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A Grande Síntese

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Comentários e Observações sobre o Cap. 10 de A Grande Síntese

A DESINTEGRAÇÃO ATÔMICA

     Por ação da Lei do Equilíbrio o movimento involutivo é compensado por um movimento evolutivo em sentido contrário e este por sua vez retorna ao movimento anterior e assim sucessivamente, constituindo desta forma uma contínua oscilação entre as fases do ciclo involutivo/evolutivo:

...α→ β →γ→β→α...

É um eterno ciclo de nascimento e morte onde o final de uma pulsação cíclica confunde-se com a início do ciclo seguinte. É semelhante ao ritmo de sístole e diástole do coração.

    O objetivo de A Grande Síntese é o de analisar o semiciclo evolutivo γ→β→α. O exame do semiciclo involutivo será feito nos livros Deus e Universo e O Sistema.

    Ubaldi começa pela pulsação de retorno γ→β, isto é, a desintegração da matéria γ que resulta na transformação de matéria em energia. Quando este capítulo foi escrito em 1932 a ciência ainda não havia realizado a desintegração atômica. Isto somente aconteceu na prática em 1945 com a explosão da primeira bomba atômica, por isso este texto, quando foi escrito, tinha caráter premonitório. Hoje, a equivalência entre matéria e energia, já é uma verdade firmemente estabelecida. A equivalência é demonstrada pela famosa equação de Einstein E = mc2.

    Conforme previa Ubaldi o conhecimento da desintegração da matéria além de trazer vantagens imediatas e práticas está influenciando na orientação filosófica do atual pensamento cientifico. Em virtude da descoberta do microcosmo do átomo material, caiu por terra a idéia de uma matéria estática, contínua, sem vazios, constatou-se que um corpo físico não passa afinal de um estado vibratório que apresenta a ilusão de densidade e impenetrabilidade, em função das altíssimas velocidades das partículas constitutivas dos átomos. Paradoxalmente, a matéria é, em última análise, um grande vazio, onde circulam partículas sub-atômicas, que por sua vez também são constituídas de partículas ainda menores, e estas, por outras ainda menores (Ex.: os quarks). Este processo pode estender-se ao infinito. A solidez e continuidade da matéria que vemos é apenas uma aparência da realidade subjacente. Os Hinduístas chamam isto de Grande Maya, ou seja, Grande ilusão. Ora, se a matéria é movimento, logo trata-se de um processo e não de uma entidade monolítica, imutável. Ao se aprofundar cada vez mais neste microcosmo a ciência constatou através do princípio da Incerteza de W. Heisenberg, da teoria da relatividade de Einstein, e da hipótese dos quanta de Plank o caráter descontínuo de grandezas antes julgadas contínuas.

    Assim, a estrutura atômica da matéria, a física clássica parece esboroar-se para dar lugar a uma física quantística ou estatística, em que dominam, não mais leis dinâmicas, mas leis estatísticas ou de probabilidade (P. Ubaldi - Problemas do Futuro). Desta forma na vanguarda da ciência moderna está acontecendo uma inversão pela qual o real se tornou irreal e o irreal, real (ibidem). Em conseqüência as diretrizes do pensamento científico moderno já estão se reposicionando. A própria ciência está contribuindo para a eliminação da orientação materialista que outrora guiava seus passos na busca do conhecimento. No Capítulo XX (Com a Ciência para o Inconcebível) do livro Problemas do Futuro, este tema é largamente desenvolvido.

    Pedro Orlando Ribeiro
    http://www.monismo.com.br