A Grande Síntese

Comentários
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Comentários e Observações sobre o Cap. 16 de A Grande Síntese

A SÉRIE DAS INDIVIDUAÇÕES QUÍMICAS DO H AO U, POR PESO ATÔMICO E ISOVALÊNCIAS PERIÓDICAS

     Não devemos estranhar o fato de que a série dos elementos químicos corresponde no reino mineral a série zoológica do reino animal. Para que desapareça a nossa surpresa frente à inusitada comparação, basta recordamos que o Universo é feito esquemas de tipo único que se repete em todos os níveis evolutivos. A existência da Lei da Analogia é conseqüência da continuidade que obrigatoriamente deve existir num Universo monista.

     Empregando a Lei da Analogia, em 1869, o químico russo Mendeleev previu a existência do Escândio, do Gálio e do Germânio e somente mais tarde estes elementos foram isolados. Foi Mendeleev quem classificou, pela primeira vez, os elementos químicos em uma Tabela, onde se podia ver a existência de uma periodicidade no ordenamento destes elementos. Esta Tabela foi ampliada e melhorada ao longo dos tempos. Podemos ver abaixo o modelo mais empregado hoje pela ciência. Nesta tabela os elementos químicos de número atômico 57 a 70, chamados lantanídeos e os de número atômico 89 a 102, chamados actinídeos foram colocados à parte, abaixo da tabela. Na realidade eles ocupam o 6º e 7º períodos.

Tabela Periódica dos Elementos
Número Atômico

Grupo
Período 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18
1 H
1
He
2
2 Li
3
Be
4
B
5
C
6
N
7
O
8
F
9
Ne
10
3 Na
11
Mg
12
Al
13
Si
14
P
15
S
16
Cl
17
Ar
18
4 K
19
Ca
20
Sc
21
Ti
22
V
23
Cr
24
Mn
25
Fe
26
Co
27
Ni
28
Cu
29
Zn
30
Ga
31
Ge
32
As
33
Se
34
Br
35
Kr
36
5 Rb
37
Sr
38
Y
39
Zr
40
Nb
41
Mo
42
Tc
43
Ru
44
Rh
45
Pd
46
Ag
47
Cd
48
In
49
Sn
50
Sb
51
Te
52
I
53
Xe
54
6 Cs
55
Ba
56
La
57
Hf
72
Ta
73
W
74
Re
75
Os
76
Ir
77
Pt
78
Au
79
Hg
80
Tl
81
Pb
82
Bi
83
Po
84
At
85
Rn
86
7 Fr
87
Ra
88
Ac
89
Rf
104
Db
105
Sg
106
Bh
107
Hs
108
Mt
109
Uun
110
Uuu
111
Uub
112
Lantanídeos Pr
59
Nd
60
Pm
61
Sm
62
Eu
63
Gd
64
Tb
65
Dy
66
Ho
67
Er
68
Tm
69
Yb
70
Lu
71
Actinídios Th
90
Pa
91
U
92
Np
93
Pu
94
Am
95
Cm
96
Bk
97
Cf
98
Es
99
Fm
100
Md
101
No
102
Lr
103

    Ubaldi formata a sua tabela de modo diferente. Seu formato fornece uma visão mais abrangente, muita mais intuitiva, que facilita sobremaneira a compreensão do caráter rítmico com que os elementos químicos se organizaram no decorrer da evolução. É semelhante ao pentagrama da escala musical onde as notas musicais (no nosso caso os elementos simples) se repetem a intervalos constantes (oitavas). Repare a harmonia rítmica que sobressai na organização da tabela na figura abaixo. Por outro lado, a arrumação da tabela mais comumente usada pela ciência, baseia-se na distribuição eletrônica da última camada do átomo, enquanto a Tabela de A Grande Síntese apoia-se na peridiocidade das valências químicas. Daí as diferenças nos arranjos, mas em substância é a mesma coisa.

 

SÉRIE ESTEQUIOGENÉTICA


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    Embora Ubaldi tenha adotado o peso atômico como referência para as propriedades períodicas ao invés do número atômico - como é adotado hoje em dia -, a sua tabela, no entanto, foi construida ordenando os elementos pelo número atômico e não pelo peso atômico. Podemos comprovar esta asserção ao verificarmos que o Telúrio (NA=51) de maior peso atômico foi colocado antes do Iodo (NA=52) de menor peso atômico. O seguinte parágrafo confirma esta observação: Esta conexão, entre as características de um corpo e sua localização na escala, permitiu que fosse dado a cada elemento um número próprio, para distingui-lo. Essa determinação, mesmo de acordo com vossa ciência, não é empírica, já que o número atômico pode ser sempre experimentalmente determinado, examinando-se os espectros dos raios X emitidos pelos diversos corpos, quando em presença dos raios catódicos. A freqüência vibratória das linhas desses espectros é proporcional ao quadrado do número atômico.

    Podemos adotar outra apresentação para a Tabela de A Grande Síntese, mantendo o ritmo das isovalências, como se vê logo abaixo. Nesta arrumação as séries químicas são colocadas horizontalmente As diferentes cores mostram com clareza as oitavas de cada série. Os elementos que estão nas quadrículas de cor esverdeada pertencem a primeira oitava de cada série e as de cor avermelhada são da segunda oitava. Os elementos em amarelo representam uma parada na progressão das isovalências. Pode-se ver que esta parada também é rítmica e reaparece nas séries seguintes. As quadrículas brancas contém os elementos artificiais criados pela física nuclear após 1945. Em cada coluna vertical encontram-se os elementos de uma mesma família, o que indica o retorno periódico das mesmas características, embora repetidas em nível atômico diferente. Se tomarmos como exemplo a coluna da isovalência II, teremos a família dos metais alcalino-terrosos, constituída pelos elementos Be, Mg, Ca, Sr, Ba, Yb e Ra, embora o Itérbio (Yb) seja classificado a parte pela ciência como elemento pertencente a série do Lantanídeos.

H
 
 
0
I
II
III
IV
V
VI
VII
 
I
II
III
IV
V
VI
VII
S1
He
Li
Be
B
C
N
O
F
 
S2
Ne
Na
Mg
Al
Si
P
S
Cl
 
S3
Ar
K
Ca
Sc
Ti
V
Cr
Mn
Fe
Co
 Ni 
Cu
Zn
Ga
Ge
As
Se
Br
S4
Kr
Rb
Sr
Y
Zr
Nb
Mo
Tc
Ru
Rh
Pd 
Ag
Cd
In
Sn
Sb
Te
 I 
S5
Xe
Cs
Ba
La
Ce
Pr
Nd
Pm
 
Sm
Eu
Gd
Tb
Dy
Ho
Er
S6  
Tm
Yb
Lu
Hf
Ta
W
Re
Os
 Ir 
 Pt 
Au
Hg
Tl
Pb
Bi
Po
At
S7
Rn
Fr
Ra
Ac
Th
Pa
U
Np
Pu
Am
Cm
Bk
Cf
Es
Fm
Md
No
Lr


     Podemos compactar ainda mais a tabela de A Grande Síntese, colocando todos os elementos com a mesma valência numa mesma coluna, conforme se vê abaixo:

    
 0 
  I  
 II 
 III 
IV
VI
VII
S1
He
 Li 
Be
 B 
 F 
S2
Ne
Na
Mg
Al 
Si 
 Cl
S 3
 Ar 
K
Ca 
Sc
Ti
V
Cr
Mn
 
Fe 
Co 
Ni 
 
Cu
Zn
Ga
Ge
As
Se
Br
S4
 Kr 
Rb
 Sr 
 Y 
Zr
Nb
Mo
Tc
 
Ru 
Rh 
Pd
 
Ag
Cd
In
Sn
Sb
Te
 I 
S 5
Xe 
Cs
Ba 
La
Ce
Pr
Nd
Pm
 
 
Sm
Eu
Gd
Tb
Dy
Ho
Er
S6
     
Tm
Yb 
Lu 
Hf 
Ta
 W 
Re
 
Os 
 Ir 
Pt 
    
Au
Hg
Tl
Pb
Bi
Po
At
S 7
Rn 
 Fr 
Ra 
Ac 
Th
Pa
U
Np
 
Pu
Am
Cm
    
Bk
Cf
Es
Fm
Md
No
Lt

As isovalências em relação ao H e ao O correspondem aos seguintes valores:

ISOVALÊNCIAS
Valência Em relação ao H Em relação ao O
I 1 1
II 2 2
III 3 3
IV 4 4
V 3 5
VI 2 6
VII 1 7

Como vimos, Ubaldi define valência como a capacidade de cada átomo para unir-se a um ou mais átomos de Hidrogênio ou Oxigênio. Nos quadros acima podemos notar que em cada ciclo as valências relativas ao H crescem de 1 até 4 e em seguida diminuem até ao valor 1. Para bem compreender este conceito Ubaldiano de valência é necessário ter em mente a natureza do comportamento do elemento em relação ao Hidrogênio, isto é, a valência que assume na combinação com o Hidrogênio. Geralmente a maioria dos elementos químicos formam com o hidrogênio os compostos chamados de Hidretos. Nestes compostos pode-se ver com clareza o número de átomos de Hidrogênio necessários para equilibrar a valência do elemento. Os compostos em vermelho não são Hidretos.

ISOVALÊNCIAS em relação ao H
Valência Hidretos
Monovalentes LiH, NaH, KH, CuH, AgH, RbH, CsH, AuH
Bivalências BeH2 , MgH2 , CaH2, ZnH2, CdH2, BaH2, HgH2
Trivalências BH3, AlH3, ScH3, GaH3, YH3
Tetravalências CH 4, SiH4, GeH4, SnH4 , PbH4
Trivalências NH3, PH3, AsH3, SbH3, Bi3H
Bivalências H2O, H2S, SeH2, TeH2, PoH2
Monovalências HF, HCl, HBr

A maioria dos elementos químicos formam com o oxigênio os compostos chamados de Óxidos. Para as valências tomadas em relação ao Oxigênio teremos:

ISOVALÊNCIAS em relação ao O
Valência Óxidos
Monovalentes Li2O, Na2O, K2O, Cu2O, Ag2O, Rb2O, Cs2O,
Bivalências BeO, MgO, CaO, SrO, ZnO, CdO, BaO, HgO, RaO
Trivalências B2O3, Al2O3, Ga2O3,In2O3, Tl2O3, Sc2O3, Lu2O3, B2O3, Gd2O3, Ac2O3
Tetravalências CO2 , SiO2, GeO2, SnO2, PbO2, TiO2, ZrO2, HfO2, TbO2 , ThO2
Pentavalências N2O5, P2O5, As2O5, Sb2O5, V2O5, Nb2O5, Ta2O5, Pa2O5
Hexavalências SO3 , SeO3 , TeO3, MoO3, WO3, UO 3
Heptavalências Cl2O7, Mn2O7, Tc2O7, Re2O7

Observação

    Os elementos químicos podem formar com o hidrogênio e o oxigênio outros compostos que apresentam aparentemente uma relação de valências diferentes daquelas fundamentais. Assim, por exemplo, o Magnésio de valência 2 em relação ao Oxigênio, apresenta dois compostos com o Oxigênio: MgO e MgO2. Normalmente é necessário apenas um átomo de Oxigênio para balancear a valência do Mg, mas, em certas reações chamadas de óxido-redução há transferência, real ou aparente, de elétrons durante a reação. Desta forma, no composto MgO2 o íon oxigênio perde um elétron e sua última camada eletrônica passa de 2s22p6 para 2s22p5 em conseqüência o oxigênio passa de uma carga elétrica (NOX) -2 (fundamental) para um NOX (NOX=número de Oxidação) igual a -1, daí a necessidade de 2 átomos de Oxigênio para equilibrar a valência 2 do Mg.

    Isto explica a grande diversidade de compostos formados com os mesmo elementos químicos. Foi por essa razão que a Química passou a adotar outra definição para a valência dos elementos:" A valência de um elemento químico é o número de ligações iônicas ou covalentes, que um átomo desse elemento é capaz de estabelecer. " É, portanto, o tipo de ligação química que rege a formação dos compostos. Na época que Ubaldi escreveu este capítulo a Ciência ainda não havia desvendado o mundo das partículas subatômicas, por isso, não podia aprofundar sua visão numa escala menor do que as dos átomos porque não seria aceito nem compreendido. Mas, mesmo assim, elaborou uma correta teoria estequiogenética, superando as limitações impostas pelo conhecimento científico da época.

    Como dissemos anteriormente, o objetivo de A Grande Síntese é a de reorientar a marcha evolutiva da humanidade e não o de antecipar gratuitamente o conhecimento nos eximindo do esforço da conquista. Encontramos-nos hoje, após um longo trabalho milenar, na posse de um grande acervo científico-cultural mas sem uma diretriz unificadora que nos leve a um telefinalismo comum a todos os ramos do conhecimento. Nosso conhecimento é fragmentado, sem unidade, por isso, este livro reorienta a evolução da vida costurando uma infinita variedade de retalhos conceituais de cores variadas, revelando que existe apenas um tecido contínuo com uma única e maravilhosa padronagem conceitual.

     Sabemos que a evolução avança criando unidades maiores através da reunificação das unidades menores (lei das Unidades Coletivas), mas, ao mesmo tempo, reequilibrando-se, emprega a técnica da diversificação (lei da Diferenciação) criando novas espécies a partir desta nova unidade. Assim podemos compreender que a evolução avança como uma onda pulsante que possui dois pulsos, um, unificante, no sentido vertical e outro no sentido transversal (horizontal) com o surgimento de novas espécies. Desta forma vemos surgir uma variedade de isótopos do mesmo elemento químico. Todos os elementos químicos possuem isótopos. O próprio Hidrogênio H possui três isótopos: H11, H21 e H31.

     O Estanho Sn por sua vez possui 10 isótopos conhecidos:Sn11250, Sn11450, Sn11550, Sn11650, Sn11750, Sn11850, Sn11950, Sn12050, Sn12250 e Sn12450

    Assim também aparecem uma variedade de compostos formados por dois ou mais elementos simples, em que um deles assume aparentemente diferentes valores de valência em cada composto, o que nos leva a pensar que há uma quebra do ritmo harmônico das isovalências. Exemplo: O Boro (B) forma com o Hidrogênio (H) os seguintes Hidretos: B2H6, B4H10, B5H9, B5H11, B6H10, B10H14.Na realidade o que acontece são diferentes arrumações nas ligações das camadas eletrônicas de valência dos dois átomos do composto, como se pode ver na figura abaixo para os compostos formados pelo Fósforo (P) e pelo Enxofre (S).

    Embora a ciência ainda não tenha descoberto que a Série Estequiogenética pode ser estendida para os compostos, podemos ver no exemplo do Fósforo (P) e Enxofre (S) que a mesma lei de transformismo e de evolução rege também os compostos químicos. Esta lei nada mais é do que a aplicação de conceitos que já aprendemos nos capíulos anteriores, ou seja:


 

LEIS

EXEMPLOS

Lei do Retorno Cíclico Tudo é cíclico no Universo. (Ex.: O retorno das isovalências)
Lei do Equlíbrio
Lei da Dualidade
Todo fenômeno é equilibrado por dois movimentos opostos e complementares (Ex.: Lei do Equlíbrio: As séries com oitavas duplas. Lei da Dualidade: Elementos eletropositivos e eletronegativos)
Lei das Unidades Coletivas Tudo marcha para a Unificação (Ex.: A formação dos compostos químicos a partir dos elementos simples)
Lei da Diferenciação A Lei das Unidades Coletivas é equilibrada pela Lei da Diferenciação que é a tendência à multiplicação dos tipos, à subdivisão da unidade, pela qual a Evolução ocorre do indistinto ao distinto, do genérico ao específico. Poderíamos chamar esta lei de Lei da Individuação. (Ex.: Cada elemento ou composto químico apresenta uma variedade de espécies como vimos nos casos do Boro, do Fósforo e dos isótopos do Hidrogênio e do Estanho, )
Lei da Analogia Há semelhança entre os vários níveis evolutivos devido ao esquema de tipo único (Monismo) que dirige a evolução. (Ex: A semelhança entre a série química e a escala zoológica)

     O Capítulo 16 é finalizado com a apresentação do gráfico Pesos Atômicos X Volumes Atômicos, onde se verifica o caráter cíclico (peridiocidade) do crescimento e diminuição dos volumes atômicos em relação o peso atômico. Como hoje já são conhecidos todos os elementos químicos já não se precisa das linhas tracejadas.

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    As oitavas ascendentes representam os corpos dúcteis (dúctil= o que pode ser reduzido a fios) e eletropositivos (ex.: Au, Ag, Cu, Zn etc.), as descendentes são os corpos frágeis e eletronegativos. Observação: Este gráfico está numa posição diferente do gráfico que está na edição de A Grande Síntese pois a figura foi rotacionada em 180o.

     Atualmente prefere-se traçar o gráfico empregando os Números Atômicos em lugar dos Pesos Atômicos:

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     A ciência atual ainda não determinou com exatidão os volumes atômicos. Encontramos em vários Manuais de Química e em Sites da Internet valores discrepantes para os volumes atômicos (VA) de muitos elementos químicos. Assim, não foi possível fazer uma comparação entre o gráfico feito por Ubaldi com os valores oferecidos pela ciência moderna como podemos verificar na confrontação de alguns valores de VA nos gráficos apresentados acima.


 

    Pedro Orlando Ribeiro
    http://www.monismo.com.br