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RENOVAÇÃO CELULAR
Pedro Orlando Ribeiro
MENSAGEM ORIGINAL

    Amigo Pedro Orlando, mais uma vez gostaria de poder contar com sua ajuda. Em nosso organismo, temos várias coletividades (do átomo aos órgãos e destes ao organismo) que trabalham todas juntas em função do Eu central que é o espírito. Em uma palestra, ouvi que o espírito seria o Cristo de nossas células. Após a morte, o espírito se libertando do corpo, como é que fica a evolução de cada uma das células?

    Ainda continuam ligadas a nós evoluindo em seus ciclos menores? Somos responsáveis desta forma por toda essa coletividade menor enquanto nos encaminhamos para outra maior e assim, ad infinitum? Talvez eu tenha "viajado " na pergunta, mas já estou me acostumando a essas divagações ...

    Mais uma vez, muito obrigado companheiro !!!

RESPOSTA
Prezado amigo:

    Da mesma forma que todos os órgãos, células, moléculas, átomos de nosso corpo trabalham em uníssono formando um ser coletivo maior, assim também, somos partes de individualidades ainda maiores: famílias, grupos sociais, povos, nações, humanidades e humanidades de humanidades, fundindo-se juntos em unidades cada vez maiores pois o Universo é Monista, significando que todas individualidades são constituídas da mesma substância única: a substância divina. Embora num universo em evolução os seres se escalonem em níveis evolutivos diferentes, a evolução é solidária entre os diversos planos. Não há compartimentos estanques dentro do processo evolutivo, o que está mais acima apóia sobre o que está mais abaixo para se desenvolver, mas, ao mesmo tempo arrasta o menos evoluídos para níveis mais altos. Veja, por exemplo, como se desenrola a cadeia alimentar entre os seres vivos, processo que Ubaldi muito apropriadamente denominou de curso de educação da matéria:

    "Massas de milhões de plantas cada dia, assimilando-a no seu organismo, transformam a matéria prima inorgânica em material orgânico. Milhões de animais comendo-o e assimilando-o, transformando-o assim em carne o levam a um nível mais alto. Milhões de seres humanos, sem poder deter-se, para viver, devem ingerir cada dia montanhas de toneladas deste material que plantas e animais lhe fornecem, transformando-o em substância ainda mais evoluída, nervos e cérebro, produtores de dinamismo volitivo e mental. Gradualmente diminui a massa da quantidade em favor da qualidade na qual ela se transforma, destilando e concentrando os valores espalhados naquela quantidade. Para que serve esta contínua ingestão de matéria de grau menos evoluído, colocada assim em circulação para cumprir funções cada vez mais elevadas em organismos mais evoluídos? Começando pelas plantas assimiladoras do terreno, e assim se elevando até ao homem, vemos que a matéria, do seu estado inorgânico passa através de uma elaboração contínua, pela qual os átomos que a compõe, chegam ao estado orgânico da vida, até ao nervoso e cerebral, no qual devem saber funcionar como elemento do instrumento do pensamento; esses átomos dispõe-se a colaborar de mil maneiras e devem aprender muitas coisas. Assistimos assim a uma espécie de curso de educação da matéria. Neste processo não só o ser mais evoluído aproveita o trabalho feito pelos menos evoluídos, e assim como uma pirâmide, a vida se eleva em direção a planos mais altos, apoiando-se nos mais baixos; assim também o material de tipo inferior, que serve e ajuda, com o seu trabalho mais rudimentar, à execução do mais avançado, é levado por sua vez a avançar, ao estar formando parte de organismos e portanto adstrito a trabalhos mais complexos" (P. Ubaldi - A Descida dos Ideais)

    Dentro desse dinamismo, as substâncias são tomadas e levadas através do organismo, são absorvidas, assimiladas, fundidas na palpitação vital e, depois de haver demorado nele, são eliminadas. Sua passagem pelo ciclo orgânico é, para essas substâncias, uma espécie de febre, de corrida insólita, da qual escapam para repousar em seu equilíbrio químico inorgânico assim que se livram dessa imposição. (P. Ubaldi - A Grande Síntese)

    Assim se dá a renovação celular do nosso corpo, que no prazo de alguns meses suas células são totalmente substituídas. Vida e morte se alternam em todos os níveis, tanto na vida humana, como no sistema celular e até no aparecimento e desaparecimento de universos. Para se construir uma casa mais moderna é preciso demolir a casa velha para liberar o terreno para a nova construção.

    A matéria eliminada retorna ao seu estado primitivo mais simples e cai num repositório comum e é retomada por outros seres num ciclo mais baixo de vida reiniciando seu caminho evolutivo. E assim de grau em grau, com avanços e retornos, os seres de qualquer nível evolutivo, evoluem interagindo com os planos evolutivos que lhes estão acima e abaixo. Desta forma, podemos dizer que somos responsáveis em sentido genérico em relação às individuações menores, mas não em sentido especifico com cada individuação menor em particular. Somos, no entanto, especialmente e diretamente responsáveis em relação aos nossos semelhantes do plano humano. Responsabilidade essa que gera tanto o Carma individual como o coletivo,

    Pedro Orlando Ribeiro

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