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Acelerações Centrípedas e Centrífugas no ciclo Involutivo-Evolutivo


Pedro Orlando Ribeiro

MENSAGEM ORIGINAL

Prezado Pedro Orlando,

    Meu nome é Ivana, sou psicóloga. Tomei conhecimento sobre tua pessoa através da Elisângela da Fundação Pietro Ubaldi, e desde então tomei a liberdade de solicitar sua ajuda. Em primeiro lugar, parabéns pelo teu site, achei muito interessante, de grande utilidade e benefícios para as pessoas. Conheci a obra de Pietro Ubaldi quando ainda morava em São Paulo em 1987 e desde lá quanto mais estudo maior é minha admiração e respeito. O fato é que me ficaram algumas dúvidas que não consigo aprofundar. No livro O SISTEMA, Pietro Ubaldi, aborda que a evolução, ou o movimento de retorno tem o movimento de uma espiral.

1. Este movimento é de aceleração centrífuga ou centrípeda? Penso que é centrífuga. Você concorda? Esta colocação está na página 150 no primeiro e segundo parágrafo.
2. Pietro Ubaldi aborda que no início da espiral a atração pela matéria é grande, isto é, dois passos de retorno, e que no final com a atração diminuindo a curva se transformaria em reta. Colocação na página 296 no primeiro parágrafo. Isto seria uma progressão geométrica? Tens idéia de que natureza?
3. Dentro do teu conhecimento de Pietro Ubaldi, em algum momento encontrou uma fórmula matemática que explicasse a dinâmica dos movimentos?
4. Você acredita que o caminho para a evolução é previsível e inevitável?

    Caro Pedro Orlando, se tiver a possibilidade de me ajudar, eu muito lhe agradeço, porque tais perguntas eu me faço antes mesmo de conhecer o autor, que me mostrou que eu não estaria sozinha em tais questionamentos. Desde já muito obrigado.

Ivana

RESPOSTA

Prezada amiga:

    Fiquei muito feliz ao receber sua mensagem pois é muito raro encontrar uma pessoa que procura se aprofundar no pensamento Ubaldiano. Digo isto porque sei que a extensão da obra de Ubaldi (cerca de 10.000 páginas) faz muitos estudiosos desistirem no meio do caminho. Além do mais trata-se de um árido desenvolvimento de conceitos que desencoraja muita gente a navegar neste vasto oceano. Creio que devido a sua formação profissional e ao longo tempo que dedica a leitura de Ubaldi fez com que tocasse em conceitos que pouca gente repara e simplesmente passa por cima.

     Veja abaixo dois trechos de Ubaldi:

[....] o movimento, primeiro produto da evolução físico-dinâmica, é força centrífuga e, por isso, tende à difusão, à expansão, à desagregação da matéria. Expansão em todas as dimensões é, com efeito, a direção da evolução. Mas, repentinamente, essa direção inverte-se, por lei de equilíbrio, numa direção centrípeta, contra-impulso involutivo, e as forças de expansão completam-se com as de atração. (P. Ubaldi - A Grande Síntese - cap 39 §3)
Comecemos, então, a precisar não se tratar de queda no sentido espacial, mas, como já explicamos, de uma queda de dimensões, de um desmoronamento de valores. Entretanto, isto ainda não é totalmente exato, porque nos torna a levar ao conceito de queda, embora se trate de uma queda no sentido espiritual e moral. Se houve um desmoronamento nesse sentido, foi o efeito de um processo de afastamento do centro. Eis o que realmente ocorreu. A revolta inverteu, pelo menos para os elementos rebeldes, a direção dos impulsos que os moviam no Sistema. Começaram, então, a funcionar não mais na direção centrípeta, com a cabeça voltada para Deus, centro do Sistema, mas se inverteram movimentando-se na direção centrífuga, para afastar-se do centro, Deus. Assim, ao impulso centralizador que regia compactamente o Sistema em torno do único egocentrismo de Deus, substituiu-se um impulso descentralizador para a periferia, constituído por uma miríade de egocentrismos separados. Em vista da direção tomada pelos elementos rebeldes, automaticamente, como efeito da causa movida por sua livre vontade, o movimento para a periferia acabou determinando a sua exclusão da esfera do Sistema. (O Sistema – cap 8 § 5)

    Repara que na primeira citação a direção centrífuga é no sentido evolutivo, isto é, na direção de Deus, já na segunda a direção centrífuga é na direção involutiva, ou seja, afastando de Deus. As figuras que coloquei no fim desta mensagem esclarecem a questão.

    Ubaldi não indicou nenhuma fórmula matemática sobre o desenvolvimento das fases evolutivas. Na minha opinião o andamento da espiral evolucionista ´não é uma progressão geométrica. Desconfio que possa haver ligação com a seqüência de Fibonacci, mas isto é apenas uma opinião particular. Não sei se você conhece esta seqüência onde cada termo é a soma dos dois termos anteriores, veja: 1, 1, 2, 3, 5, 8, 13, 21, 34, 55, 89, 144, 233, 377, ...... Esta conjectura se originou quando encontrei vários sites na Internet que mostram que as coisas da natureza costumam se organizar obedecendo esta seqüência.

    Se quiser ver alguma coisa sobre Fibonacci acesse os sites:
http://pessoal.sercomtel.com.br/matematica/alegria/fibonacci/seqfib1.htm
http://pessoal.sercomtel.com.br/matematica/alegria/fibonacci/seqfib2.htm
http://pessoal.sercomtel.com.br/matematica/medio/sequenc/sequenc.htm >

    Um bom site em inglês é:
http://www.mcs.surrey.ac.uk/Personal/R.Knott/Fibonacci/fib.html

    Se você pesquisar sobre Fibonacci em qualquer site de busca encontrará dezenas de endereços.

     Para tentar clarear um assunto nada melhor que uma figura ou um gráfico para nos fornecer uma visão mais abrangente do tema em questão. Por isso, desenhei as figuras, que verá abaixo, para tentar tornar compreensível o significado que Ubaldi deu as palavras centrípeta e cebtrífuga no seu texto.

     Se achar que a coisa não ficou bem clara, solicito que me mande suas dúvidas. Aprendo muito com as colocações de outras pessoas sobre pontos da teoria de Ubaldi que me passaram desapercebidos. Não entendi bem a que gráfico que você se referiu, mas a teoria monista ubaldiana é aplicável para qualquer universo. Desta forma é determinística a repetição do motivo da queda em qulaquer nível evolutivo, mesmo nos nos fenômenos que consideramos os mais insignificantes.

    A evolução acontece então obrigatoriamente conduzida por uma fase destrutiva seguida de uma construtiva e assim sucessivamente, Um exemplo próximo a nós é a renovação celular que acontece no nosso corpo, que no prazo de alguns meses suas células são totalmente substituidas. Vida e morte se alternam em todos os níveis, tanto na vida humana, como no sistema celular e até no aparecimento e desparecimento de universos. Para se construir uma casa mais moderna é preciso demolir a casa velha para liberar o terreno para a nova construção.

abraços,
Pedro Orlando Ribeiro

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    Antes da queda só existia o SISTEMA. Segundo Ubaldi, os espíritos foram criados perfeitos e livres dentro de um organismo hierarquizado constituindo um Todo harmônico, sendo Deus vértice e centro desta hierarquia. Existia, portanto, apenas a atração centrípeta (o amor) das criaturas para este centro. Sendo Deus o centro de atração, é bom lembrar que isto não significa que Deus é apenas uma parte do SISTEMA. Deus é o TODO, fato este explicado pelos seus atributos de IMANÊNCIA e TRANSCENDÊNCIA.

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    Durante a queda parte do SISTEMA se fragmentou em suas individualidades perdendo a sua característica orgânica, surgindo o Anti-Sistema onde as criaturas são atraidas para um anti-centro, originando, então, impulsos centrípetos em relação a este anti-centro, mas em relação ao SISTEMA são impulsos centrífugos. É importante observar que o Anti-Sistema continuou dentro do SISTEMA pois sendo este infinito nada poderia existir fora dele.

sistema1.jpg

    Apesar da queda as qualidades monísticas do Sistema permanecem no Anti-Sistema. Sendo o SISTEMA absolutamente perfeito já existe no seu seio um mecanismo automático de recuperação.da queda. Assim, ressurgiram as forças atrativas do SISTEMA em luta com as forças opostas do Anti-Sistema. Vemos assim que as forças atrativas emanadas do centro do Sistema são centrípetas em relação ao SISTEMA e centrífugas em relação ao Anti-Sistema.

    A imóvel Eternidade, unidade indivisa, fragmentou-se no Tempo, em consequência surgiu o transformismo evolutivo que fraciona a ação fenomênica no tempo, dessa forma os impulsos evolutivos e involutivos não são concomitantes no tempo. É por essa razão que tudo no Universo funciona por ciclos. A cada semi-ciclo evolutivo segue um semi-ciclo involutivo e assim sucessivamente, isto é, a cada período Construtivo segue um período Destrutivo. Vida e Morte se alternam no tempo.

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