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CONCEITOS FILOSÓFICOS DE DUALISMO E TRINDADE NA CONCEPÇÃO DE PIETRO UBALDI: Pedro Orlando Ribeiro |
Se partirmos dos conceitos
básicos desenvolvidos por Ubaldi nos livros A Grande Síntese, Deus e Universo
e O Sistema veremos que o nosso Universo é mais do que uma estrutura material estática. O
nosso Universo além da forma sólida que percebemos pelos nossos limitados sentidos, possui também uma
fluidez que o modifica a cada instante. Essa fluidez não acontece apenas nos movimentos dos corpos físicos
no espaço, é sobretudo um movimento transformista que modifica a configuração de tudo que existe.
Em outras palavras, há uma perpétua transformação de uma coisa, de um estado, de uma forma etc. em outra.
Se olharmos mais de perto, veremos que este incessante transformismo possui duas direções que se alternam
em sentidos opostos, aparentemente formando um ciclo fechado. Na vida prática podemos ver
estes ciclos nos fenômenos físicos, químicos, geológicos climáticos, biológicos, fisiológicos, psíquicos,
sociais, históricos etc.. Entretanto, se repetirmos e alongarmos nossa observação desses ciclos num
intervalo de tempo mais longo, veremos que o ciclo não é absolutamente fechado e, então, concluiremos que
se trata na realidade de uma espiral que expande e contrai periodicamente sendo que as fases de
expansão superam as de retração. Há, portanto, um transformismo imperceptível para um olhar descuidado
mas perfeitamente visível para uma visão mais acurada.
Há, portanto, neste transformismo, que alcança
todas as coisas, uma oscilação entre duas fases opostas. Cada oscilação é simétrica mas, no conjunto é
assimétrica como no movimento do planeta Terra em torno do Sol enquanto este se desloca em direção a
Constelação de Hércules, conforme nos mostra a figura abaixo
Sendo a oscilação a passagem de uma fase para a
fase oposta evidencia-se o fato de que as fases não são concomitantes, isto é, nunca são
simultâneas. Há, portanto, uma alternância entre duas posições opostas. A oscilação não é apenas espacial
pois todos fenômenos, sejam eles de natureza material, dinâmica ou psíquica, estão sujeitos a alternância
entre duas fases.
Esta alternância entre dois estados é o que
caracteriza o dualismo presente em tudo que existe neste Universo que vivemos. Mas, não se trata de uma
alternância eterna, uma oscilação pendular entre duas posições inalteráveis. No ir e vir deste movimento
cíclico há um deslocamento mínimo das fases. Este é o chamado processo criativo que alcança tudo o que
existe no nosso Universo. Este movimento oscilatório é o responsável pelo o que chamamos de evolução.
A Evolução é, portanto, o resultado deste ininterrupto movimento entre duas fases opostas. Mas, podemos
perguntar: como acontece o progresso evolutivo no simples oscilar entre duas posições opostas? Segundo
Ubaldi a oscilação entre as duas posições não é estéril, pois o deslocamento entre as duas fases opostas
faz com que apareça uma terceira fase intermediária "construída" com as qualidades opostas das outras
duas. É por esta razão que qualquer Universo é tríplice na sua constituição e dualístico no seu
funcionamento. Assim, a triplicidade estrutural dos Universos é dualística no seu funcionamento interior e
em conseqüência as fases extremas desta triplicidade são opositivas e não coexistidas.
O terceiro termo surgido da oscilação entre
dois contrários procurará o seu oposto iniciando nova oscilação, dando continuidade ao processo evolutivo.
originando outra triplicidade estrutural distinta. Desta forma, podemos compreender que a este nosso
Universo pode anteceder ou seguir outros Universos dimensionais diferentes. Podemos estender este
raciocínio para as transformações corriqueiras do nosso próprio Universo. Basta que olhemos para qualquer
fenômeno, seja ele material ou abstrato, que veremos este processo criativo. Um exemplo que salta à vista
é o do ciclo da árvore e da semente. A oscilação entre estas duas fases faz surgir um novo ser que por sua
vez com o mesmo processo oscilatório produzirá outro ser semelhante e assim sucessivamente e o repetir
incessante deste ciclo ocasionará o aparecimento uma nova espécie de planta O encadeamento de ciclos
prosseguirá o transformismo muito além do que podemos imaginar.
Neste ponto podemos estar pensando que este
processo nos levará a uma diversificação de espécies o que faria do mundo um amontoado de seres sem
nenhum vínculo entre si o que contraria a nossa concepção da unidade da criação que o significado da
palavra Universo nos revela. Mas, basta lembrarmos que o terceiro termo surgido da oscilação entre duas
fases opostas traz em si as qualidades contrastantes dessas fases. Se as fases geradoras são opostas
terão, portanto, qualidades contrastantes no que se refere a unidade e a diversidade. Desta maneira, a
evolução é construída obedecendo a dois parâmetros antagônicos, ela diversifica e unifica ao mesmo tempo.
Assim, a diversificação das espécies é equilibrada pela unificação das espécie em gêneros e estas, por
sua vez, são unificadas em famílias e deste modo sucessivamente em ordem, filos, reino etc. Há, portanto,
unidade na diversidade no processo criativo provocado pela oscilação entre opostos.
Mesmo no campo dos processos abstratos é
visível a ação dos opostos no desenvolvimento destes fenômenos. Na dialética Hegeliana, um conceito, a
tese, é seguida pela sua oposta, a antítese; o resultado do conflito entre elas traz consigo um novo
conceito de alto nível, a síntese, que torna-se a tese de outra tríade.
Muitos outros exemplos podem ser revelados pela
nossa observação: o grupo familiar pai, mãe e filho é gerado pela interação entre os opostos, pai e mãe,
da tríade. Foi pela apropriação deste exemplo tão próximo a nós que várias religiões construíram a crença
na Trindade Divina, Espírito, Pai e Filho no Catolicismo e Brahma, Shiva e Vishnu no Hinduísmo. O Monismo
Ubaldista ampliou e lançou uma nova luz sobre este dogma. Agora esta Trindade não é mais uma entidade
separada da criação. Ela é a ´própria criação, está inserida nela. Uma Trindade Divina não somente
transcendente separada do Universo, mas uma Trindade imanente, coexistente com as criaturas, alma de todas
as coisas cujo significado maior é a de que estamos inseridos no "corpo" de Deus.
No livro A Nova Civilização do Terceiro
Milênio, no capítulo 25 intitulado O Dualismo Fenomênico Universal, Ubaldi aprofunda o tema
do Dualismo, nos proporcionando uma ampla visão da ação evolutiva da interação entre os opostos
fenomênicos. Você poderá ler este capítulo no endereço:
Na figura ao lado podemos visualizar a
seqüência criativa de Universos surgidos da interação dualística entre fases opostas. Na simbologia
adotada por Ubaldi o nosso Universo (Criação c) é caracterizado pelas fases a
espírito, b
energia, g
matéria.
Na figura podemos visualizar como o
princípio da
trindade deriva do princípio da dualidade. Exemplo: na criação b
a oscilação entre os
extremos
-x e b produz g Desenvolvi alguns comentários sobre o Princípio
de Trindade e de Dualidade no endereço: |
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