Resposta
Em vários de seus livros Ubaldi expôs
temas
relacionados à Ciência
Econômica. Inicialmente no livro A Grande Síntese no capítulo 92 intitulado O
PROBLEMA
ECONÔMICO ele nos oferece uma visão síntese sobre este tema e demonstra que a ciência
econômica do nosso atual estágio evolutivo é baseada no princípio do Do ut des (
Dou
para
que me dês) o que caracteriza o egoismo que governa as relações econômicas no nosso mundo.
Teremos que evoluir muito para que as relações econômicas sejam centradas no Colaboracionismo.
A idéia do Colaboracionismo é o que fundamenta a Teoria Econômica elaborada por Ubaldi.
Neste
mesmo livro, no capítulo 79 (A LEI DO TRABALHO) Ubaldi comenta a relação entre economia e
trabalho e surpreendentemente desvincula o trabalho da economia ao afirmar que "O trabalho não
é uma necessidade econômica, mas uma necessidade moral. Ao conceito de trabalho econômico tem que
substituir-se o de trabalho função-social." .
No volume Problemas Atuais (Capítulo 4)
Ubaldi discorre
sobre O PROBLEMA DA ESTABILIDADE MONETÁRIA, assunto muito pertinente a nós brasileiros, que
amargamos, por muitos anos, um período de uma gigantesca inflação monetária.
No livro História de um Homem, os
capitulos 10 (O
Problema da Riqueza, do Trabalho e do Evangelho) e 11 (Pobreza e Trabalho)
descrevem como Ubaldi encarou o problema econômico em relação a sua vida individual.
Na sexta parte do volume Fragmentos de Pensamento e de
Paixão existe um
conto (A Justiça Econômica) escrito por Ubaldi, onde dois personagens com visões opostas
sobre a Justiça Econômica, se defrontam durante o episódio de um roubo a uma residencia. Este conto é
uma parábola que revela o pensamento de Ubaldi sobre os bens materiais.
O texto do livro A Nova Civilização do Terceiro
Milênio
é uma aprofundamento de temas tratados no livro A Grande Síntese Os capítulos
2, 11 e 12 são dedicados ao problema
econômico que aqui é tratado com mais amplitude.
Em outros volumes da obra, Ubaldi também se referiu de
forma breve sobre a economia e a justiça econômica. Reproduzo abaixo alguns pensamentos de Ubaldi
sobre
economia e bens materiais que colecionei ao longo da leitura da obra.
O homem moderno se
aproxima de seu semelhante para tomar-
lhe alguma coisa, nunca para beneficiá-lo. A vossa civilização, que é econômica, está baseado no
princípio "do ut des" , que é a psicologia do egoísmo. É a força econômica sempre a
reger o mundo. A psicologia coletiva não é senão a soma orgânica dessas psicologias individuais. A
riqueza se acumula onde a força a atrai, e não onde a necessidade ou superiores exigências a
reclamam; não constitui instrumento de uma vida de justiça e de bem, mas, sim, máquina de poder,
representando, em si mesma, um objetivo. A lei de equilíbrio é constantemente violada e impões
reações. Não dominais a riqueza, conduzindo-a a fins mais elevados: é a riqueza que vos domina. (
P. Ubaldi - Grandes Mensagens - Mensagem da Ressurreição)
O mundo econômico-financeiro não passa de uma série de crises
em cadeia, que formam uma única, perene crise insanável, porque ela não se origina de um particular
momento ou posição, mas de todo o sistema. (P. Ubaldi - Deus e Universo)
Não é o alto nível econômico e o padrão de vida, nem é o poder
político, ou a supremacia bélica, ou o domínio do mundo, que podem sanar o mal, mas só um amor que nos
encha de simpatia para com todos os seres e nos devolva a perdida alegria de viver. (...) A atual
tendência do mundo para concentrar tudo na conquista bélica ou na superioridade econômica, igual
princípio de luta ao qual obedecem hoje as duas maiores potências do mundo, o Brasil poderia contrapor
uma contribuição sua e única no planeta, a da bondade e do amor. A Europa já viu bastante o resultado da
aplicação das teorias do herói da força, o super-homem de Nietzche. A nova mensagem é a de viver em paz e
amizade com todas as criaturas do universo. (P. Ubaldi - Princípios de uma nova Ética)
Quem toma só em proporção do que produz dificilmente se
enriquece. O trabalho produz e a esperteza enriquece. É raro que nas origens de uma grande fortuna possa
existir um ato de justiça. (Pietro Ubaldi - Um Destino seguindo Cristo).
A abundância de qualquer coisa satura e tende a eliminar a
capacidade de assimilação, aguçando, ao contrário, a sensibilidade em sentido oposto. (Pietro Ubaldi -
Um
Destino seguindo Cristo).
Um direito não alimentado de força que lhe imponha o
reconhecimento, na prática não é direito, é só um piedoso desejo, cuja satisfação depende do capricho do
patrão. (P. Ubaldi - A Técnica Funcional da Lei de Deus).
Mesmo que o rico tenha sido ladrão, não é lícito roubar, nem
mesmo aos ladrões. É inútil que o ladrão procure tornar justo seu furto, acusando de furto quem roubou
antes dele. {P. Ubaldi - A Nova Civilização do Terceiro Milênio).
O regime capitalista da propriedade estabilizada em forma
jurídica na ordem social da lei representa um grau muito mais avançado do que sua fase de formação, que é
o furto. (P. Ubaldi - Profecias)
Hoje o grande amor pelo pobre se tornou moda, é usado como
bandeira, como se o pobre tivesse surgido só agora, como se não tivesse existido antes e não tivesse
sofrido. O mundo se deu conta de sua existência somente hoje, depois que o pobre constitui um perigo, sem
o que ninguém o veria. Até ontem seus direitos não existiam, seu problema não tinha importância, se hoje
existe é porque se tornou o problema do rico, isto é, da sua segurança e da sua paz. Foi daí que surgiu
esse novo amor, não por questão de bondade, mas de luta. (P. Ubaldi - A Técnica Funcional da Lei de
Deus).
A prosperidade pode constituir um perigo, um alimento grato,
mais venenoso. Saber ser rico é muito mais difícil e arriscado do que ser pobre. Seria uma coisa nova na
história ver uma sociedade rica que não se arruine. (P. Ubaldi - A Descida dos Ideais)
Tudo se baseia na força, seja de armas, seja econômica, seja
de número, mas na força. (P. Ubaldi - O Sistema)
Como fazer compreender a quem suporta as dores da fome, a
necessidade de evitar as dores a que leva a uma indigestão? (P. Ubaldi - A Descida dos Ideais)
abraços,
Pedro Orlando Ribeiro
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