O 24º livro escrito por Ubaldi - Um Destino Seguindo Cristo - ao contrário dos primeiros volumes que abordam principalmente temas de caráter teológico, Este livro está focado nos prpblemas de nosso mundo,tais como a emancipação da mulher, o reconhecimento dos direitos dos trabalhadores, a complementaridade entre Capitalismo e Comunismo, a tendência ao coletivismo, a superação das fronteiras nacionais com a globalização econômicas que nos levarão, no futuro, a unificação de todos os povos sob um só governo mundial.
É surpreendente a antevisão de Ubaldi dos acontecimentos que ora estão paulatinaente acontecendo. Mas a evolução da vida neste planeta, apesar de lenta, pode ser vislumbrada até pelas novas gerações e por todos aquêles que não possuam conhecimento da História da humanidade nos últimos séculos.
Embora, haja um longo caminho a palmilhar, pois a maior parte humanidade ainda é guiada pelos institos animais,
que é fácil de ser constatado - como nos demonstra Ubaldi - na mentira, na hipocrisia reinante na política, na economia e sobretudo nas religiões que estão se que tornando uma banca de negócios, acompanhando a mentalidade geral.
Sem esquecermos da violência e guerras que assolam nosso mundo. Mas mesmo com toda essa miséria que grassa por toda parte,novos avanços acontecem devido as oscilações dualisticas governadas pela Lei do Equilibrio.
Os Capítulos 7 e 11 deste magnifico livro, embora sejam extensos, expressam com crueza os fatos citados acima e, por isso, valem apenas serem relidos. Leiam abaixo alguns trechos selecionados destes capítulos. Uma conclusão que se pode chegar da última citação de Ubaldi é a que vivemos nestas megalópodes que são verdadeiras "Selvas de Pedra", com um trânsito caótico e "empilhados" em altos edíficios é para aprendermos a conviver com o nosso próximo e aprender as regras mais elementares de convivência num espaço urbano.
Em virtude deste imprevisto impulso em direção à organicidade, produzido pela técnica e pelos novos tempos, o homem é constrangido a adotar novo tipo de vida, a descobrir e observar leis que lhe eram desconhecidas, aprendendo a comportar-se de acordo com suas exigências. Isto é verdade também no campo moral, ainda que o homem não saiba ver até esse ponto. Saber distribuir os meios econômicos, como os direitos e os deveres de cada um nas relações sociais, é uma arte tão necessária quanto saber repartir o espaço na circulação das estradas, ou as normas de convivência entre os apartamentos de um arranha-céu, sem que um elemento se choque com o outro.(P. Ubaldi - Um Destino Seguindo Cristo - Cap 7)
Independentemente de qualquer programa político, a tendência ao coletivismo é hoje fenômeno universal. Esta nova posição da humanidade em forma de sociedade orgânica não é problema de democracia ou comunismo, mas biológico, e corresponde a uma fase de amadurecimento evolutivo a qual toda a sociedade humana está atravessando, em todos os pontos do globo. A cisão entre o que parece ser dois opostos, democracia e comunismo, é devida só ao fato de que eles representam os dois extremos do mesmo problema; são como os dois pólos do mesmo planeta. A futura organicidade nascerá no seu equador, ponto intermediário que os une, onde os dois opostos se reencontrara-o depois de haver abandonado cada um os próprios defeitos como excessos, para se equilibrarem na justa medida, compensando-os e corrigindo-os com as virtudes assimiladas.(P. Ubaldi - Um Destino Seguindo Cristo - Cap 7)
Ora a diferença entre Capitalismo e Comunismo está no considerar o homem como indivíduo, ou como coletividade. De fato a primeira posição corresponde àquilo que realmente é a natureza humana, satisfazendo melhor a sua vontade. Conceber o homem em forma orgânica, como coletividade, pode representar um conceito evolutivamente mais avançado, mas ele tem de ser imposto coativamente para poder ser praticado por um biótipo, ainda não maduro. O primeiro sistema então, por ser mais adaptado ao atual tipo de homem oferece a vantagem de seu maior rendimento. Mas o segundo sistema é uma tentativa de novas construções, e como tal percorre os tempos, antecipando o futuro, oferecendo a vantagem de iniciar a evolução; dando á sociedade uma estrutura orgânica, que representa uma fase de vida mais evoluída e perfeita. Ora, o Comunismo é filho de uma revolução e o objetivo desta é sempre o de introduzir novos fermentos à vida. Mas a conquista é fatigante, cheia de lutas e contradições, de erros e excessos, como vemos acontecer. Custa muito a escalada a novas posições biológicas. Indubitavelmente a liberdade oferece vantagens, mas oferece também um estado de disciplina que a limita quando este conduz à organicidade própria de uma civilização mais avançada. (P. Ubaldi - Um Destino Seguindo Cristo - Cap 7)
Assim os princípios de justiça social lançados pelo Comunismo se transmitiram aos países capitalistas, aperfeiçoando o seu sistema de liberdade, com reconhecimento de muitos direitos, anteriormente ignorados. E, ao mesmo tempo, o princípio da livre iniciativa, lançado pelo Capitalismo, começa a ser reconhecido nos países comunistas com maior respeito pelo indivíduo e pela liberdade. Estes para obter maior rendimento humano, aqueles, os países capitalistas, para viverem com mais justiça. Ambos vão se avizinhando, compreendendo, assimilando. (P. Ubaldi - Um Destino Seguindo Cristo - Cap 7)
Tudo isso implica outras transformações, envolvendo outros aspectos da vida. Um destes é a atual emancipação da mulher. O problema fundamental para todos, como vimos no que respeita às vocações do clero, é a situação econômica. Isto acontece também com relação à mulher. Antigamente, para uma jovem essa situação se resolvia com o matrimônio; hoje o mesmo problema se soluciona com o trabalho. Outrora, o sonho era o marido, hoje é a profissão. Eis que agora a vida para a mulher, que representa a metade do gênero humano, assenta em outras bases. Disto derivam grandes deslocações. A sua existência não fica fechada entre as paredes domésticas, reduzida a ser um apêndice do homem, seu único sustentáculo, mas se amplia na sociedade com uma função importante, como é a de quem trabalha, estando, portanto, conexa com a produção, fato que se encontra na base da vida. Então, a mulher se coloca ao nível do homem, economicamente independente, auto-suficiente, tornando-se um elemento socialmente válido, que se enxerta com o seu peso próprio na organização coletiva. Encarrega-se de novas atividades e responsabilidades, mas conquista também liberdade e, com o trabalho, a possibilidade de desenvolver-se como inteligência, o que não acontecia quando a sua função era somente a de serva ou de instrumento de prazer para o homem, ou de servir para criar os seus filhos. (P. Ubaldi - Um Destino Seguindo Cristo - Cap 11)
Nasce, assim, o pecado de caráter social, o que causa dano aos outros, enquanto passa para segundo plano o do sexo, que não é pecado quando não prejudica ninguém.(P. Ubaldi - Um Destino Seguindo Cristo - Cap 11)
O grande fenômeno a que hoje assistimos é um processo universal de socialização, que se verifica para toda a humanidade, ainda que com programas políticos opostos, processo que influencia tudo: a moral, a religião, a família, o desenvolvimento mental, a atividade produtora etc. Trata-se de novo modo de conceber a vida sob princípios diversamente orientados, conduzindo a outra moral, tema aqui tratado com a devida precisão. A velha moral era empírica e instintiva; a nova é racional e controlada. No primeiro caso, o indivíduo era movido por impulsos do subconsciente, guiado por atrações e repulsões, simpatias e antipatias; no segundo, é conduzido pelo pensamento e pela lógica que enfrentam os problemas para resolvê-los. A segunda é a moral mais evoluída de quem conhece e raciocina; a primeira é a impulsiva do primitivo irracional e inconsciente, arrastado pelos instintos. A moral sexual era até ontem desse tipo, mas já está passando do tribunal do confessor e dos mexericos da opinião pública para o juízo competente do médico, do psicólogo, do sociólogo. A unidade de medida do pecado não será estabelecida de acordo com as reações do subconsciente instintivo, mas consoante um critério social baseado no dano que esse pecado acarreta ao próximo, isto observado com lógica positiva. É assim que nasce outro tipo de pecado: o social, que vai da evasão fiscal à imprudência ao volante, baseado no respeito que se deve ao próximo, não o prejudicando, o que representa uma forma positiva de amá-lo conforme o Evangelho. Eis um Cristianismo racionalmente utilizado para chegar, como exige a hora histórica, a um estado social orgânico, feito de uma ordem sempre maior. Trata-se de um modo inteligente e calculado, mas também de ser bom. Temos uma ética cristã, civil, em vez de religiosa, que leva a uma disciplina que é perda de liberdade, conquanto também seja vantajosa, porque, se limita a minha liberdade, restringe igualmente a de outrem a quem é vedado causar-me dano. (P. Ubaldi - Um Destino Seguindo Cristo - Cap 11)
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