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A LEI DE CAUSA E EFEITO

PERGUNTA:

Acabo de ler o livro "Técnica Funcional da Lei de Deus", onde Ubaldi fala muito da lei de causa-efeito ou ação e reação. Ele esmiúça de vários ângulos a questão.  Mas apesar de tudo eu ainda não consegui esclarecer uma dúvida. Ubaldi fala sempre dos três momentos: fase do erro ou lançamento de uma trajetória errada; fase curativa da dor (correção do erro); fase do acerto ou lançamento de trajetória correta.

que, descendo bem ao particular, como podemos associar dor a alguma conduta, para então qualificarmos de errada, se desconhecemos a fase do erro? Como é possível fazermos precisa associação da dor e de sua origem, sem esta informação que me parece essencial? Por informação que me parece essencial?

RESPOSTA:

Olá Amigo:

Sua colocação foi muito interessante e nos leva a procurar uma resposta lógica para esta dúvida que surge de maneira tão natural ao lermos o texto por você mencionado. Creio que a resposta mais provável e racional é que a dor nos ataca em pontos específicos, tanto materialmente como espiritualmente. O exame criterioso das características destes pontos e do tipo de dor nos fornece uma indicação da falta cometida. No caso de sofrimentos morais, os complexos e neuroses mostram nossas deformações psicológicas frutos de ofensas à Lei em nosso pretérito.

Mas, nada melhor que a palavra sábia de Ubaldi para nos esclarecer: Este fenômeno do destino nos mostra uma característica. Uma vez que ele é conseqüência do que semeamos, ele golpeia nos pontos precisos e na forma em que semeamos. Constituindo-se na correção das forças anti-Lei, que pusemos em movimento, é lógico que para corrigir-nos, como é sua função, ele o faça de modo específico, isto é, dirigindo-se contra o defeito a ser corrigido, contra o órgão enfermo a ser curado. Assim, cada um é submetido a um dado tipo de provas, duras para ele, porque o golpeiam justamente em seu ponto fraco, de menor resistência, enfermo e dolorido, enquanto que para outros, tal tipo de provas é insignificante, porque estes naquele ponto são fortes, sãos e inatacáveis. Mas o que não foram atingidos, submeter-se-ão, por sua vez, a provas que lhe serão igualmente duras porque serão golpeados em outros pontos também fracos, doentios e dolorosos; provas, entretanto, que não atingirão os demais seres que nestes pontos são fortes, sadios e inatacáveis. (P. Ubaldi - A Técnica Funcional da Lei de Deus)

:Um ponto a salientar é que durante o processo de purificação pela dor, o indivíduo, na maioria das vezes, não sabe quais as causas pretéritas que geram o presente sofrimento. E nem é importante que saiba, pois isso pode lhe suscitar tamanho pavor e desânimo ao conhecer a extensão da ofensa que cometeu contra a Lei. Este fato poderia leva-lo a um gesto de grande desespero e tentar de qualquer maneira a interrupção do processo o que provocaria uma parada no procedimento saneador da Lei. Nestes casos o esquecimento das causas é uma benção. Não é sem razão que não lembramos dos acontecimentos de  nossas vidas passadas: a sabedoria da Lei nos protege ocultando as causas dos nossos sofrimentos atuais. Mas, após a conclusão do processo com a eliminação da dor ao reabsorvê-la dolorosamente na harmonização de nossos desequilíbrios cármicos, sentimos que adquirimos uma nova qualidade, na forma de um novo conhecimento que nos propicia um novo poder que nos torna mais fortes frente às dificuldades da vida. Isto é extremamente lógico, pois a dor é como um aprendizado escolar. Quando iniciamos o estudo de qualquer ciência nada sabemos dos pressupostos e das finalidades da mesma. Só alcançamos este desiderato quando concluímos o curso.

Em um texto sobre a reencarnação Ubaldi argumenta: O fato, pois, da falta de lembrança do passado, não prova nada contra a reencarnação. Uma memória de natureza cerebral não pode abarcar o que foi sentido e pensado com outro cérebro que fazia parte de outro corpo. É verdade que a matéria orgânica que constitui nosso organismo se renova toda quase completamente, mas esta vai sempre substituindo a velha, de que conserva as mesmas características. As células de um novo cérebro, numa nova vida, não são, em absoluto, o derivado orgânico das células cerebrais do corpo da existência precedente, e, portanto, não pode sobreviver a este nenhuma memória direta, mas só uma diferente memória espiritual, pela qual, ainda que nada recorde, tudo, como destilação de valores, em nós sobrevive e nada se perde. Se observarmos todo o procedimento, de perto, só podemos admirar quanto seja providencial este desembaraço de uma barafunda de particularidades, inerentes ao mundo material, mas inúteis no mundo espiritual, a fim de que permaneça, para a personalidade, apenas o essencial, o que vale mais. Só assim, libertada do peso das escórias supérfluas, pode ela mais rápido continuar seu caminho. Uma lembrança analítica do passado exercitaria enorme pressão sobre o presente, essa recordação só pode realizar-se à proporção que o espírito, evolvendo, se torna mais sensível, isto é, paralelamente à sua purificação, o que é muito providencial porque isto quer dizer: à medida que se vai tornando mais leve o fardo do passado carregado de erros. Dessa forma, cada um tem a sensação de começar nova vida. Sente-se por isso mais livre e leve, ao passo que se tudo soubesse, ficaria carregado de recordações, de dúvidas e problemas às vezes de rancores, que estorvariam seus movimentos. Não haveria a feliz ilusão da infância e da juventude, pois parece que na Terra só se pode ser feliz na inconsciência. Podem-se assim gozar aqueles períodos de repouso e, com mais esperança, enfrentar as fadigas de uma nova vida. (Pietro Ubaldi – Problemas Atuais)

Mas, mesmo assim nada impede que um ser mais evoluído possa encontrar as causas que originaram seus padecimentos atuais. Para isto basta que siga as indicações de Ubaldi:

Quem tiver olhos abertos para ler dentro de si, porque se acostumou ao auto controle e à introspecção, pode, olhando para o fruto, reconstruir a estrutura da árvore e das raízes. Isto quer dizer que, olhando para os seus instintos e qualidades atuais, pode reconstituir a série de pensamentos e atos que, longamente repetidos, se tornaram hábitos, para constituir o que hoje é sua personalidade. (P. Ubaldi - A Lei de Deus)

Abraços,
Pedro Orlando Ribeiro

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