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Buracos Negros

Pedro Orlando Ribeiro

Mensagem Original

    Amigo Pedro Orlando,

    Estou tentando entender a evolução da materia. E quando penso em buraco negro, fico me indagando o seguinte: o buraco negro seria realmente a passagem para outro universo? E neste universo a evolução continuaria? Já que perdemos a informação que "cai" em um buraco negro, como entender o processo ? Mais uma vez, muito obrigado!!!
Abraços,
Murilo

Resposta

    Prezado amigo Murilo:

Como você deve estar lembrado tudo é cíclico no Universo, isto é, todos os fenômenos sejam eles relativos a matéria, a energia ou ao pensamento se desenvolvem ciclicamente repetindo em ponto menor o ciclo involutivo-evolutivo originado pela queda do Sistema no Anti-Sistema. ...o que no plano matéria significa espaço curvo, no plano conceptual significa ciclo e ao contrário. Esse princípio que denominamos, com termos espaciais, de curvatura, mas que tem um valor universal, bem mais que espacial, nos reporta ao princípio geral do circuito ou ciclo, que reencontramos em qualquer caso, reproduzido a cada passo, porque ele está no esquema unitário do todo.(P. Ubaldi -Problemas do Futuro)

Deste modo a curvatura é um conceito universal, embora, para a nossa mentalidade, pareça estranho os fenômenos relativos a energia e ao pensamento terem caráter cíclico. Einstein na sua teoria da relatividade geral introduziu o conceito de espaço curvo. Este conceito revela que não é uma força que produz a interação gravitacional entre dois ou mais corpos celestes, mas sim o encurvamento do espaço provocado por estes corpos. Os movimentos dos astros não são, portanto, provocados por uma força, mas pela deformação do espaço. Os próprios astros são formados pelo maior encurvamento do espaço, assim, o espaço e a matéria se diferenciam apenas pelo menor ou maior encurvamento do espaço.

    As previsões teóricas de Einstein foram comprovadas na prática em 1919, durante uma eclipse total do Sol, pelos cientistas que observaram o encurvamento dos raios da luz de uma estrela ao passarem perto do disco de sombra do eclipse. Os valores observados coincidiram com os calculados por Einstein.

    Ubaldi vai ainda mais além da simples idéia do encurvamento e nos revela a verdadeira natureza do espaço: Uma das mais recentes teorias científicas, a do espaço-dinâmico, em que se concebe o espaço, não como uma extensão geométrica, mas substanciado de uma densidade própria e dotado de uma mobilidade, como um fluido. O homem atribuiu ao espaço, de forma inteiramente arbitrária, os dois atributos de vacuidade e imobilidade, sem saber se eles efetivamente correspondem à realidade física. Há, entretanto, uma única realidade constitutiva do universo físico: o espaço fluido e móvel e o seu movimento. Os movimentos circulares desta substância conformam os sistemas atômicos e astronômicos, de que resulta a matéria. Os seus movimentos ondulatórios constituem a energia. Assim todos os fenômenos se reduzem a uma mecânica universal, dada pelo movimento do espaço. (P. Ubaldi - Deus e Universo)

    O conceito de espaço-dinâmico poderá ser melhor entendido se considerarmos que não há descontinuidade entre energia b e a matéria g. A energia no seu processo de concentração, durante seu transformismo involutivo, passa por uma fase intermediária entre energia e matéria. Esta fase intermediária é o chamado Éter que é basicamente constituído de núcleos sem orbitais eletrônicos. Podemos, então, imaginar que o espaço não é um vazio, e sim uma entidade que não é nem energia e nem matéria, mas uma coisa diferente com propriedades de ambas as fases. Desta forma podemos pensar que o universo é um tecido contínuo sem vazios, onde os corpos celestes e o espaço formam, devido a natureza MONÍSTICA do Universo, uma unidade monolítica contínua. Este tecido cósmico pode ser comparado, grosso modo, com um tecido de diferentes espessuras ao longo de sua superfície. Ou, se pensarmos em três dimensões, o universo pode ser concebido como um sólido esférico com zonas de diferentes densidades. O termo densidade deve ser compreendido como derivado do conceito de encurvamento espacial.

    Assim a energia é constituída pelos movimentos ondulatórios do espaço. A energia não propaga em linha reta como nos parece a primeira vista. No universo dinâmico a propagação da energia dá-se sob a forma de trajetórias curvas constituindo um vastíssimo circuito na amplidão do espaço, e é pela vastidão deste ciclo que as suas trajetórias parecem ser em linha reta.

    Ubaldi descreve o ciclo da energia da seguinte forma: muitas nebulosas, que vedes aparecer nos espaços sem um precedente visível, nascem por condensação de energia, a qual, após a imensa dispersão e difusão devida à contínua irradiação de seus centros, concentra-se, seguindo correntes, que guiam sua eterna circulação em determinados pontos do universo. Aí, obedecendo o impulso que lhe imposto pela grande lei do equilíbrio, instala-se, acumula-se, retorna e se dobra sobre si mesma, compensando e equilibrando o ciclo inverso já esgotado da difusão que a guiara de uma coisa à outra, para animar e mover tudo no universo. De todas as partes do universo, as correntes trazem sempre nova energia, o movimento torna-se cada vez mais intenso, o vórtice fecha-se em si mesmo, o turbilhão transforma- se em verdadeiro núcleo de atração dinâmica. Quando ele não pode suportar mais em seu âmbito todo o ímpeto da energia acumulada, chega um momento de máxima saturação dinâmica, a um momento crítico, em que a velocidade torna-se massa, estabiliza- se nos infinitos sistemas planetários íntimos, de que nascerá o núcleo, depois o átomo, a molécula, o cristal, o mineral, os amontoados solares, planetários, siderais. Da imensa tempestade nasceu a matéria. Deus criou. (P. Ubaldi - A Grande Síntese - cap. 14)

    É por isso que o ciclo completo da energia compreende dois semiciclos o da concentração e o da difusão que se equilibram de modo semelhante a oscilação de um pêndulo. Esta oscilação reproduz os dois grandes períodos da criação: involução e evolução. Como na natureza nada se perde, esta imensa quantidade de energia que os corpos celestes irradiam pelo infinito do espaço, é novamente reconcentrada em pontos determinados do cosmo. Aqui, Ubaldi, prenuncia a existência dos Buracos Negros que a ciência somente agora está teorizando.

     Este acúmulo gradual de energia em pontos específicos faz com que surjam vórtices cada vez mais velozes que ao atingir um ponto de saturação acontece a transformação da energia em matéria.

     De modo que o processo involutivo criador seria devido a esse fenômeno de curvatura. Certo é que faltam as palavras porque os conceitos comuns não são mais suficientes. Curvatura é um termo espacial, como o são os conceitos de condensação, concentração - aprisionamento, os que o nosso relativo nos pode dar com as imagens tomadas em nosso mundo relativo. (P. Ubaldi - Problemas do Futuro)

    O texto Ubaldiano nos leva a concluir na existência dos Buracos Negros mas nada há que indique que estes pontos sejam passagem para outros universos. Creio que se houver esta "passagem" ela somente poderá ser usada pela energia que se concentra nestes pontos e nunca por seres que já atingiram uma fase superior, como os humanos, nos quais já predominam o pensamento. Em universos menos evoluídos que o nosso não existe a fase Espírito e, portanto, não haveria como acrescentar a dimensão Consciência num universo cujas dimensões são menos evoluídas.

    Finalizando, baseados no conceito de encurvamento que vimos acima, creio que podemos referendar a verdade expressa pelo provérbio popular: Deus escreve certo por linhas tortas, reescrevendo-o para: Deus escreve certo por linhas curvas.

    Pedro Orlando Ribeiro

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