Observações sobre o Cap. 28 de A Grande Síntese

O PROCESSO GENÉTICO DO COSMOS

    O conceito das Unidades múltiplas - resultado da ação da Lei das Unidades Coletivas - nos conduz a idéia de que qualquer criação, seja ela simples ou complexa, não é linear, segue, portanto, o esquema único da espiral com avanços e retornos periódicos. Desta forma podemos inferir que o nosso Universo e Universos de Universos obedecem ao padrão de destruição e reconstrução. A afirmação da ciência atual de que o Universo está em expansão deveria ser complementada com a constatação de que periodicamente esta expansão se inverte em contração. Ao "Big Bang" precede e segue um "Big Crunch" . Temos assim a imagem de um universo oscilante entre dois estados. O ciclo de expansão supera em uma fase os ciclo de contração. Há, portanto um avanço evolutivo constante, apesar dos recuos periódicos.

    Como tudo no Universo está sujeito a um mesmo esquema, qualquer ação criativa que empreendermos terá seu melhor rendimento, com o mínimo esforço, através deste caminho espiralado. É mais fácil e menos cansativo escalar uma montanha seguindo um caminho espiralado do que avançar em linha reta diretamente para o topo. A espiral é portanto uma imagem concreta da Lei do mínimo esforço.

    Na fase g (Matéria) do nosso universo os sistemas estelares que se organizam na forma de galáxias espiraladas. Os sistemas planetários assumem também esta forma. Tem- se assim os ciclos múltiplos nos quais os ciclos menores dos sistemas planetários formam os ciclos maiores das galáxias e estas originam ciclos ainda maiores nos aglomerados de galáxias.

    Outro exemplo físico dos ciclos múltiplos apresentado por Ubaldi neste capítulo é o da formação do ciclo maior da Dispersão das águas a partir do ciclo das águas. Este ciclo em combinação com outros ciclos - como por exemplo o da desintegração da matéria por radioatividade crescente - concorre para a formação do ciclo maior da destruição e morte do planeta

    O encadeamento dos ciclos múltiplos unindo o mundo material ao mundo dinâmico e este ao mundo do espírito é descrito de forma magistral por Ubaldi no livro A Descida dos Ideais :

    Massas de milhões de plantas cada dia, assimilando-a no seu organismo, transformam a matéria prima inorgânica em material orgânico. Milhões de animais comendo-o e assimilando-o, transformando-o assim em carne o levam a um nível mais alto. Milhões de seres humanos, sem poder deter-se, para viver, devem ingerir cada dia montanhas de toneladas deste material que plantas e animais lhe fornecem, transformando-o em substância ainda mais evoluída, nervos e cérebro, produtores de dinamismo volitivo e mental. Gradualmente diminui a massa da quantidade em favor da qualidade na qual ela se transforma, destilando e concentrando os valores espalhados naquela quantidade. Para que serve esta contínua ingestão de matéria de grau menos evoluído, colocada assim em circulação para cumprir funções cada vez mais elevadas em organismos mais evoluídos? Começando pelas plantas assimiladoras do terreno, e assim se elevando até ao homem, vemos que a matéria, do seu estado inorgânico passa através de uma elaboração contínua, pela qual os átomos que a compõe, chegam ao estado orgânico da vida, até ao nervoso e cerebral, no qual devem saber funcionar como elemento do instrumento do pensamento; esses átomos dispõe-se a colaborar de mil maneiras e devem aprender muitas coisas. Assistimos assim a uma espécie de curso de educação da matéria.

    Um ponto a salientar neste encadeamento dos ciclos múltiplos é que a medida que subimos em direção evolutiva vemos que a estabilidade estática dos ciclos materiais se evoluem para o equilíbrio instável dos ciclos dinâmicos e espirituais. É como o equilíbrio dinâmico do vôo. É assim que, a partir do determinismo físico da matéria, chega-se - através do encadeamento dos ciclos - à fluidez e à liberdade do pensamento. Isto nada mais é que o semiciclo evolutivo da grande equação da substância que vimos no capítulo 9:  g ® b ® a .

    Pedro Orlando Ribeiro
    http://www.monismo.com.br

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