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Epístola aos Hebreus Pedro Orlando Ribeiro |
Mensagem Original |
Bom dia , Estive lendo alguns textos de Pietro Ubaldi sobre reencarnação e me pareceu que existe uma defesa do conceito de reencarnação , e como tambem leitor da Biblia conheço uma passagem que diz o seguinte "Como está determinado que os homens morram uma só vez , e logo em seguida vem o juízo" Hebreus 9:27" eu gostaria se possivel , uma explicação sobre esta reencarnação que Pietro Ubaldi cita. Atenciosamente, |
Resposta |
Prezado amigo: Esta citação faz parte de um trecho maior e assim, creio eu, ela perde parte do significado se tomada isolada do contexto maior.
O trecho da epístola aos Hebreus a que me refiro tem a seguinte redação:
23 Era necessário, portanto que as figuras das cousas que se acham nos céus se purificassem com tais sacrifícios, mas as próprias cousas celestiais com sacrifícios a eles superiores.
24 Porque Cristo não entrou em santuário feito por mãos, figura do verdadeiro, porém no mesmo céu, para comparecer, agora, por nós, diante de Deus;
25 nem ainda para se oferecer a si mesmo muitas vezes como o sumo sacerdote cada ano entra no Santo dos Santos com sangue alheio.
26 Ora, neste caso seria necessário que ele tivesse sofrido muitas vezes desde a fundação do mundo; agora, porém, aos se cumprirem os tempos, se manifestou uma vez por todas, para aniquilar pelo sacrifício de si mesmo o pecado.
27 E, assim como aos homens está ordenado morrerem uma só vez e, depois, disto o juízo,
28 assim também Cristo, tendo-se oferecido uma vez para sempre para tirar os pecados de muitos, aparecerá segunda vez sem pecado, aos que aguardam para a salvação.
Ora, visto que a lei tem sombra dos bens vindouros, não a imagem real das cousas, nunca jamais pode tornar perfeitos os ofertantes com os mesmos sacrifícios que, ano após ano, perpetuamente eles oferecem.
Neste texto Paulo compara o sacrifício da paixão de Cristo com os sacrifícios que os sumo sacerdotes do Templo de Jerusalém realizavam anualmente. O autor usa do contraste para demonstrar e sobretudo para ensinar aos hebreus, ainda apegados a lei mosaica, a inutilidade de contínuos sacrifícios que jamais pode tornar perfeitos os ofertantes com os mesmos sacrifícios que, ano após ano, perpetuamente eles oferecem. É preciso entender que aqui a palavra sacrifício tem o sentido alegórico de morte.
No quarto parágrafo (versículo 26) o trecho sublinhado explica o versículo seguinte (agora, porém, aos se cumprirem os tempos, se manifestou uma vez por todas, para aniquilar pelo sacrifício de si mesmo o pecado).
O apostolo afirma que o sacrifício de Cristo representa uma inovação, pois acaba com a necessidade de se repetir ciclicamente o sacrifício para aniquilamento do pecado.
Considerando que na rica linguagem simbólica dos Evangelhos o prêmio do pecado é a morte, poderemos concluir que o apóstolo dos gentios quis significar que para romper a cadeia de mortes e renascimentos é necessário que cada um deva também repetir em si mesmo o sacrifício de Cristo. A paixão de Cristo é o paradigma a que todos nós deveremos imitar mais cedo ou mais tarde. Portanto, morrer um só vez, neste caso significa morrer definitivamente para o Anti-Sistema para escapar ao infindável ciclo morte/renascimento do Anti-Sistema. Esta morte seria o que poderíamos chamar de a "morte da morte". Desta morte só se morre uma vez!
Como Cristo todos nós ressuscitaremos no Espírito, livres do pecado original que nos havia condenado a repetir o motivo da queda dos anjos num ciclo infindável de vida/morte. Ubaldi nos revela:
"Cristo é nosso irmão e mestre e como tal tem o direito de elevar-se como exemplo, porque fez aquilo que cada um de nós deverá fazer, obedecendo como Ele a Lei de Deus. (. . . .) Ele enfrentou o inimigo e fez primeiro aquilo que todos deverão fazer e farão para cumprirem e resolverem o ciclo involutivo-evolutivo. (P. Ubaldi - Cristo)"
Caso o amigo ainda não conheça a teoria da queda sugiro a leitura do livro O Sistema, o décimo volume da obra de Ubaldi.
Quanto ao tema da Reencarnação, Ubaldi praticamente esgotou o assunto no livro Problemas Atuais (capítulos 6 e 7).
abraços,
Pedro Orlando Ribeiro
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